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O melhor de Natal

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De acordo com reportagem do Diário de Natal, publicado no dia 01 de dezembro de 1976, o trecho diz na primeira página: “Morro do Careca tem dono. Desde 1920 é aforado a D. Amélia”.

A matéria dizia: “As dunas do Morro do Careca não pertencem mais ao Estado. Essa verdade foi constatada ontem pelo Diário de Natal ao confirmar a existência de uma velha carta de aforamento, datada de 1920, onde a Sra. Amélia Machado, a Viúva Machado, é dona de pelo menos 600 hectares, desde o mar até a Barreira do Inferno, nos limites com Pirangi. Na sua casa, a Viúva Machado não pode falar sobre suas terras, mas familiares confirmaram que encontraram a velha carta de aforamento e que a Prefeitura e o Governo do Estado já estão informado. O advogado da família, Sr. César Cabral, vai discutir o assunto com o Governo do Estado, em termos de indenização, já que a própria família defende a preservação da área apoiando o Diário de Natal.”

Confira a reprodução da matéria

O Morro do Careca e parte da Barreira do Inferno são de propriedade da Sra. Amélia Duarte Machado, de acordo com velhos documentos dos idos de 1920, que comprovam o título de posse de uma área de cerca de 600 hectares, no trecho entre a praia de Ponta Negra e o município de Eduardo Gomes (atualmente Parnamirim). Por se encontrar enferma — submeteu-se a uma cirurgia no fêmur e seus 94 anos não permitem maiores esforços, a Sra. Amélia Machado não pôde atender a reportagem do Diário de Natal, no seu casarão estilo neoclássico, ao lado da igreja do Rosário. Alguns parentes, contudo, afirmaram que “as terras são da viúva Machado”.

O problema da posse do Morro do Careca surgiu há alguns meses, mas somente foi denunciado há menos de 60 dias, por uma solicitação do Sr. Daniel Gosson, junto ao Departamento de Divisão de Terras da Secretaria da Agricultura. Pretendia o requerente executar um projeto de “reflorestamento” no local. Com a ameaça de graves prejuízos à ecologia da cidade, o governador Tarcísio Maia declarou que não permitiria mais nenhum tipo de construção ao longo dos Morros de Natal, e que todas as terras seriam consideradas de interesse público. Àquela data, o governador ainda não sabia que as terras pertenciam à Viúva Machado.

Segundo informações de alguns parentes da Viúva Machado, antes de solicitar a carta de aforamento o Sr. Daniel Gosson entrou em contatos com a proprietária das terras, querendo fazer um negócio. Nenhum negócio foi feito nem os documentos mostrados ao interessado, que imediatamente entrou com o requerimento, pois acreditou que as terras pertenciam ao Governo do Estado. Quando todos acreditavam que o problema do Morro do Careca havia sido solucionada, a Sra. Amélia Machado buscou em seus velhos documentos algumas plantas daquela área e constatou que as terras lhes pertencia, como também grande parte da Barreira do Inferno. O advogado Sr. César Cabral está de posse de todos os velhos documentos. Pretende a família acertar tudo com o governador Tarcísio Maia, “sem conflitos de interesse, pois não somos políticos nem estamos com intenção de brigar desnecessariamente”, declarou o Sr. Humberto Micussi, filho adotivo da Viúva Machado, acrescentando que “sabemos da necessidade de preservar aquela área verde. O governador está certo”.

O advogado César Cabral, que se encontra em viagem, logo que retorne encontra em viagem, logo que retorne entrará novamente em contato com o Sr. Luiz Liberato, responsável pelo Departamento da Divisão de Terras da Secretaria de Agricultura do Estado, visando à realização de uma reunião com o governador do Estado, quando então seria definida qual a solução para o impasse.

Informaram ainda os parentes da Viúva Machado que a maioria daquelas terras pertencia à família, mas algumas áreas foram loteadas, há alguns anos. Em nenhum momento, pensou-se em lotear o Morro do Careca para fins imobiliários, nem mesmo com as ofertas feitas pelo Sr. Daniel Gosson. Preferiram esperar mais alguns tempos. Relembra o Sr. Humberto Micussi que há muito anos, “quando o Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales ainda era padre”, uma considerável área foi doada pela família Machado, ao então padre, para ele construir um local para retiros religiosos, que tempo depois também seria transformado em casa de Hóspedes. As terras realmente pertencem à Sra. Amélia Duarte Machado, segundo os velhos documentos. O governador Tarcísio Maia foi taxativo em declarar que toda a área seria considerada de interesse público. A área vive constantemente ameaçada pela invasão de posseiros e a cidade necessita de áreas verdes, para que sua ecologia não seja prejudicada.

Somente com a chegada do advogado da Viúva Machado e do governador Tarcísio Maia, – este último se encontra em Brasília, onde manteve contatos com o presidente Ernesto Geisel – é que será solucionado o caso do Morro do Careca. “Solução?”. Encontraremos nos contatos, que vamos manter com o governador. Só não queremos criar conflitos, concluiu um dos parentes.

Na verdade, a Viúva Machado foi tapeada

Matéria publicada no Diário de Natal afirma que as terras realmente eram do Estado e a Viúva Machado não teria o direito as terras:

Mesmo que a Sra. Amélia Machado tenha documentos que comprovem a posse do Morro do Careca e parte das terras da Barreira do Inferno, a gleba pertence ao Estado, porque nenhum tributo foi pago pela família, desde que conseguiu a carta de aforamento, no início do século. Segundo o secretário da Agricultura, Sr. Moacir Duarte, as terras devolutas mesmo que estejam aforadas só prevalece o direito de aforamento visando a utilização agro-pastoril. “O aforamento configura apenas o domínio útil da gleba e não o domínio pleno”, disse. Hoje as terras do Morro do Careca pertencem, portanto, ao Governo do Rio Grande do Norte. Além disso, tanto que a fiscalização para impedir a subida do morro tem o monitoramento da Polícia Ambiental e o Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (IDEMA).

A Praia de Pipa no Rio Grande do Norte está redobrando os esforços para atrair visitantes de Portugal, aproveitando a recente ampliação dos voos da TAP Air Portugal para a região. Uma colaboração entre o Movimento Preserve Pipa, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN) e a Prefeitura de Natal foi formada com o objetivo de impulsionar e fortalecer o turismo proveniente do país europeu.

Esta ação estratégica ocorreu em resposta ao anúncio da companhia aérea portuguesa, que aumentou o número de viagens semanais entre Lisboa e Natal de cinco para sete, proporcionando um voo direto todos os dias. A mudança foi confirmada na semana passada.

Dois profissionais renomados da mídia portuguesa, Miguel Leitão, coordenador e repórter da TVI, e Inês Simões, apresentadora e comentarista, visitaram a Praia de Pipa entre os dias 5 e 7 de agosto. Eles tiveram a chance de experimentar as atrações exclusivas da região de Tibau do Sul, desfrutando da gastronomia local em diversos restaurantes, participando de passeios exclusivos, como uma aventura de quadriciclo e um passeio de canoa havaiana na Lagoa de Guaraíras durante o pôr do sol, além de aproveitar os serviços da hotelaria local.

Wanderson Borges, cofundador do Preserve Pipa, destacou que a iniciativa foi planejada com o foco em reacender o interesse dos turistas portugueses na Praia da Pipa. Ele comentou: “O público português adora Pipa. Durante muitos anos, eles foram o nosso principal cliente internacional. Neste projeto, trouxemos jornalistas e influenciadores do país para alcançar diretamente o público final e reacender o desejo de desfrutar das nossas belas atrações.”

Esta medida demonstra um compromisso em resgatar a vital conexão turística entre Portugal e a Praia de Pipa, e sinaliza uma tentativa promissora de revigorar o turismo na região em meio à expansão da conectividade aérea.

A expressão “Papa Jerimum,” usada para se referir aos habitantes do estado do Rio Grande do Norte, tem sua origem na época das Capitanias Hereditárias. A expressão “Papa-Jerimum” pode trazer à mente imagens da culinária e cultura do Rio Grande do Norte, mas o maior folclorista do Brasil, Luís da Câmara Cascudo, oferece uma perspectiva surpreendente. Segundo Cascudo, o jerimum nunca foi um alimento característico do Rio Grande do Norte. Durante muito tempo, o estado comprou a abóbora de seus vizinhos, Paraíba e Pernambuco.

Na segunda metade do século XVIII, uma prática econômica notável emergiu em várias regiões do Brasil: o uso de alimentos como moeda de troca. Esta forma de comércio ilustra a diversidade e a criatividade das economias locais da época, adaptando-se às realidades e recursos disponíveis em cada estado. Nos estados do Maranhão e Ceará, o novelo de algodão fiado foi utilizado como moeda de troca durante esse período. O algodão, então uma commodity significativa, tornou-se mais do que apenas uma matéria-prima para tecidos; ele representou um meio tangível de troca no comércio diário. Mais tarde, a farinha de mandioca também assumiu esse papel, refletindo sua importância na dieta e na economia local.

Ainda mais ao norte, no estado do Pará, a moeda de troca assumiu uma forma ainda mais curiosa: pacotes de ovas de tainha. As ovas de tainha, um recurso marinho valorizado, não apenas serviam como alimento, mas também como um meio de troca em um sistema econômico único. Esses exemplos ilustram a maneira inventiva e adaptável com que diferentes regiões do Brasil responderam às necessidades econômicas da época. A utilização de alimentos como moeda de troca não era apenas uma curiosidade histórica, mas uma solução prática e culturalmente significativa para as comunidades que exploraram esses métodos.

O estudo dessas práticas oferece uma janela fascinante para a vida econômica e social do Brasil durante o século XVIII, destacando a complexidade e a riqueza das tradições locais que continuam a moldar a identidade nacional até hoje.

Segundo Câmara Cascudo, o termo nasceu durante a “desastrada” administração de Lopo Joaquim de Almeida Henriques, que governou a capitania do Rio Grande entre 1802 e 1806. Sua gestão foi marcada por controvérsias e decisões questionáveis, culminando em sua exoneração. O episódio que selou o destino de Henriques foi sua ordem de retirada imediata, emitida pelo Capitão-General de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro. Esse momento histórico deixou uma marca duradoura na memória cultural da região, dando origem à expressão “papa-jerimum.”

Diz-se que Lopo Joaquim “mandou fazer roçados de mandioca pela tropa em lugares por onde hoje se estende a cidade, e plantações de melancia, de que tirava a parte do leão” (Gonçalves Dias). Lopo também teria cultivado jerimuns/abóboras.

“Não se fala em jerimum e menos ainda que o governador pagasse tropa e funcionários com os produtos de sua lavoura. Não há outra oportunidade para a criação da lenda e não existe um único documento oficial em que esse episódio seja mencionado. Puro folclore!”, cita Cascudo.

O Norte-Rio-Grandense é denominado papa-jerimum (abóbora) porque diz a lenda ter sido com esse fruto que pagavam-se aos funcionários da Capitania. No ano de 1906, uma coluna provocativa no famoso Jornal Diário de Natal chamou a atenção dos leitores e acrescentou uma nova dimensão à lenda dos “papa-jerimum”. Na coluna intitulada “De meu canto”, o autor, escrevendo sob o pseudônimo “Neto”, fez uma alegação notável sobre a situação política local. Ele publicou a pretensão do então governador Pedro Velho de pagar aos funcionários com salários em atraso usando jerimuns, uma alusão clara ao polêmico presidente de província Lopo Joaquim, citado anteriormente. Essa comparação não era apenas uma crítica à administração de Pedro Velho, mas também uma referência irônica à história associada a Lopo Joaquim.

Então o apelido pegou e vive até hoje. O folclorista conta que Francisco Gomes da Rocha Fagundes (conhecido como Chico Gordo), senador pelo Rio Grande do Norte em 1899, ouviu em pleno Senado a piada do “jerimum fiduciário”. O senador deu uma resposta feliz: “Paga com jerimum, mas paga! E o Estado de V. Excia. fica devendo!”.

A ligação exata entre essa administração e a expressão permanece um assunto de especulação e debate. No entanto, a análise de Cascudo nos leva a uma compreensão mais profunda do contexto e da complexidade dos eventos da época. Em vez de uma simples alcunha, “papa-jerimum” se tornou um símbolo de uma era e de um governo específico, refletindo as tensões e os desafios políticos do Rio Grande do Norte no início do século XIX. É um lembrete da maneira como as palavras e as expressões podem capturar e preservar momentos cruciais da história, tornando-se parte da identidade cultural de uma região.

Alecrim representa um dos bairros mais populares e antigos na cidade de Natal, a capital do estado brasileiro do Rio Grande do Norte. Com a reputação de ser um verdadeiro núcleo de comércio popular da cidade, é amplamente reconhecido e frequentado pelos moradores locais. Se você não encontrou no Google, certamente encontrará no Alecrim.

De acordo com o renomado historiador Luís da Câmara Cascudo, o bairro do Alecrim em seus primórdios era uma vasta área aberta, marcada por plantações de mandioca e milho. A região contava com apenas quatro habitações rudimentares de taipa, cobertas de palha e sem reboco, conhecidas como capuabas, espalhadas aproximadamente em uma légua quadrada.

O bairro já teve diversos nomes ao longo de sua história, como Refoles, Alto da Santa Cruz e Cais do Sertão. Uma das etapas significativas na formação do Alecrim foi a inauguração do Cemitério Público em 1856. Essa ação foi realizada pelo Presidente da Província, Antônio Bernardo de Passos, em resposta a uma epidemia de cólera que elevou as taxas de mortalidade na cidade.

Em 1882, o Presidente das províncias do Rio Grande do Norte, nomeado por carta imperial de 25 de fevereiro de 1882, de 13 de abril de 1882 a 21 de julho de 1883, Francisco de Gouveia Cunha Barreto, deu início à construção do Lazareto da Piedade, que mais tarde se tornou o Hospital dos Alienados. Naquela época, o Alecrim era uma região selvagem, atravessada pela antiga estrada dos Guarapes, que servia como rota de acesso ao sertão. A Praça Pedro II foi uma das primeiras a ser agraciada com fileiras de casas.

Há uma história de que uma senhora, conhecida como Ana Alecrim, tinha o hábito de decorar os caixões de crianças, apelidadas de “anjinhos”, com ramos de alecrim para os enterros no cemitério, o que teria dado origem ao nome do bairro. Uma outra versão atribui o nome à presença abundante da planta alecrim-do-campo na área. Entretanto, a formalização do Alecrim como o quarto bairro de Natal só aconteceu em 23 de outubro de 1911.

O desenho do bairro Alecrim começou a tomar forma sob a liderança do Prefeito Omar O’Grady. Em 1929, ele chamou o arquiteto italiano Giacomo Palumbo para esboçar o Plano de Sistematização para a expansão urbana de Natal. Diz-se que Palumbo, inspirado pela cultura americana, projetou avenidas e ruas amplas, numeradas de 1 a 12, alternando a numeração com nomes de figuras históricas e tribos.

A famosa feira do Alecrim teve início de forma não oficial através de José Francisco, um nativo da Paraíba residente em São José do Mipibu, na década de 1920. A feira começou funcionando aos domingos sob uma mangueira na avenida que hoje leva o nome de Amaro Barreto. Em 23 de março de 1957, Câmara Cascudo reconheceu José Francisco como o fundador da feira, mas apenas no ano seguinte, a Câmara Municipal de Natal aprovou uma lei para sua operação, com uma placa de bronze sendo fixada na rua Nove.

Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, a instalação da Base Naval em Natal acelerou a urbanização do bairro, atraindo pessoas do sertão e outras regiões para negócios na capital. O Alecrim foi oficializado como bairro pela Lei Nº. 251, em 30 de setembro de 1947, durante a administração do Prefeito Sílvio Pedrosa, e teve seus limites ajustados pela Lei nº. 4.330, em 5 de abril de 1993, publicada no Diário Oficial do Estado em 7 de setembro de 1994.

A cena cultural do Alecrim foi marcada pela presença de cinemas até a década de 1980, incluindo o São Luiz, São Pedro, São Sebastião, Paroquial e Olde, que foram fechando gradualmente. Durante os carnavais, a cidade se concentrava nas ruas Sílvio Pélico, Amaro Barreto e áreas próximas para assistir aos desfiles de carros alegóricos, conhecidos como corsos.

O bar Quitandinha, situado na Praça Gentil Ferreira, também faz parte da rica história do bairro. Funcionando como um ponto de encontro, especialmente para boêmios, desde os tempos da Segunda Guerra Mundial, o lugar era famoso pelas conversas que se estendiam até o amanhecer.

No início do século 20, um grupo de pessoas começou a criar residências em volta do terreno do Ministério da Guerra, improvisando moradias. O local era de difícil acesso, próximo a dunas e aos novos bairros de elite, como Tirol e Petrópolis. Mais casas surgiram ao redor do Farol, inaugurado em 1949, e da primeira estrada em direção ao morro em 1951. A ocupação das terras causou espanto na elite da época, uma vez que os novos habitantes eram principalmente agricultores e pescadores, muitos vindos de outras cidades para buscar melhores condições em Natal.

A luta pela regularização do loteamento culminou em 1951, com entidades batalhando pelos direitos dos moradores. Apesar de muitos quererem expulsar os habitantes, alegando invasão de terreno público, a verdade é que eles estavam ocupando espaços não demarcados e desutilizados. A Prefeitura de Natal só considerou Mãe Luíza como bairro em 1958, com seus limites redefinidos em 1993. A definição de bairro se deu pela Lei nº. 794, de 23 de janeiro de 1958, sancionada pelo Prefeito Djalma Maranhão, teve seus limites redefinidos pela Lei nº. 4.330, de 05 de abril de 1993, oficializada quando da sua publicação no Diário Oficial do Estado em 07 de setembro de 1994.

Mas quem foi a Mãe Luiza?

Mãe Luiza permanece uma figura enigmática, entrelaçada com lendas e tradições. Ela foi uma das primeiras moradoras da localidade, servindo como parteira ou lavadeira, conforme diferentes relatos. Ainda, prestava serviços domésticos aos soldados do quartel do exército situado nas proximidades. Sua figura é descrita com carinho pelos moradores mais antigos. Embora a descrição de Mãe Luiza possa variar, sua presença na memória coletiva é palpável. Ela é vista como uma mulher comum, mas seu nome permanece como um fato da memória dos mais velhos e como parte da história do lugar para os mais jovens.

O bairro de Mãe Luiza representa uma fascinante tapeçaria de histórias, lutas e uma misteriosa mulher cujo nome o batiza. A trajetória do bairro desde suas humildes origens até sua regularização legal é um testemunho da resiliência e solidariedade de sua comunidade. A figura de Mãe Luiza, embora envolta em mistério, reflete o caráter humano e acessível da comunidade, oferecendo uma janela para um passado que ainda ressoa nas vozes e corações dos moradores. Seu legado, embora simples e despretensioso, é uma lição de humildade e amor, eternizada na geografia de Natal e no coração de seus moradores.

Seus contornos, porém, são feitos não de traços definidos, inequívocos. Pelo contrário, ele se constrói a partir de uma identidade que se espalha: “Tenho o corpo italiano/ O nascimento no Brasil/ A alma lusitana/ A mátria africana”. Desenraizada, portanto, como afirma no instante seguinte: “E em tudo o que faço sou não mais do que impostora”.

Ao longo da faixa de abertura, “Prova dos nove”, e dos 38 minutos do disco, Adriana confirma e desmente — em meio a canções de amor, de fim de amor, de cantada, de luto, de espelho — sua condição de “impostora” desenraizada.

Confirma, ao se recusar a assumir um caminho único, uma cara só, seja em música ou em poesia: “I’m formless”, canta ela a certa altura. E desmente, ao se enraizar na identidade que se ergue a partir da errância: a diáspora negra refletida no funk carioca e no maxixe à la Oito Batutas; os pífanos que se derramam pelo Nordeste a partir de culturas indígenas; a lira grega que remonta à trajetória que a canção fez ao longo dos séculos até chegar aqui; o sangue judeu, sefaradi, do qual se descobriu herdeira e que menciona em dois momentos do disco; os violões que ela usa no disco, carregados de história (um pertenceu a Nara Leão, outro a Orlando SIlva); o título da instalação de Lygia Clark (“A casa é o corpo”) que ela transforma em verso-lema. — A minha escolha é errar — diz a compositora, explorando a ambiguidade do verbo, que guarda o sentido de “andar sem destino” e de “cometer erro”. — O meu nome não é escolha minha. Nascer no Brasil não é escolha minha. Ter sangue judeu não escolha minha. A minha escolha é a escolha modernista pela alegria. Adriana faz referência à frase de Oswald de Andrade no “Manifesto Antropofágo”: “A alegria é a prova dos nove”. Em sua canção “Prova dos nove”, ela afirma exatamente “a crença na alegria como prova dos nove”, reiterando sua condição de herdeira do modernismo da Semana de 22. Como fez tantas vezes, aliás, ao longo de sua carreira — o show “A Mulher do Pau-Brasil”, de 2018, é apenas o exemplo mais evidente. “Errante” é marcado pela escolha pela alegria, a despeito das canções (poucas) que carregam o peso da tristeza. Até porque o disco responde ao desejo da expansão de Adriana, um reflexo natural ao período de recolhimento vivido entre 2020 e 2021, devido à pandemia. Ao contrário de “Só”, seu disco de 2020 que sublinhava aquela solidão enquanto ela era vivida, “Errante” quer, desde seu título, a porta afora.

Esse espírito se mostra não apenas nas canções, quase todas compostas a partir de 2020. As sessões de gravação, realizadas no estúdio da gravadora Rocinante (isolado em Araras, na serra fluminense, cercado de Mata Atlântica), eram a celebração do encontro represado. Afinal, “Errante” é o que se chama de um “disco de banda”. E por banda, entenda-se Adriana (violão e voz), Alberto Continentino (baixo, piano e lira), Davi Moraes (guitarra e violão) e Domenico Lancellotti (bateria e percussão), com o reforço dos sopros de Diogo Gomes, Jorge Continentino e Marlon Sette. Instalados na casa-estúdio, convivendo diariamente, os músicos construíram juntos com a cantora a sonoridade do álbum, num diálogo essencialmente musical:

— Eu mostrava a canção e eles se colocavam sem a gente falar nada — explica Adriana. — Não tem assembleia, não ficamos combinando quantas vezes fazemos o refrão, essas coisas. O Alberto costuma dizer que depois que eu apresento a música pra eles, ficamos todos esperando o Domenico falar: “Bicho!” (imita, em tom de “eureca!”). Aí cada um vai pro seu lugar e começamos a tocar (risos). É um sonho. Tudo muito espontâneo.

“Prova dos nove” abre o disco lançando pro ouvinte essa intimidade e essa liberdade vivida em Araras. Sua base é um tamborzão delicada e anarquicamente desconstruído em bateria, percussão, drum machine, baixo, piano, violões, lira, trombone, oboé, trompete e sax barítono. Sua melodia, porém, flutua sobre o funk, quase alheia, mas em diálogo com ele.

Ao fim, a batida funk se desloca na direção de outros bailes, localizados em algum lugar entre os anos 1920 e os 1970. Poucos segundos depois, a alegria, prova dos nove, se materializa nas sonoras gargalhadas dos músicos e de Adriana. Introduzida pelo som de pássaros gravados em Los Angeles por por Mario Caldato (que assina a mixagem do álbum), “Larga tudo”, faixa seguinte, é samba-de-roda buliçoso, com direito a prato-e-faca e harmonia tradicional do gênero, centrada em dois acordes. Evoca o Recôncavo Baiano e a Gamboa, maxixes de Ernesto Nazareth arranjados por Pixinguinha, tudo servindo de terreno ao convite sedutor para que a pessoa a quem o canto se dirige largue tudo e compartilhe com a cantora “a eternidade desta madrugada”. A eternidade errante, portanto, que se materializa ainda mais nitidamente nos últimos versos: “Que quando chegar a alvorada eu já vou na estrada/ Que é o que me leva”. As batidas no tamborello (instrumento do sul da Itália, com ecos da península ibérica e do mundo árabe) em “Quem te disse?” lançam outras geografias na natureza estradeira de “Errante”. Na letra, A identidade, enquanto marca definidora, é vista como desimportante frente ao amor: “Não me quer porque sou branca/ Não me quer eu não sou moça/ Não me quer por ser mulher/ (…) Se eu não fosse sefaradi/ Novinha, quem disse que o amor vê diferenças”.

Em sua perspectiva feminina sobre o ambiente do samba, “Levou para o samba a minha fantasia” remonta ao disco “O micróbio do samba”, de 2011 — apesar de ter sido composta bem depois. Adriana a escreveu logo antes da quarentena, no carnaval de 2020, por isso, ela mesma nota, parece de “outra época” (“Antes de tudo”, nota a cantora). No instrumental, aparece o mesmo trio da turnê de “O micróbio do samba” — Alberto, Domenico e Davi, aqui acompanhados do trombone de Marlon. No samba picotado pela guitarra de Davi e pelo ritmo de Domenico, o piano de Alberto trafega como o piano de Cristóvão Bastos nos momentos mais soltos do álbum “Nervos de aço”, de Paulinho da Viola.

O rock chacundum “Era isso?”, construído sobre o violão de samba de Adriana, dialoga emseu vigor com o amor-combustível descrito com perplexidade na letra: “Era isso o amor?/ Era isso?/ Arder, arder, queimar/ Consumindo-se em seu umbigo?”. Adriana conta que ela nasce das reflexões do Camões lírico, do “amor é fogo que arde sem se ver”. Os versos, no desespero que antecede a cinza, ameaçam o alvo do amor que desaparece no fogo: “Vai sentir minha falta/ Vai notar as noites rodando tontas sem passar”. Postada no centro de “Errante” (há cinco faixas antes dela e cinco depois), “Lovely” é central também para o conceito do álbum. É de sua letra em inglês o verso “I’m formless”, já citado aqui, assim como outros fundamentais, como “I came from nowhere”. Ou, ainda mais fundo, “I can be whoever you want me to be”. Posso ser qualquer um que você quiser que eu seja. A errância em estado puro, num samba de suavidade traçada pela flauta de Jorge e pelo bandolim do convidado Rodrigo Amarante. “Jamais admitirei” soa, em seu arranjo, como areia movediça, uma espiral puxada pela gravidade do baixo. Sua letra se afina na mesma frequência grave, em sua poesia de ausência, luto. A certa altura, os pífanos se contrapõem em voo agudo, como se puxassem o chão para o alto.

O luto segue em “Reticências”, em seu andamento carregado de resignação. A intensificação e o arrefecimento da bateria são os sinais de vida e movimento no cenário estático, da mesma forma que “as cortinas em revoada” da letra. Adriana chama a atenção para o fato de que “as coisas que são de mexer não se mexem”, como nos versos: “Suas camisetas seguem nas gavetas/ As Havaianas pretas no corredor”. A rima repetida reforça o peso do tempo parado.

O xote “Pra lhe dizer” é um movimento na direção do próprio movimento. Ao anunciar o abandono de um amor (“Só pra dizer que eu vou trocar de sonho/ Eu vou mudar de você”), a canção se mostra sutil ode ao errar — no duplo sentido do verbo. O movimento aqui não se guia pela certeza e, mais que isso, prescinde dela (“se não me engano me enganei”, diz o verso, sem almejar a infalibilidade). A certeza que existe é a da errância: “Que o caminho é feito daquilo que se andar”. Bossa nova com ares de samba-canção e vice-versa, “Horário de verão” faz poesia exatamente sobre a incerteza, a impossibilidade de controle exposta no título. O horário de verão, enfim, nada mais é que uma ficção de controle do tempo por decreto. Porem, o tempo, como o amor, não se controla: “Houvesse modo de fazer o amor obedecer/ Se alguém pudesse comandar o que lhe vai no coração/ Mudar as luzes de lugar/ Horário de verão/ Quisera eu não mais esperar/ Pelo que você jamais prometeu”.

“Nômade”, última faixa, amarra “Errante” com precisão — como não podia deixar de ser, desamarrando-o. Adriana parte de frases de Gilberto Gil, ditas em tom banal e ouvidas por ela ao longo da turnê que fez com ele na Europa, e do já citado título da instalação de Lygia Clark (“A casa é o corpo”). As falas de Gil (“Não tem o que não dê trabalho” e “Não visto a fama o quanto posso”) são convertidas em verso, como ela faz com a obra de Lygia, numa canção que cruza matéria escura e a “chave do hotel passado” esquecida no bolso. O arranjo carrega a tensão da ação, do deslocamento, da mutabilidade, até se desfazer, expandindo-se até a diluição de fronteiras entre a música e o silêncio. Gil é citado ainda, em “Nômade”, na reprodução de seu verso “Eu mesmo traço”, extraído de “Aquele abraço” (“Meu caminho pelo mundo/ Eu mesmo traço”). Ao ouvir que a canção dialoga ainda com outro verso de Gil, de “Back in Bahia” (“Como se ter ido fosse necessário para voltar/ Tanto mais vivo/ De vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá”), Adriana concorda: Sim, ir é ir para voltar — diz, antes de rebater, atingindo o âmago de “Errante”. — Mas estar em algum lugar também é estar para sair

Para mais informações e para comprar os seus ingressos, acesse:
https://uhuu.com/evento/rn/natal/adriana-calcanhotto-errante-11159

Duração: 80 minutos.
Classificação: 14 anos. Acesso de menores somente acompanhados dos pais ou maior responsável.

Com as ondas a baterem na costa, o vento a soprar forte e a areia a testemunhar, o cenário foi montado para duas das mais excitantes modalidades aquáticas da atualidade: o Kite Surf e o Wing Foil, que desafiam os limites dos atletas e proporcionam uma experiência inigualável. Esta nova geração de desportos náuticos está a atrair entusiastas em todo o mundo, criando uma nova onda de seguidores. A competição teve início na histórica Praia da Redinha e seguiu um trajeto emocionante até Genipabu, explorando a deslumbrante beleza da região costeira.

Após o encerramento das competições, os participantes e espectadores tiveram o prazer de celebrar o sucesso do evento na memorável Sunset Kite Race, também no Iate Clube do Natal. O pôr do sol deslumbrante foi o cenário ideal para uma festa inesquecível, que contou com a animação ao vivo da renomada banda MobyDick, garantindo música e entretenimento de qualidade para todos os presentes.

Kite Surf: a sinfonia do vento e do mar

O Kite Surf, um esporte que combina elementos do surf, parapente, wakeboarding e vela, está a crescer rapidamente em popularidade. Utilizando uma pipa especialmente projetada, os surfistas são puxados pela água, deslizando sobre as ondas com a ajuda do vento. “É uma dança com o vento”, diz João Silva, instrutor de Kite Surf local. “O controle, a liberdade e a conexão com o mar são incomparáveis.” Os entusiastas do Kite Surf podem ser encontrados em praias de todo o mundo, e as competições nacionais e internacionais estão a ganhar destaque. Escolas e instrutores especializados em Kite Surf estão se proliferando, tornando este esporte mais acessível.

Wing Foil: a nova fronteira

O Wing Foil é a mais recente inovação nos desportos aquáticos, combinando aspectos do windsurf, surf e foiling. Os praticantes usam uma prancha com uma asa de hidrofólio e um “wing” inflável, permitindo que eles deslizem acima da superfície da água. “É como voar sobre o oceano”, afirma Maria Fernandes, uma das primeiras praticantes de Wing Foil no país. “A sensação é indescritível, e a curva de aprendizado é mais acessível do que se poderia pensar.”

Ambas as modalidades estão a ter um impacto positivo nas comunidades costeiras, criando oportunidades de negócios e atraindo turistas. A sustentabilidade também está no centro da discussão, com muitos defensores trabalhando para minimizar o impacto ambiental. O futuro parece promissor para o Kite Surf e o Wing Foil. Com equipamentos cada vez mais avançados e a inclusão potencial em eventos desportivos globais, a cena está preparada para uma nova era de adrenalina e elegância sobre as ondas.

O Kite Surf e o Wing Foil são mais do que apenas esportes; são expressões de liberdade, inovação e respeito pela natureza. A sua ascensão reflete uma mudança na forma como interagimos com o oceano, e a sua crescente popularidade é testemunho de uma conexão profunda e duradoura com o mar. A aventura está apenas a começar, e a costa do Rio Grande do Norte é um palco perfeito para essa emocionante jornada.

Os primeiros habitantes da cidade de Extremoz, no Rio Grande do Norte, foram os índios tupis e paiacus, que viveram às margens da deslumbrante Lagoa de Guajiru. Em 1607, essas terras foram concedidas aos jesuítas, que se tornaram os principais responsáveis pela construção da Igreja de São Miguel. Por séculos, esse templo majestoso se ergueu como um símbolo de fé e história até ser consumido pelo tempo e pelo vento.

A história do tesouro de Extremoz é envolta em mistério. Conforme a lenda, os moradores da cidade teriam demolido a antiga Igreja na esperança de encontrar o tesouro enterrado. Infelizmente, apesar das tentativas, o suposto tesouro nunca foi descoberto, reforçando o mito e o enigma que hoje cercam as ruínas da Igreja. O mistério do tesouro perdido continua a intrigar tanto os habitantes locais quanto os visitantes. As ruínas da igreja são um lembrete constante da busca insaciável por riqueza que, segundo a lenda, acabou por destruir o próprio templo.

A lenda do tesouro de Extremoz tornou-se um elemento essencial da identidade cultural da cidade, uma narrativa que ressoa através dos séculos e inspira a imaginação daqueles que a ouvem. Apesar das várias escavações e pesquisas realizadas ao longo dos anos, o tesouro permanece oculto, talvez esperando ser descoberto por um aventureiro sortudo ou destinado a permanecer como um mito, alimentando a lenda da cidade de Extremoz.

A cidade de Extremoz é hoje um lugar repleto de encantos e histórias, onde o passado e o presente coexistem harmoniosamente. As ruínas da Igreja de São Miguel e a lenda do tesouro escondido adicionam um toque de mistério à sua atmosfera, tornando-a um destino irresistível para aqueles que buscam uma experiência cultural rica e um encontro com o folclore brasileiro.

Para os poetas e sonhadores da cidade, a Chanana tem mais charme quando escrita com “x”, transformando-se em “Xanana”. A rica herança cultural desta palavra é trazida pelo Professor Daladier da Cunha Lima, que lembra: “Os poetas têm percepções que os simples mortais não têm”. Originária da América Tropical, a “Turnera ulmifolia L.” é uma planta robusta e rústica que floresce ao longo do ano. Suas flores, branco-amareladas ou amarelas, abrem-se principalmente no período da manhã, enchendo as ruas de Natal com uma explosão de cor viva e vibrante.

No entanto, apesar de sua rusticidade, a chanana não tolera a geada. É mais comum vê-la em terraços e maciços, prosperando sob o sol quente de Natal. Multiplica-se com facilidade através de estacas e sementes, até ao ponto de ser considerada uma planta invasora em algumas áreas. Além de seu apelo estético, a Turnera ulmifolia também é conhecida por suas propriedades medicinais. É utilizada na medicina popular como antinflamatório, antidepressivo e calmante, devido à produção de substâncias aleloquímicas.

A escolha da chanana como símbolo de Natal foi impulsionada pelo poeta e jurista Diógenes da Cunha Lima. Em um discurso feito no Dia do Bibliotecário, 12 de março, ele enfatizou as qualidades da flor que se assemelham ao espírito da cidade: persistência, resistência, beleza e fortaleza.

“Natal é como a chanana”, declara Lima. “Uma cidade que resiste aos abusos do poder e, apesar de tudo, continua linda. Ela nunca desiste de lutar e acredita que um dia será uma cidade mais humana, com melhores condições para seus habitantes. Favorecida pela natureza, Natal é como uma mulher, com a sinuosidade de suas formas”.

Benefícios sobre o cultivo da Chanana

  • Segundo a jardinista Flávia Kremer, a chanana é uma planta que auxilia no tratamento de problemas respiratórios, pois tem ação expectorante. É comum ela ser utilizada no tratamento da bronquite;
  • A planta é conhecida por possuir propriedades antidepressivas e, dessa forma, auxilia no tratamento da depressão e da ansiedade;
  • A flor melhora a função digestiva do organismo, pois tem propriedades que auxiliam na digestão. Além disso, o seu uso previne, por exemplo, a prisão de ventre;
  • Uma característica comum das chananas está na ação antibacteriana e anti-inflamatória. A planta pode auxiliar na melhora de infecções do trato urinário;
  • Por fim, ela possui propriedades afrodisíacas, que auxiliam no aumento da libido sexual, melhorando também a impotência masculina.

A Chanana oferece muitos benefícios para a saúde e deve ser consumida apenas sob orientação médica. Dessa forma, você irá utilizar as suas propriedades medicinais de forma segura.

Hoje, a Chanana cresce livremente por toda Natal, um testemunho da resistência e beleza da cidade. Ela é um lembrete diário da força e da resiliência dos natalenses, um símbolo da cidade que floresce cada dia sob o sol nordestino.

O Rio Grande do Norte, com suas águas cristalinas e rica biodiversidade, possui dezenas de pontos de mergulho. Cada localidade possui sua própria magia e singularidade, criando uma experiência de mergulho diversificada e encantadora para todos, desde novatos até os mais experientes. Cada um desses locais oferece uma experiência única e inesquecível, fazendo do Rio Grande do Norte um verdadeiro paraíso para os entusiastas do mergulho.

Abaixo, exploramos alguns desses pontos excepcionais:

Arabaianinha: Ideal para mergulhadores iniciantes, Arabaianinha oferece uma bela visão de recifes e jardins subaquáticos. A vida marinha é intensa, onde é possível observar desde pequenos peixes coloridos até tartarugas marinhas. O monte de arenito, adornado por corais e esponjas, é pontilhado de pequenas cavernas e passagens que atraem vastos cardumes de peixes vibrantes. Situado a 7 milhas de Natal, esse local é um ponto de mergulho excepcional para iniciantes, com profundidades que alcançam aproximadamente 14 metros.

Batente das Agulhas: Considerado por muitos o melhor ponto de mergulho do Brasil, aqui o mergulho é uma experiência majestosa com a presença de formações rochosas que parecem agulhas emergindo do leito marinho. O local também é conhecido por sua grande variedade de espécies marinhas. Situado a 14 milhas de distância de Natal, o local se distingue por uma imensa laje que lembra uma série de batentes. Abundantes grutas e arcos, moldados pela erosão das marés, pontilham a área, juntamente com várias colunas de arenito que evocam imagens de “agulhas”. Estas colunas são pensadas para serem troncos de árvores petrificados, que são cercados por grandes esponjas tubulares e uma rica diversidade de vida marinha. É um cenário perfeito para fotografia subaquática. A profundidade máxima do local é de 24 metros.

Laje da Criminosa, Laje da Serra e Laje da Tartaruga: Estes três locais de mergulho são conhecidos pelas impressionantes formações rochosas submarinas. As lajes abrigam uma diversidade de vida marinha que inclui diversas espécies de peixes, moluscos e crustáceos.

A Laje da Criminosa é reconhecida como um dos melhores pontos de mergulho do Rio Grande do Norte e do Brasil. Composto por um vasto recife de corais situado à beira de um canal com 45 metros de profundidade, a formação coralina ostenta um belo corredor ladeado por paredes que se elevam a mais de 10 metros de altura. Essas paredes possuem fendas que funcionam como refúgio e habitat para uma variedade de espécies, como grandes moreias verdes, lagostas e peixes de cores vibrantes. Nas cavidades no fundo, pode-se encontrar tubarões lixa e arraias descansando durante o dia. A profundidade máxima do local é de 45 metros.

A Laje da Serra também é considerada um dos melhores pontos de mergulho de Natal e do Brasil: a formação do recife de corais abrange cerca de 2.000 metros quadrados. Nesse cenário aquático, esponjas e corais trazem um toque de cor e atraem uma diversidade marinha significativa para a região, que inclui tubarões lixa, arraias e tartarugas. A profundidade máxima atinge 27 metros.

Serigado: este vasto recife de corais, que se estende por mais de 1.500 m², apresenta pequenas paredes adornadas com minúsculas grutas e passagens. O ambiente natural é perfeitamente adequado para servir como abrigo para tubarões lixa, lagostas e uma variedade de peixes. Esponjas coloridas enriquecem a paisagem do local com suas formas e cores vibrantes. A profundidade máxima aqui é de 30 metros.

Serra Nostra: caracterizado como uma grande laje em forma de serra, na Serra Nostra podemos encontrar uma grande quantidade de grutas e uma rica fauna marinha com arraias, tartarugas, moreias, lagostas e peixes diversos. É um excelente ponto para mergulhadores avançados. A profundidade máxima aqui é de 23 metros.

Existem outros pontos de mergulho incríveis no Rio Grande do Norte, como: Barreirinha, Cabeço do Marinha, Cabeço dos Meros, Canal do Cisco, Félix, Fragoso, Leme e Visgueiro, Mina de Currais Novos, Pedra do Chico, Pedra do Lima, Pedra do Velho, Serigado de Fora, Tartaruguinha, Terra Grossa, Paredão da Plataforma e tantos outros.

Mergulhar nas águas do Rio Grande do Norte é mais do que uma atividade recreativa; é uma oportunidade de se conectar com a natureza de uma maneira profundamente pessoal e significativa. É a chance de explorar um mundo que muitos de nós apenas sonhamos em conhecer. Assim, seja você um mergulhador experiente procurando uma nova aventura, ou um iniciante ansioso para explorar as maravilhas do mundo subaquático, o Rio Grande do Norte aguarda com seus braços abertos e suas águas cristalinas repletas de vida.

Para desfrutar dessa incrível aventura submarina, os mergulhadores precisam de uma certificação de mergulho devido às profundidades dos locais. As operadoras de mergulho locais oferecem não apenas o transporte para o local, mas também cursos de mergulho e aluguel de equipamentos, facilitando o acesso a essa maravilha subaquática. Nossa indicação é a operadora e escola de mergulho Acqua Divers, a única operadora 5 Star Dive Resorts da PADI no Rio Grande do Norte, que possui uma operação fantástica para todos os amantes do mergulho.