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Em 1625, uma expedição holandesa liderada por Edam Boudewinj Hendrikszoon chegou ao Rio Grande e ancorou na Baía da Traição, após deixar a Bahia, onde defendiam os domínios holandeses em Salvador. Eles buscavam frutas para curar seus marinheiros doentes de escorbuto, uma doença causada pela falta de vitamina C. Ao aportarem, capturaram índios potiguares, levando-os para a Holanda, onde foram ensinados na língua e na religião reformada holandesa, retornando mais tarde como tradutores e intermediários dos acordos entre os potiguares e os holandeses.

Luiz Eduardo Suassuna e Marlene Mariz descrevem a conquista de Recife e Olinda pelos holandeses, ressaltando a resistência limitada a áreas mais isoladas, como o Arraial do Bom Jesus. A Paraíba também resistiu, mas no Rio Grande, dada sua importância estratégica e produção pecuária, os holandeses encontraram apoio indígena para conquistar a região.

Em 2 de outubro de 1631, Marcial, um indígena que fugiu das missões portuguesas, propôs ao Conselho Político do Brasil Holandês em Recife uma aliança entre os holandeses e os líderes indígenas Cariri, Janduí e Oquenuçu contra os portugueses. “O conselho resolveu mandar um iate para conferir as informações nas terras do Rio Grande”, segundo Suassuna e Marlene Mariz. Com a confirmação destas informações, uma expedição foi organizada em dezembro de 1631, liderada por Servaes Carpenter e Van der Hargen, com 14 navios e 1000 soldados.

Tavares de Lyra e Rocha Pombo narram a conquista de Natal pelos holandeses em dezembro de 1633. Com uma força de 808 soldados e 12 navios, os holandeses, com apoio de 300 indígenas, tomaram primeiro Natal e depois o Forte dos Reis Magos. A cidade caiu rapidamente, e o forte se rendeu em 12 de dezembro após um intenso bombardeio. Rocha Pombo relata a hesitação dos holandeses em aceitar a rendição, devido à falta de assinatura do capitão-mor Pero Mendes Gouveia na carta de rendição, levantando suspeitas de um possível motim. No entanto, 90 homens se renderam, deixando o forte para os holandeses, que o rebatizaram como Castelo Ceullen.

Após a conquista, Natal foi renomeada Nova Amsterdã, e a população local fugiu para os engenhos, enquanto os indígenas, liderados por Janduí, intensificaram a perseguição aos portugueses. A esperança de auxílio de tropas da Paraíba e de Pernambuco nunca se concretizou, consolidando o domínio holandês na região.