Assunto

Destaques

Browsing

Em comemoração ao seu aniversário, Waldonys sobe ao palco do Teatro Riachuelo em um emocionante show mostrando sua história musical, aventuras, causos e muita poesia que carrega em sua bagagem recheada de experiência, alegria e sensibilidade artística.

O Cantor Waldonys tem uma relação de muito carinho por Natal, por projetos e artistas potiguares e, por esse motivo, recebeu a homenagem do título cidadão Natalense em outubro de 2022, por considerar a cidade uma extensão de sua casa.

Em seu repertório, sucessos como: “Sonho de Ícaro”, “Anjo Querubim”, “Se Lembra Coração”, “Sinônimos”, grandes clássicos como “Asa Branca”, “Riacho do Navio” e “Sabiá”, além de grandes surpresas que está preparando especialmente para esta grande celebração acompanhado de sua banda completa.

Carreira de Waldonys

Waldonys nasceu em Fortaleza em 1972, começou a tocar acordeon ainda criança, aos 10 anos. Suas referências musicais foram construídas bebendo na fonte dos menestréis da sanfona no Nordeste, Dominguinhos e Luiz Gonzaga, com quem gravou aos 15 anos.

No final dos anos 80 participou de programas de projeção nacional, morou nos Estados Unidos, e voltando ao Brasil participou de turnês e gravações ao lado de nomes como Marisa Monte, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo.

O reconhecimento do público e da crítica levaram Waldonys a ampliar os espaços da sua carreira solo, com vitoriosas temporadas pelos Estados Unidos, México, Cuba, países da América do Sul e da Europa.

Hoje com 10 CDs, um DVD, e vários clipes gravados, Waldonys traz na bagagem uma elevada sensibilidade artística no seu repertório.

Conhecido também pelos fãs e amigos pelo amor e pela arte de voar, Waldonys cruza os céus em arrojadas manobras acrobáticas a bordo do seu avião e em seus saltos de paraquedas.

Para mais informações e para comprar os seus ingressos, acesse:
https://uhuu.com/evento/rn/natal/waldonys-51-11919

Duração: 120 minutos.
Classificação: 16 anos. Acesso de menores somente acompanhados dos pais ou maior responsável.

Este marco representa um grande avanço no campo das energias renováveis. A infraestrutura, localizada no Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN, em Natal, é a primeira planta-piloto do Brasil focada na produção de combustível sustentável de aviação (SAF, sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuels).

A aviação é uma das indústrias que mais contribui para as emissões de gases do efeito estufa. Com a crescente demanda por soluções sustentáveis e práticas mais verdes, o H2CA não apenas posiciona o Brasil na vanguarda da inovação em combustíveis renováveis, mas também se alinha ao compromisso global de reduzir a pegada de carbono. O principal objetivo deste laboratório é desenvolver um combustível que contribua significativamente para a diminuição das emissões no transporte aéreo nacional.

Além do impacto ambiental positivo, o projeto também abre novos horizontes para pesquisa e desenvolvimento no país. Com o know-how e a experiência compartilhados pela Cooperação Brasil-Alemanha, espera-se que a iniciativa promova também a capacitação de profissionais, a geração de empregos qualificados e o estímulo a outras inovações na área de energias renováveis.

“Esta é uma planta-pioloto com maturidade industrial que possibilita passarmos da escala de produção experimental que tínhamos até então para uma escala maior, piloto, permitindo o desenvolvimento de testes e de novos produtos em condições reais de operação industrial”, diz a pesquisadora doutora em Engenharia de Petróleo do Laboratório de Sustentabilidade do ISI, Fabiola Correia, coordenadora do projeto.

“Até outubro deste ano, a expectativa é ter a primeira amostra do combustível para buscar a certificação junto à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e apresentar o produto ao mercado”, acrescenta. “Só após a certificação a etapa de comercialização é possível”.

A inauguração oficial ocorreu na terça-feira (5) e contou com a presença de representantes dos governos brasileiro e alemão, bem como líderes da indústria e pesquisadores na área de energias renováveis. Os olhos do mundo estão voltados para iniciativas como o H2CA, pois representam a intersecção entre a tecnologia e a sustentabilidade, indicando um futuro mais promissor e verde para a aviação e para o mundo como um todo.

Localizada no coração da capital potiguar, a Praça Pedro Velho, também conhecida popularmente como Praça Cívica, é um símbolo de resistência e de memórias vivas de gerações. Ao longo dos anos, tornou-se palco de inúmeros eventos, manifestações e encontros dos mais variados, consolidando-se como um ponto de referência para os moradores e visitantes da cidade.

A requalificação, tão esperada pela população, buscou não apenas preservar, mas revitalizar e modernizar a estrutura, tornando o espaço ainda mais convidativo e seguro para todos. A praça agora conta com iluminação LED, paisagismo renovado, bancos e áreas de descanso mais confortáveis, além de um novo playground para as crianças e uma área para apresentações artísticas e culturais. O investimento foi de R$ 2,5 milhões.

Também conhecida como Praça Cívica, o local será o cenário das celebrações tradicionais do 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, incluindo o desfile cívico-militar. Situada no centro do bairro Petrópolis, na zona Leste de Natal, o espaço não via melhorias em sua estrutura desde 2004. A arquiteta Gladys Fernandes explica que o objetivo era proporcionar um espaço moderno e funcional, mantendo, porém, o significado histórico, cultural e político da praça. Esta ganhou o apelido de “cívica” devido aos desfiles do 7 de setembro. “A gente buscou preservar alguns elementos que já tinham do ponto de vista histórico, como o busto de Pedro Velho, que é uma estátua em bronze, que veio de Paris, além de pensar um espaço voltado para o lazer, prática esportiva e cultura”, comenta.

O grupo de esculturas em bronze, com mais de um século, que inclui uma figura feminina simbolizando a Pátria e o busto de Pedro Velho, nome que batiza a praça e foi o primeiro governador republicano do Rio Grande do Norte, foi mantido intacto. Essas obras foram colocadas em um pedestal meticulosamente feito das pedras portuguesas que anteriormente pavimentavam o local. Além disso, os monumentos foram realçados com iluminação cênica. Fernandes diz que o palco para eventos, também chamado de palanque, foi idealizado como um espaço para apresentações culturais. “Ouvimos também a Funcarte e eles pediram que fosse criado um espaço para apresentação de grupos de dança, teatro, orquestra sinfônica, enfim. Da mesmo forma, o pequeno anfiteatro. Além disso, temos um espaço para convivência e o busto ficou na parte central”, conta a arquiteta Gladys Fernandes.

O paisagismo da área foi composto por árvores como Pau-Brasil e palmeira imperial, além de outras espécies nativas. A praça foi revitalizada com uma nova camada de grama esmeralda e amendoim, complementada por plantas decorativas. Para os próximos meses, a prefeitura anunciará uma programação cultural diversificada na praça, solidificando ainda mais a Praça Pedro Velho como um dos principais pontos culturais de Natal.

Se você considera o sal apenas como um simples tempero na culinária, saiba que ele é muito mais que isso. Esse mineral é um dos ativos mais valiosos do mundo, uma verdadeira riqueza que impulsiona significativamente a economia. No Brasil, estados como Rio de Janeiro, Ceará, Maranhão, Sergipe, Bahia e, principalmente, Rio Grande do Norte, produzem sal em grande escala. Especificamente o Rio Grande do Norte é responsável por impressionantes 95% de toda a produção nacional de sal. No cenário global, o Brasil ocupa a quinta posição entre os maiores produtores, uma lista que inclui potências como China e Chile. Vale destacar que o sal oriundo do Chile é uma concorrência expressiva para a indústria brasileira, tendo em vista que é importado por um valor inferior ao praticado pelos nossos produtores locais.

A tradição salineira potiguar remonta a séculos. Localizado no Nordeste brasileiro, o Rio Grande do Norte se beneficia das condições ideais para a evaporação da água do mar: altas temperaturas e ventos constantes. A região de Macau é o epicentro dessa produção, concentrando a maioria das salinas ativas. Com uma produção anual que ultrapassa os 95% de todo o sal marinho produzido no Brasil, o Rio Grande do Norte se estabeleceu como líder incontestável do mercado. Esse domínio não apenas impulsiona a economia local, mas também é crucial para várias indústrias nacionais que dependem do sal, desde a alimentícia até a química. O setor salineiro potiguar também representa uma importante fonte de empregos.

Apesar de sua relevância econômica, a indústria salineira enfrenta desafios. A crescente preocupação com os impactos ambientais da extração tem levado a debates sobre a sustentabilidade da atividade. A salinização do solo e a possível influência sobre os ecossistemas costeiros são questões frequentemente levantadas por ambientalistas. No entanto, a indústria tem mostrado esforços para se adaptar a práticas mais sustentáveis. Investimentos em tecnologia e processos mais eficientes, aliados a projetos de recuperação ambiental, têm sido uma constante.

A qualidade do sal potiguar também não passa despercebida no cenário internacional. Parte significativa da produção é exportada para países da América do Sul, Europa e África. O reconhecimento da pureza e qualidade do sal marinho do Rio Grande do Norte fortalece sua posição no mercado global. O título de maior produtor de sal marinho do Brasil é mais do que uma mera estatística para o RN. É uma representação da identidade, força e resiliência do povo potiguar, que, apesar dos desafios, continua a brilhar no cenário nacional e internacional.

Marília Mendonça conquistou o coração do público com suas letras sinceras e melodias envolventes. Seu talento excepcional e sua capacidade de expressar emoções autênticas a tornaram uma figura icônica no cenário da música brasileira. O tributo busca honrar seu legado, relembrando suas canções que marcaram gerações.

Com sua acústica impecável e infraestrutura moderna, o Teatro Riachuelo garantirá uma experiência única para os fãs de Marília Mendonça.

Junte-se a nós no Teatro Riachuelo para celebrar a vida e a música dessa talentosa artista através da interpretação cativante de Val Pinheiro.

Para mais informações e para comprar os seus ingressos, acesse:
https://uhuu.com/evento/rn/natal/tributo-a-marilia-mendonca-com-val-pinheiro-11866

Duração: 03 horas.
Classificação: 14 anos. Acesso de menores somente acompanhados dos pais ou maior responsável

Situado em 1943, na cidade de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, os Estados Unidos estabelecem a “Parnamirim Field”, sua maior base militar externa durante a Segunda Guerra Mundial. Esta base se torna um ponto de passagem para milhares de soldados americanos, cuja presença desencadeia mudanças significativas nas dinâmicas familiares locais trazendo não somente dólares e eletrodomésticos mas também o glamour de uma cultura de Hollywood, a música das grandes bandas e a sensualidade de cantoras e atrizes famosas. Dentro desse contexto, a história se desenrola em torno de uma família de classe média, os Sandrini, que são abalados pelas novas circunstâncias: amores inesperados, reflexos de intrigas políticas, desafios aos preconceitos e testes para a coragem.

O filme possui uma constelação de estrelas como: Betty Faria, José Wilker, Paulo Gorgulho, Caio Junqueira, Edson Celulari, Ney Latorraca, Cláudio Mamberti, Silvio Guindane, Louise Cardoso, Catarina Abdala, Cláudia Mauro, Diogo Vilella, Louise Cardoso, Felipe Martins, Raul Gazolla entre dezenas de outros grandes atores e atrizes brasileiros. Assista ao filme agora mesmo no YouTube:

Direção: Buza Ferraz, Luiz Carlos Lacerda
Roteiro: Joaquim Assis, Buza Ferraz

Foto: Fabiola Pons

Com exposição de várias espécies de orquídeas, incluindo a nativa Cattleya Granulosa, uma orquídea ameaçada de extinção e nativa do litoral nordeste, concursos e palestras sobre a planta, na 29ª edição da Exposição da Associação Orquidófila do Rio Grande do Norte (ExpoSorn), que acontece nos dias 25 a 27 de agosto, no Parque do Museu Câmara Cascudo, no Tirol. A entrada é aberta gratuitamente ao público que poderá também, comprar orquídeas no local.

Na sexta-feira, dia 25 de agosto, a partir das 9h, o espaço estará aberto ao público para visitação, jogos interativos com sorteio de orquídeas e votação técnica da mais bela orquídeas (por categoria). Além disso, uma palestra sobre manutenção de bonsais, que acontece às 14h30, pelo especialista na técnica, José Martins Fernandes. “Na palestra será tratado desde o como comprar bem um bonsai a espécies e como cultivá-lo”, pontua a presidente da associação, Gisélia Maria.

O público pode aproveitar a oportunidade para saber mais sobre cuidados com a planta e seu cultivo. Além disso, “podem admirar a beleza das flores”, ressalta Alciomar Cerqueira, diretor técnico da Sorn. Cerca de 15 orquidófilos, locais e de outras regiões, vão participar da mostra. E mais, colecionadores da planta estarão no local, bem como produtores de mudas e plantas adultas.

No sábado, 26/08, das 9h às 17h, e no domingo, de 9h às 16h30, o visitante além de poder comprar Orquídeas e assistir gratuitamente a palestras, irá conferir a exposição e contemplar as plantas premiadas pelo corpo de jurados técnico e da Exposorn, eleita pelo público.

Programação

5 de Agosto, às 14h30: Palestra “Manutenção de Bonsais” – Por José Martins Fernandes.

26 de Agosto, às 10h: Palestra “Cultivo de orquídeas em tronquinhos” – Por Fabiola Pons.

Às 15h: Palestra “Híbridos de Brassavola, cultivo no Nordeste” – Por João Maria Pontes e Antônio de Souza Marinho.

27 de Agosto, às 10h: Palestra: “Cultivo básico de orquídeas” – Por Auciomar Cerqueira

Quando os militares americanos chegaram a Natal em 1942, durante a efervescência da Segunda Guerra Mundial, encontraram uma cidade com uma população de 55 mil habitantes e apenas um refúgio noturno: o cabaré de Maria Boa. Maria Oliveira Barros, figura emblemática daqueles tempos, nasceu em 1920 em Remígio, uma localidade próxima a Campina Grande.

Na metrópole, a jovem Maria contribuía com a economia familiar, comercializando produtos na feira sob a supervisão de seu pai. Foi nesse cenário que ela ganhou o apelido de “Boa”. Enquanto alguns alegam que o apelido derivou de sua amabilidade com os frequentadores da feira, outros acreditam que ele fazia referência à sua notável beleza. Era uma mulher muita bonita e que chamava à atenção pelos seus lindos cabelos pretos e longos. Porém, esse pseudônimo não agradava ao seu pai, mas certamente a destacava aos olhos dos jovens da região. Muitos paravam em sua barraca apenas para admirá-la. Um desses jovens, particularmente, conquistou seu coração. Infelizmente, após seduzi-la e romper sua inocência, ele se recusou a casar-se com ela sob a justificativa de buscar alguém de um status social superior. Sentindo-se traída e com sua honra manchada, Maria enfrentou a rejeição de seu pai, que a expulsou de casa.

De forma abrupta, a jovem, outrora vista como exemplar e virtuosa, teve sua reputação manchada por uma única escolha. A menina do interior, antes admirada por sua beleza e postura reservada, foi estigmatizada por um único incidente. Seu pai, buscando manter sua imagem de homem honrado diante da sociedade, adotou uma postura rígida e condenatória, afirmando que não toleraria tal “desonra” em sua casa.

Ela mudou-se para João Pessoa por volta de 1935, onde inicialmente trabalhou em uma tipografia como secretária. No entanto, não levou muito tempo até que ela se encontrasse no mundo da prostituição. A narrativa de sua chegada a Natal é contada de maneira variada pelos historiadores. Por exemplo, Gomes de Melo sugere que ela já atuava em um bordel quando Madame Georgina, proprietária da Boate Estrela em Natal, ouviu falar de sua notoriedade e decidiu contratá-la. A estreia de Maria Boa na Estrela foi um evento marcante. Madame Georgina investiu pesado em seu vestuário, acessórios e na ambientação musical para fazer uma apresentação memorável aos frequentadores do local.

Naquela noite, ela cruzou o caminho de um dono de engenho e também funcionário público, que ficou encantado por ela. Ele passou a prover financeiramente para Maria e a visitava com frequência na Estrela. Meses depois, Maria descobriu que estava grávida. Ao saber da gravidez, o amante reagiu de forma violenta, agredindo-a de forma que resultou em um aborto. Profundamente traumatizada, Maria se distanciou da Boate Estrela e cortou laços com Madame Georgina.

O começo do empreendimento de Maria Boa em Natal

Na década de 1940, com sua perspicácia empreendedora, Maria identificou que Natal carecia de um espaço onde os homens locais pudessem se entreter, desfrutar de música, teatro, bebidas e conversas, acompanhados por mulheres elegantes e charmosas. Assim, ela decidiu inaugurar seu próprio cabaré, não se limitando apenas à prostituição, mas a um ambiente rico em apresentações culturais, como o teatro de revista, servindo também como ponto de encontro para os jovens da cidade. Com a chegada dos soldados americanos devido à Segunda Guerra, Maria Boa reconheceu uma oportunidade, ciente de que esses visitantes estariam dispostos a investir em tais diversões locais. Dessa forma, em parceria com um amigo, ela estabeleceu seu empreendimento na Rua Mermoz, situada na Cidade Alta.

Maria Boa valorizava a educação e cultura de suas funcionárias. Frequentemente, investia em livros para elas e financiava ingressos para teatros e concertos. Era comum avistá-la acompanhada de suas garotas em exposições artísticas. As mulheres contratadas para o cabaré eram selecionadas não apenas por sua beleza e elegância, mas também por sua perspicácia intelectual. No estabelecimento de Maria Boa, era esperado que elas pudessem engajar os homens em conversas estimulantes, o que, além de entreter, incentivava-os a prolongar sua estadia, consumindo mais alimentos e bebidas no bar, antes de se dirigirem aos quartos para finalizar a noite.

Com sua crescente fama, questionaram Maria Boa sobre o motivo de receber tanto respeito em Natal, considerando que era proprietária de um cabaré, tipo de estabelecimento que, apesar de ser frequentado secretamente, era publicamente estigmatizado. “Natal me respeita porque eu respeito Natal”, teria respondido Maria, conforme relatos populares.

Durante o apogeu do cabaré de Maria Boa, nas décadas de 50 e 60, acredita-se que entre 50 e 70 prostitutas atuavam no local. Eram carinhosamente referidas como “As meninas de Maria”, alcunha popularizada pelo historiador Luís da Câmara Cascudo. Estas mulheres vinham de diversas regiões do Brasil, muitas delas com trajetórias que espelhavam a da própria Maria – que, vale ressaltar, era vista menos como uma mera cafetina e mais como uma figura matriarcal. Muitas eram expulsas de seus lares por desafiar normas morais tradicionais. Maria as encontrava por meio de contatos feitos no cabaré ou era diretamente procurada, dada a reputação de seu estabelecimento como um dos cabarés mais renomados do Brasil.

Uma réplica do avião B-25 com o nome de Maria Boa.
Uma réplica do avião B-25 com o nome de Maria Boa.

O espaço concebido por Maria Boa rapidamente ganhou reconhecimento, atraindo tanto os locais quanto os americanos que desembarcavam na cidade. Sua fama se estendeu ao ponto de ser homenageada em aeronaves que decolavam da Base Aérea de Natal, com algumas exibindo pinturas com seu retrato. Inclusive, um desses aviões recebeu seu nome como batismo.

A história de Maria Boa é uma mistura de uma realidade difícil, empoderamento feminino e a capacidade humana de superar desafios. Sua vida e legado continuam a inspirar gerações, servindo como um lembrete da rica tapeçaria cultural que compõe a história do Rio Grande do Norte. Maria Boa não é apenas uma lembrança de uma era passada, mas também um testemunho da resiliência, determinação e espírito empreendedor de uma mulher à frente de seu tempo.

Em 22 de agosto, celebra-se o Dia do Folclore. Luís da Câmara Cascudo, renomado folclorista brasileiro, define o folclore como a cultura popular solidificada pela tradição. Trata-se de uma tapeçaria de conhecimentos, crenças e práticas enraizadas no valor emocional que detêm para as comunidades. Contrariamente à percepção de muitos, o folclore não é um relicário do passado. Ele está em constante evolução. Contudo, novos componentes que se juntam a esta cultura frequentemente adotam uma aura de tradição para sua aceitação. Elementos obsoletos ou que perderam sua relevância são naturalmente descartados. Portanto, o folclore é uma entidade viva, sempre em metamorfose.

Cobras da Lagoa de Extremoz

No final do século XVI, estabeleceu-se o aldeamento de São Miguel do Guajiru. Em 1760, essa localidade foi elevada à categoria de primeira vila do estado. No entanto, em 1855, o centro administrativo do município foi transferido para a localidade de Boca da Mata. Essa última então recebeu o status de vila e foi renomeada para Ceará-Mirim. Como consequência dessa transição, Extremoz foi relegada ao esquecimento, tornando-se uma aldeia quase fantasma, cercada de histórias e lendas. Dizem:

“No tempo dos frades, a lagoa era povoada por duas cobras enormes. Uma, muito feroz e atrevida, devorava os banhistas e quem atravessasse a lagoa se devia pegar com S. Miguel para que a cobra não viesse agarrá-lo. Especialmente as crianças eram as vítimas preferidas pela fome inextinguível do ofídio. A outra cobra era mansa. Limitava-se a assobiar tristemente nas tardes em que seu companheiro nadava perseguindo os incautos.

Que cobras eram estas? Foram duas crianças pagãs que os indígenas jogaram dentro da lagoa, a conselho dos pajés, para que os padres não as batizassem. Viraram cobras e estavam cumprindo penitência.

Num domingo, depois da missa, um padre missionário veio até a margem da lagoa e falou em nome de Deus, todo poderoso. Intimou-as a comparecer na igreja, naquela tarde, às horas da benção do Santíssimo Sacramento. A cobra fêmea, tardinha, saiu da lagoa, arrastou-se, repelente e viscosa, ára a vila, espavorindo quem a avistava. Atravessou a praça e enrolou todo o edifício da igreja com seu imenso corpo reluzente, juntando a cabeça e a cauda na soleira da porta principal. Do altar-mor, paramentado, o Vigário admoestou-a à santa obediência e, erguendo a mão, abençoou-a. A cobra desenroscou-se, voltou, coleante e terrível, para as águas da lagoa. Nunca mais saiu nem fez mal. Vez por outra vêm seu dorso negro, sobrenadando.

O companheiro, desobediente, não veio à igreja. O padre amaldiçoou-o da porta do templo, em voz alta e em latim. A cobra excomungada nadou para o outro lado da lagoa, esgueirou-se pelo mato, ansiada e bufando como uma locomotiva, derrubando arbustos com o açoite furioso da cauda poderosa. No sítio estirou-se e morreu. Nesse local nunca mais cresceu capim e a estreita faixa de areia no meio da vegetação reproduz fielmente o contorno da serpente fantástica”. (CASCUDO, Geografia dos Mitos Brasileiros).

Originalmente, o grupo indígena Tarairiú habitava os territórios que hoje correspondem aos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Estabelecendo-se nas regiões áridas da caatinga, suas habitações eram frequentemente encontradas nas margens de rios emblemáticos como o Jaguaribe, Apodi, Piranhas-Açu, Sabuji e Seridó. Foi precisamente nestes vales que a histórica Guerra do Açu se desenrolou. Importante mencionar que este povo se reconhecia pelo nome de Oxtakawane.

De acordo com estudiosos da história brasileira, os Tarairiú possuíam uma singularidade linguística entre os povos originários do nordeste. Acredita-se que estavam linguisticamente ligados ao tronco macro-jê, compartilhando essa afinidade com grupos como os Cariri. A riqueza e unicidade da cultura Tarairiú chamaram a atenção de artistas e estudiosos. O artista neerlandês Albert Eckhout foi um dos que eternizou a imagem dos Tarairiú em suas representações artísticas dos tapuias. Além dele, Elias Herckmans, na função de administrador da Paraíba na época, também contribuiu para a documentação da cultura e tradições desse povo. Sua obra “Descripção geral da Capitania da Parahyba”, publicada em 1639, é uma janela para a compreensão desse grupo indígena tão significativo para a história nordestina.

Características dos Tarairiú

Conhecidos por serem um dos grupos indígenas mais documentados da América, os Tarairiú apresentam uma rica tapeçaria cultural e social. Curiosamente, suas aldeias muitas vezes adotavam nomes baseados em suas principais lideranças, como evidenciado pelas comunidades janduí, paiacu e canindé. Analisando especificamente os janduís, observamos traços comuns que definem a cultura tarairiú. Eles eram, por natureza, semi-nômades, migrando para o litoral durante a temporada de colheita de caju, além de se dedicarem à caça e à coleta de mel.

Em termos de armamentos, os Tarairiú eram proficientes no uso de propulsores, dardos, arcos, flechas e tacapes. Também eram agricultores habilidosos, cultivando produtos como milho, fumo, diversos legumes, abóboras peculiares em formato de bilha e mandioca. Um aspecto intrigante de seu método agrícola era a fumigação das sementes e do solo durante o plantio. Socialmente, muitos grupos tarairiús eram organizados em duas metades distintas.

Rituais e costumes desempenhavam um papel crucial em suas vidas. Um exemplo é a prática de consumir uma bebida feita de sementes, que era frequentemente seguida por um estado de transe induzido pelos feiticeiros da tribo.

A culinária dos Tarairiú exibia técnicas únicas, como assar alimentos usando brasas subterrâneas. Esteticamente, tanto homens quanto mulheres exibiam longas madeixas de cabelo. Além disso, havia uma ênfase significativa em rituais de passagem, marcando a iniciação das crianças na cultura tribal por volta dos sete ou oito anos de idade.

O grupo Tarairiú, em sua configuração original, era composto por aproximadamente 22 subgrupos distintos. Valentes e destemidos, aliaram-se aos neerlandeses para resistir à colonização portuguesa durante as incursões neerlandesas em território brasileiro. Diante da tentativa de expansão portuguesa em suas terras, os Tarairiú não hesitaram em enfrentá-los. Entre 1630 e 1730, travaram intensos combates, que são vistos por muitos como a mais significativa guerra indígena ocorrida no Brasil.

Grupos afiliados dos Tarairiú

Presumivelmente

  • Ariú
  • Camuçu ou Kamaçu
  • Canindé
  • Reriú
  • Javó
  • Janduí
  • Jenipapo-canindé
  • Jenipabuçu
  • Paiacu
  • Sucuru ou Xucuru
  • Tucuriju
  • Uriú

Possivelmente

  • Corema
  • Panati
  • Pega

Infelizmente, a história dos povos indígenas no Brasil, incluindo a dos Tarairiú, é marcada por períodos de violência, desterritorialização e invisibilização. Com o tempo, muitos desses grupos foram exterminados ou assimilados, perdendo boa parte de sua cultura e tradições.

Hoje, iniciativas de resgate histórico e cultural buscam reconhecer e valorizar a presença e contribuição dos Tarairiús no legado do sertão potiguar. A memória deste povo é um testemunho da rica diversidade de culturas que formam a identidade brasileira e reforça a necessidade de proteção e valorização dos povos originários.

Em um contexto atual de reconhecimento dos direitos indígenas, a história dos Tarairiú nos lembra da resistência e da importância de preservar e valorizar a memória dos povos que estiveram aqui muito antes da chegada dos primeiros europeus. Eles são parte integrante e fundamental da tapeçaria cultural e histórica do Rio Grande do Norte e do Brasil.