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O hidrogênio verde é produzido usando energia renovável para dividir as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, um processo conhecido como eletrólise. Como não produz emissões de gases de efeito estufa, o hidrogênio verde é cada vez mais visto como uma ferramenta fundamental para alcançar os objetivos de neutralidade de carbono.

Lideranças do Rio Grande do Norte estão buscando capitalizar o crescente interesse internacional no hidrogênio verde, anunciando um conjunto de medidas para atrair investimentos no setor. O estado possui um significativo potencial de energia eólica e solar, o que o torna um candidato ideal para produção de hidrogênio verde. Durante uma visita a Portugal em março passado, Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte, estabeleceu acordos para o desenvolvimento de instalações de produção de hidrogênio verde e seus derivados, formalizando dois memorandos de entendimento. Um dos memorandos foi firmado com a Voltalia Brasil, uma empresa francesa com mais de 1 GW em projetos de energia renovável no estado.

Um segundo acordo foi celebrado com o grupo espanhol Enerfín, visando à instalação de um projeto piloto para a produção de hidrogênio verde e energias associadas no Rio Grande do Norte. Nos dois casos, os projetos estão previstos para áreas próximas ao futuro Porto Indústria-Multipropósito Offshore do estado. Em 2022, já havia sido assinado um memorando de entendimento com a Vestas, líder dinamarquesa no setor de turbinas eólicas. Este acordo tem o objetivo de avaliar a viabilidade da implementação de projetos de energia eólica offshore e produção de hidrogênio verde no futuro porto-indústria.

A governadora também teve a oportunidade de apresentar à direção da EDP Renováveis, o programa estadual de hidrogênio verde e o projeto para a instalação do porto-indústria. O local designado para sediar o futuro Porto Indústria-Multipropósito Offshore do Rio Grande do Norte está localizado no litoral Norte, entre as cidades de Caiçara do Norte e São Bento do Norte, a aproximadamente 160 km de Natal. A infraestrutura portuária é um pré-requisito para a exploração da energia eólica offshore e para a exportação de outros produtos, como o Hidrogênio Verde.

“O Rio Grande do Norte tem todas as condições de ser um líder global na produção de hidrogênio verde”, afirmou a governadora do estado. “Temos sol e vento em abundância, o que nos posiciona de maneira única para explorar essa nova forma de energia limpa.” Como parte das medidas, o estado planeja incentivar o desenvolvimento de infraestrutura de produção de hidrogênio, facilitar o acesso a financiamentos e incentivar a pesquisa e o desenvolvimento em tecnologias de hidrogênio. Também é esperado um foco em formação e treinamento, preparando a força de trabalho local para as demandas deste novo setor. Parcerias com universidades e instituições de pesquisa, tanto nacionais quanto internacionais, estão sendo exploradas para garantir que a região esteja na vanguarda da tecnologia de hidrogênio verde.

“O futuro é verde, e o Rio Grande do Norte quer ser uma parte integral dele”, disse a governadora. “Estamos empenhados em fazer do nosso estado um centro global para a produção de hidrogênio verde.” Esta decisão do estado brasileiro sinaliza uma tendência crescente entre as regiões ricas em energia renovável de buscar oportunidades no setor de hidrogênio verde.

Com a demanda global por energia limpa aumentando, a posição do Rio Grande do Norte pode ser estratégica para a economia de energia limpa do futuro. Embora a produção de hidrogênio verde ainda esteja em estágio inicial e enfrentando desafios, como altos custos e a necessidade de infraestrutura adequada, a decisão do Rio Grande do Norte de investir na tecnologia é um passo significativo. O estado está se posicionando como um player pioneiro no cenário de hidrogênio verde, o que pode trazer benefícios econômicos e ambientais a longo prazo.