Em formato mais intimista e produzido justamente para apresentações nos principais teatros do país, “Simplesmente Roupa Nova” é sucesso de vendas e de público com diversas datas com ingressos esgotados. No Nordeste, os shows acontecem em Natal/RN (01/11 – Teatro Riachuelo Natal), Fortaleza/CE (02/11 – Teatro Riomar Fortaleza) e Recife/PE (05/11 – Teatro Guararapes).
A venda de ingressos, nas capitais do Rio Grande do Norte e Ceará, será realizada por meio da plataforma uhuu.com. Já na capital do Pernambuco, as entradas estarão disponíveis pelo site Sympla.com.br.
Ovacionados por onde passam, Cleberson Horsth, Ricardo Feghali, Kiko, Nando, Serginho e Fábio Nestares, trazem no repertório grandes sucessos como “Dona”, “A Viagem”, “Os Corações não são iguais”, “Coração Pirata”, “Linda Demais”, entre tantos outros, além de momentos de interação e aproximação com o público, relembrando momentos marcantes da carreira.
Este novo projeto do show Roupa Nova percorrerá as principais cidades do Brasil e promete reativar memórias e reviver grandes emoções, com uma história de clássicos que fazem parte da memória afetiva dos fãs.
Com exposição de várias espécies de orquídeas, incluindo a nativa Cattleya Granulosa, uma orquídea ameaçada de extinção e nativa do litoral nordeste, concursos e palestras sobre a planta, na 29ª edição da Exposição da Associação Orquidófila do Rio Grande do Norte (ExpoSorn), que acontece nos dias 25 a 27 de agosto, no Parque do Museu Câmara Cascudo, no Tirol. A entrada é aberta gratuitamente ao público que poderá também, comprar orquídeas no local.
Na sexta-feira, dia 25 de agosto, a partir das 9h, o espaço estará aberto ao público para visitação, jogos interativos com sorteio de orquídeas e votação técnica da mais bela orquídeas (por categoria). Além disso, uma palestra sobre manutenção de bonsais, que acontece às 14h30, pelo especialista na técnica, José Martins Fernandes. “Na palestra será tratado desde o como comprar bem um bonsai a espécies e como cultivá-lo”, pontua a presidente da associação, Gisélia Maria.
O público pode aproveitar a oportunidade para saber mais sobre cuidados com a planta e seu cultivo. Além disso, “podem admirar a beleza das flores”, ressalta Alciomar Cerqueira, diretor técnico da Sorn. Cerca de 15 orquidófilos, locais e de outras regiões, vão participar da mostra. E mais, colecionadores da planta estarão no local, bem como produtores de mudas e plantas adultas.
No sábado, 26/08, das 9h às 17h, e no domingo, de 9h às 16h30, o visitante além de poder comprar Orquídeas e assistir gratuitamente a palestras, irá conferir a exposição e contemplar as plantas premiadas pelo corpo de jurados técnico e da Exposorn, eleita pelo público.
Programação
5 de Agosto, às 14h30: Palestra “Manutenção de Bonsais” – Por José Martins Fernandes.
26 de Agosto, às 10h: Palestra “Cultivo de orquídeas em tronquinhos” – Por Fabiola Pons.
Às 15h: Palestra “Híbridos de Brassavola, cultivo no Nordeste” – Por João Maria Pontes e Antônio de Souza Marinho.
27 de Agosto, às 10h: Palestra: “Cultivo básico de orquídeas” – Por Auciomar Cerqueira
Quando os militares americanos chegaram a Natal em 1942, durante a efervescência da Segunda Guerra Mundial, encontraram uma cidade com uma população de 55 mil habitantes e apenas um refúgio noturno: o cabaré de Maria Boa. Maria Oliveira Barros, figura emblemática daqueles tempos, nasceu em 1920 em Remígio, uma localidade próxima a Campina Grande.
Na metrópole, a jovem Maria contribuía com a economia familiar, comercializando produtos na feira sob a supervisão de seu pai. Foi nesse cenário que ela ganhou o apelido de “Boa”. Enquanto alguns alegam que o apelido derivou de sua amabilidade com os frequentadores da feira, outros acreditam que ele fazia referência à sua notável beleza. Era uma mulher muita bonita e que chamava à atenção pelos seus lindos cabelos pretos e longos. Porém, esse pseudônimo não agradava ao seu pai, mas certamente a destacava aos olhos dos jovens da região. Muitos paravam em sua barraca apenas para admirá-la. Um desses jovens, particularmente, conquistou seu coração. Infelizmente, após seduzi-la e romper sua inocência, ele se recusou a casar-se com ela sob a justificativa de buscar alguém de um status social superior. Sentindo-se traída e com sua honra manchada, Maria enfrentou a rejeição de seu pai, que a expulsou de casa.
De forma abrupta, a jovem, outrora vista como exemplar e virtuosa, teve sua reputação manchada por uma única escolha. A menina do interior, antes admirada por sua beleza e postura reservada, foi estigmatizada por um único incidente. Seu pai, buscando manter sua imagem de homem honrado diante da sociedade, adotou uma postura rígida e condenatória, afirmando que não toleraria tal “desonra” em sua casa.
Ela mudou-se para João Pessoa por volta de 1935, onde inicialmente trabalhou em uma tipografia como secretária. No entanto, não levou muito tempo até que ela se encontrasse no mundo da prostituição. A narrativa de sua chegada a Natal é contada de maneira variada pelos historiadores. Por exemplo, Gomes de Melo sugere que ela já atuava em um bordel quando Madame Georgina, proprietária da Boate Estrela em Natal, ouviu falar de sua notoriedade e decidiu contratá-la. A estreia de Maria Boa na Estrela foi um evento marcante. Madame Georgina investiu pesado em seu vestuário, acessórios e na ambientação musical para fazer uma apresentação memorável aos frequentadores do local.
Naquela noite, ela cruzou o caminho de um dono de engenho e também funcionário público, que ficou encantado por ela. Ele passou a prover financeiramente para Maria e a visitava com frequência na Estrela. Meses depois, Maria descobriu que estava grávida. Ao saber da gravidez, o amante reagiu de forma violenta, agredindo-a de forma que resultou em um aborto. Profundamente traumatizada, Maria se distanciou da Boate Estrela e cortou laços com Madame Georgina.
O começo do empreendimento de Maria Boa em Natal
Na década de 1940, com sua perspicácia empreendedora, Maria identificou que Natal carecia de um espaço onde os homens locais pudessem se entreter, desfrutar de música, teatro, bebidas e conversas, acompanhados por mulheres elegantes e charmosas. Assim, ela decidiu inaugurar seu próprio cabaré, não se limitando apenas à prostituição, mas a um ambiente rico em apresentações culturais, como o teatro de revista, servindo também como ponto de encontro para os jovens da cidade. Com a chegada dos soldados americanos devido à Segunda Guerra, Maria Boa reconheceu uma oportunidade, ciente de que esses visitantes estariam dispostos a investir em tais diversões locais. Dessa forma, em parceria com um amigo, ela estabeleceu seu empreendimento na Rua Mermoz, situada na Cidade Alta.
Maria Boa valorizava a educação e cultura de suas funcionárias. Frequentemente, investia em livros para elas e financiava ingressos para teatros e concertos. Era comum avistá-la acompanhada de suas garotas em exposições artísticas. As mulheres contratadas para o cabaré eram selecionadas não apenas por sua beleza e elegância, mas também por sua perspicácia intelectual. No estabelecimento de Maria Boa, era esperado que elas pudessem engajar os homens em conversas estimulantes, o que, além de entreter, incentivava-os a prolongar sua estadia, consumindo mais alimentos e bebidas no bar, antes de se dirigirem aos quartos para finalizar a noite.
Com sua crescente fama, questionaram Maria Boa sobre o motivo de receber tanto respeito em Natal, considerando que era proprietária de um cabaré, tipo de estabelecimento que, apesar de ser frequentado secretamente, era publicamente estigmatizado. “Natal me respeita porque eu respeito Natal”, teria respondido Maria, conforme relatos populares.
Durante o apogeu do cabaré de Maria Boa, nas décadas de 50 e 60, acredita-se que entre 50 e 70 prostitutas atuavam no local. Eram carinhosamente referidas como “As meninas de Maria”, alcunha popularizada pelo historiador Luís da Câmara Cascudo. Estas mulheres vinham de diversas regiões do Brasil, muitas delas com trajetórias que espelhavam a da própria Maria – que, vale ressaltar, era vista menos como uma mera cafetina e mais como uma figura matriarcal. Muitas eram expulsas de seus lares por desafiar normas morais tradicionais. Maria as encontrava por meio de contatos feitos no cabaré ou era diretamente procurada, dada a reputação de seu estabelecimento como um dos cabarés mais renomados do Brasil.
O espaço concebido por Maria Boa rapidamente ganhou reconhecimento, atraindo tanto os locais quanto os americanos que desembarcavam na cidade. Sua fama se estendeu ao ponto de ser homenageada em aeronaves que decolavam da Base Aérea de Natal, com algumas exibindo pinturas com seu retrato. Inclusive, um desses aviões recebeu seu nome como batismo.
A história de Maria Boa é uma mistura de uma realidade difícil, empoderamento feminino e a capacidade humana de superar desafios. Sua vida e legado continuam a inspirar gerações, servindo como um lembrete da rica tapeçaria cultural que compõe a história do Rio Grande do Norte. Maria Boa não é apenas uma lembrança de uma era passada, mas também um testemunho da resiliência, determinação e espírito empreendedor de uma mulher à frente de seu tempo.
Em 22 de agosto, celebra-se o Dia do Folclore. Luís da Câmara Cascudo, renomado folclorista brasileiro, define o folclore como a cultura popular solidificada pela tradição. Trata-se de uma tapeçaria de conhecimentos, crenças e práticas enraizadas no valor emocional que detêm para as comunidades. Contrariamente à percepção de muitos, o folclore não é um relicário do passado. Ele está em constante evolução. Contudo, novos componentes que se juntam a esta cultura frequentemente adotam uma aura de tradição para sua aceitação. Elementos obsoletos ou que perderam sua relevância são naturalmente descartados. Portanto, o folclore é uma entidade viva, sempre em metamorfose.
Cobras da Lagoa de Extremoz
No final do século XVI, estabeleceu-se o aldeamento de São Miguel do Guajiru. Em 1760, essa localidade foi elevada à categoria de primeira vila do estado. No entanto, em 1855, o centro administrativo do município foi transferido para a localidade de Boca da Mata. Essa última então recebeu o status de vila e foi renomeada para Ceará-Mirim. Como consequência dessa transição, Extremoz foi relegada ao esquecimento, tornando-se uma aldeia quase fantasma, cercada de histórias e lendas. Dizem:
“No tempo dos frades, a lagoa era povoada por duas cobras enormes. Uma, muito feroz e atrevida, devorava os banhistas e quem atravessasse a lagoa se devia pegar com S. Miguel para que a cobra não viesse agarrá-lo. Especialmente as crianças eram as vítimas preferidas pela fome inextinguível do ofídio. A outra cobra era mansa. Limitava-se a assobiar tristemente nas tardes em que seu companheiro nadava perseguindo os incautos.
Que cobras eram estas? Foram duas crianças pagãs que os indígenas jogaram dentro da lagoa, a conselho dos pajés, para que os padres não as batizassem. Viraram cobras e estavam cumprindo penitência.
Num domingo, depois da missa, um padre missionário veio até a margem da lagoa e falou em nome de Deus, todo poderoso. Intimou-as a comparecer na igreja, naquela tarde, às horas da benção do Santíssimo Sacramento. A cobra fêmea, tardinha, saiu da lagoa, arrastou-se, repelente e viscosa, ára a vila, espavorindo quem a avistava. Atravessou a praça e enrolou todo o edifício da igreja com seu imenso corpo reluzente, juntando a cabeça e a cauda na soleira da porta principal. Do altar-mor, paramentado, o Vigário admoestou-a à santa obediência e, erguendo a mão, abençoou-a. A cobra desenroscou-se, voltou, coleante e terrível, para as águas da lagoa. Nunca mais saiu nem fez mal. Vez por outra vêm seu dorso negro, sobrenadando.
O companheiro, desobediente, não veio à igreja. O padre amaldiçoou-o da porta do templo, em voz alta e em latim. A cobra excomungada nadou para o outro lado da lagoa, esgueirou-se pelo mato, ansiada e bufando como uma locomotiva, derrubando arbustos com o açoite furioso da cauda poderosa. No sítio estirou-se e morreu. Nesse local nunca mais cresceu capim e a estreita faixa de areia no meio da vegetação reproduz fielmente o contorno da serpente fantástica”. (CASCUDO, Geografia dos Mitos Brasileiros).
Fernando de Noronha poderia ser potiguar, mas é pernambucana. A ilha passou por um processo de disputa ao longo da história, foi tomada e devolvida, e por fim, continuou pertencendo ao estado de Pernambuco. Apesar de estar situada a 545 km da costa pernambucana e mais próxima, a 360 km da costa potiguar, Fernando de Noronha, um arquipélago que abrange 26 quilômetros quadrados e compreende 21 ilhas e ilhotas, pertence a Pernambuco.
O arquipélago foi descoberto pelo navegador português Fernão de Noronha ou Loronha, 1.º Senhor da Ilha de Fernando de Noronha, em 10 de agosto de 1503, por uma expedição portuguesa que navegava pela costa sul-americana. Com o tempo, Fernando de Noronha rapidamente se estabeleceu como um santuário marinho. Ao contrário do que muitos podem pensar, a ilha nunca foi parte do território do Rio Grande do Norte. Apesar da proximidade geográfica, o fato de nunca ter sido colonizada pelos potiguares consolidou seu destino fora do domínio potiguar.
As ricas águas de Noronha chamaram a atenção de potências estrangeiras. Ingleses, franceses e holandeses estiveram entre os principais colonizadores da ilha. Essas ocupações geraram uma série de conflitos territoriais, não só da ilha, mas também em partes do continente. Contudo, em 1700, o território foi oficialmente atribuído a Pernambuco, devido, principalmente, à presença dos primeiros nativos que a habitavam.
A importância estratégica de Noronha também foi sentida no século XX. Durante a Segunda Guerra Mundial e o período da ditadura militar iniciado em 1964, o arquipélago teve um papel crucial para as forças armadas brasileiras. Uma prisão edificada no século XVIII, inclusive, chegou a deter figuras notórias, como Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco e avô de Eduardo Campos, posteriormente também governador do estado.
A gestão federal sobre Noronha, em seus últimos anos, destinou cerca de 70% do arquipélago a um parque marítimo, preservado até hoje. No entanto, em 1988, o decreto federal nº 4102 foi revogado, reincorporando Noronha ao domínio de Pernambuco.
Atualmente, a administração da ilha permanece sob responsabilidade do governo pernambucano, com um administrador-geral nomeado pelo governador. O turismo, aproveitando as belezas naturais e a biodiversidade marinha, é o motor econômico de Noronha, posicionando o arquipélago entre os destinos mais desejados do Brasil.
Originalmente, o grupo indígena Tarairiú habitava os territórios que hoje correspondem aos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Estabelecendo-se nas regiões áridas da caatinga, suas habitações eram frequentemente encontradas nas margens de rios emblemáticos como o Jaguaribe, Apodi, Piranhas-Açu, Sabuji e Seridó. Foi precisamente nestes vales que a histórica Guerra do Açu se desenrolou. Importante mencionar que este povo se reconhecia pelo nome de Oxtakawane.
De acordo com estudiosos da história brasileira, os Tarairiú possuíam uma singularidade linguística entre os povos originários do nordeste. Acredita-se que estavam linguisticamente ligados ao tronco macro-jê, compartilhando essa afinidade com grupos como os Cariri. A riqueza e unicidade da cultura Tarairiú chamaram a atenção de artistas e estudiosos. O artista neerlandês Albert Eckhout foi um dos que eternizou a imagem dos Tarairiú em suas representações artísticas dos tapuias. Além dele, Elias Herckmans, na função de administrador da Paraíba na época, também contribuiu para a documentação da cultura e tradições desse povo. Sua obra “Descripção geral da Capitania da Parahyba”, publicada em 1639, é uma janela para a compreensão desse grupo indígena tão significativo para a história nordestina.
Características dos Tarairiú
Conhecidos por serem um dos grupos indígenas mais documentados da América, os Tarairiú apresentam uma rica tapeçaria cultural e social. Curiosamente, suas aldeias muitas vezes adotavam nomes baseados em suas principais lideranças, como evidenciado pelas comunidades janduí, paiacu e canindé. Analisando especificamente os janduís, observamos traços comuns que definem a cultura tarairiú. Eles eram, por natureza, semi-nômades, migrando para o litoral durante a temporada de colheita de caju, além de se dedicarem à caça e à coleta de mel.
Em termos de armamentos, os Tarairiú eram proficientes no uso de propulsores, dardos, arcos, flechas e tacapes. Também eram agricultores habilidosos, cultivando produtos como milho, fumo, diversos legumes, abóboras peculiares em formato de bilha e mandioca. Um aspecto intrigante de seu método agrícola era a fumigação das sementes e do solo durante o plantio. Socialmente, muitos grupos tarairiús eram organizados em duas metades distintas.
Rituais e costumes desempenhavam um papel crucial em suas vidas. Um exemplo é a prática de consumir uma bebida feita de sementes, que era frequentemente seguida por um estado de transe induzido pelos feiticeiros da tribo.
A culinária dos Tarairiú exibia técnicas únicas, como assar alimentos usando brasas subterrâneas. Esteticamente, tanto homens quanto mulheres exibiam longas madeixas de cabelo. Além disso, havia uma ênfase significativa em rituais de passagem, marcando a iniciação das crianças na cultura tribal por volta dos sete ou oito anos de idade.
O grupo Tarairiú, em sua configuração original, era composto por aproximadamente 22 subgrupos distintos. Valentes e destemidos, aliaram-se aos neerlandeses para resistir à colonização portuguesa durante as incursões neerlandesas em território brasileiro. Diante da tentativa de expansão portuguesa em suas terras, os Tarairiú não hesitaram em enfrentá-los. Entre 1630 e 1730, travaram intensos combates, que são vistos por muitos como a mais significativa guerra indígena ocorrida no Brasil.
Grupos afiliados dos Tarairiú
Presumivelmente
Ariú
Camuçu ou Kamaçu
Canindé
Reriú
Javó
Janduí
Jenipapo-canindé
Jenipabuçu
Paiacu
Sucuru ou Xucuru
Tucuriju
Uriú
Possivelmente
Corema
Panati
Pega
Infelizmente, a história dos povos indígenas no Brasil, incluindo a dos Tarairiú, é marcada por períodos de violência, desterritorialização e invisibilização. Com o tempo, muitos desses grupos foram exterminados ou assimilados, perdendo boa parte de sua cultura e tradições.
Hoje, iniciativas de resgate histórico e cultural buscam reconhecer e valorizar a presença e contribuição dos Tarairiús no legado do sertão potiguar. A memória deste povo é um testemunho da rica diversidade de culturas que formam a identidade brasileira e reforça a necessidade de proteção e valorização dos povos originários.
Em um contexto atual de reconhecimento dos direitos indígenas, a história dos Tarairiú nos lembra da resistência e da importância de preservar e valorizar a memória dos povos que estiveram aqui muito antes da chegada dos primeiros europeus. Eles são parte integrante e fundamental da tapeçaria cultural e histórica do Rio Grande do Norte e do Brasil.
Dez shows. Esse era o plano inicial. Mas acabaram sendo 22 apresentações. Ao todo, 600.000 pessoas passaram por um portal e viveram a experiência Titãs Encontro, reconstituindo memórias e, ao mesmo tempo, construindo novas lembranças. E, assim que soaram os últimos acordes da turnê que reúne Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto, o público demonstrou que não estava preparado para se despedir desse portal mágico. E nem os artistas! Idealizadoras da turnê, a 30e a Bonus Track Entretenimento anunciam, então, as últimas oportunidades para comparecer novamente ou para presenciar este espetáculo pela primeira vez. Agora, é Titãs Encontro – Pra Dizer Adeus. O grupo passará por cidades em que já se apresentou, mas também contemplará na agenda novos lugares.
“Desde a estreia do Titãs Encontro, sempre soubemos que este era um projeto com início, meio e fim. E não por falta de demanda, que, desde o anúncio da turnê, foi insana. Mas pela multiplicidade artística que existe em cada um dos integrantes”, comenta Guss Luveira, Vice Presidente de Marketing da 30e . “Essas novas datas serão realmente as últimas. Sem blefe, sem jogada de marketing. É, de fato, a última oportunidade ‘pra dizer adeus'”, ele complementa. Toda estrutura que fez da turnê Titãs Encontro algo revolucionário no showbiz brasileiro seguirá presente nas novas datas, como os telões de LED, as artes criadas para o espetáculo, a emocionante homenagem a Marcelo Fromer (por meio da participação de sua filha, Alice Fromer) e as músicas que marcaram gerações. O público, porém, pode esperar por novidades no repertório. “Só os Titãs seriam capazes de reunir na mesma esquina artística a música, a poesia, o teatro e o audiovisual. São esses elementos, além de toda performance, que fazem deste espetáculo algo grandioso, impactando várias gerações”, afirma Otavio Juliano, diretor artístico de Titãs Encontro, que complementa: “Os Titãs são artistas destemidos. É como o trapezista que não usa rede de proteção. Durante a turnê, percebi que, no caso deles, a rede de proteção era o público. Isso foi muito emocionante. Sem falar no legado que esse projeto vai deixar, mostrando que artistas nacionais merecem ter a estrutura que precisam para um espetáculo de alto nível”.
“Vamos matar as saudades e celebrar não apenas os 40 anos de Titãs, dos quais fiz parte nos dez primeiros, mas também os mais anos ainda de amizade” – Arnaldo Antunes
Paralisadas desde 2006, as obras do “Hotel da BRA” resultaram em um esqueleto de concreto abandonado, após alegações de prejuízo de R$ 50 milhões pelos proprietários. Apesar da determinação judicial para demolição, a empresa recorreu. Em 2008, o TRF-5 concedeu uma liminar para retomar a construção. Contudo, a Procuradoria-Geral do Município argumentou que, apesar de suspender a demolição, a decisão não revogava o embargo.
No mês de junho passado, diante da inação da NATHWF Empreendimentos S/A – a empresa responsável que deveria ter atendido à determinação – a Prefeitura de Natal, também ré no processo, propôs à Justiça que ela mesma executasse a decisão de demolir o 8º andar do prédio. Dependendo da decisão judicial, o imóvel poderá ser alienado a pedido do Município.
A Prefeitura de Natal acredita que há fortes indícios de a empresa não prosseguir com o projeto. Thiago Tavares de Queiroz, procurador-geral do Município, menciona que, após tentativas sem sucesso de contato com a NATHWF, está buscando autorização judicial. “Esse é um primeiro momento. Estamos trabalhando para ter o permissivo legal para que ele volte a tentar captar investimentos e voltar o projeto do hotel. Se o juiz der autorização, o Município vai realmente fazer a demolição desse andar”, enfatiza.
Se a demolição for aprovada, outras ações serão tomadas, afirma Tavares. “Quando se passa ali pela Via Costeira, aquilo é o sinônimo do atraso, um esqueleto daquele. Se a empresa continuar nessa inércia, a gente vai fazer com que haja as punições devidas, de repente adentrar o imóvel, fazer alienação judicial de alguém que tenha interesse em fazer a obra. O privado está prejudicando o público, toda uma cidade. Se não vier exercer o seu dever, após a demolição, o Município de Natal vai avançar com as medidas”, pontua o procurador-geral.
O conflito em torno do 8º andar do hotel iniciou-se em 2005, devido a duas ações civis públicas pelo Ministério Público Federal (MPF). De acordo com o processo, a NATHWF, que sucedeu a BRA, submeteu um projeto para uma área de 14.815 m², mas executou um completamente distinto, cobrindo 28.984 m². A construtora também começou a construção sem os devidos licenciamentos ambientais e alvarás para o novo plano, excedendo ainda o limite de altura de 15 metros estipulado pelo plano diretor daquele período.
Em 2017, a Justiça Federal ordenou que a empresa removesse o andar adicional e solicitasse o licenciamento apropriado para finalizar o hotel. O Município ficou encarregado de supervisionar o processo de licenciamento, considerando aspectos ambientais e regulamentos de construção válidos no início das obras. Contudo, entre as razões para o não cumprimento da decisão estão alegações do MPF de não ter sido notificado, tentativas de conciliação e a pandemia de Covid-19. Com a nova iniciativa da Prefeitura, o impasse do BRA parece caminhar para uma resolução.
O juiz federal Ivan Lira de Carvalho esclarece que o MPF se posicionou duas vezes acerca da situação. “São duas ações, uma pedindo que a justiça determinasse que a empresa e o município providenciassem a retirada dessa construção excedente e depois outra ação civil pública pedindo que fosse cancelado licenciamento para obra. Quer dizer, em uma pede para que seja feito uma adequação e em outra pede para que seja feita a retirada. São duas ações distintas, elas não estão conjugadas porque há distinção no que diz respeito ao pedido”, explica.”
O juiz Ivan Lira de Carvalho expressa que tem enfrentado obstáculos para encontrar representantes da empresa a fim de notificar sobre a proposta municipal. “Nós encontramos uma dificuldade de localizar o representante legal da construtora, ela tinha um preposto aqui, que visitava a nossa Vara com muita frequência, para saber o andamento, saber se precisava fazer algo, procurar o advogado. De repente, essa pessoa não é mais localizada, nossos oficiais de Justiça foram até o endereço que ela tinha cadastrado aqui, mas não encontraram. Ninguém dá notícia onde anda essa pessoa”, afirma o juiz titular da 5ª Vara Federal.
Se o destino é moldado pelas ações que tomamos ao longo do caminho, a jovem Victoria Barros, de meros 13 anos, está dando os passos certos rumo ao seu grande sonho: tornar-se uma tenista profissional e elevar o nome do Brasil nas competições mais prestigiadas do planeta.
Nascida na cidade do Natal, no Rio Grande do Norte, essa promissora potiguar já alçou voos além das fronteiras nacionais e, atualmente, aprimora suas habilidades na França, sob a orientação de Patrick Mouratoglou, treinador de renome que já colaborou com lendas do tênis, como Serena Williams. E parece que Victoria já está causando impacto: conquistou três títulos em suas primeiras três competições na Europa. Victoria conquistou o título nas três competições consecutivas em que competiu no Chipre, sendo duas em Limassol e uma em Larnaca. Aos 13 anos, superou adversárias que chegavam até os 18 anos e possuíam rankings notáveis. Apesar de sua idade, já está posicionada entre as 650 primeiras na categoria juvenil com uma extrema maturidade.
“Desde que cheguei aqui, notei uma grande evolução. Minha mãe sempre me diz: O que você pratica no treino, reproduz em jogo. Então, se sua preparação não é boa, é inútil. Se treinar diariamente, com intensidade e disciplina, naturalmente estará pronta para ótimos jogos e torneios. Reconheço a importância do ranking, mas idade ou posição não definem tudo. Eu não tinha um ranking estabelecido, mas fui lá e dei o meu melhor, assim como qualquer outra pessoa pode fazer. Seu desempenho vale muito mais do que sua reputação. Consegui ganhar os primeiros três torneios ITF, fiz uma pontuação muito boa, ganhando os três. Antes já havia a possibilidade de entrar na fundação do Patrick, e quando eu ganhei o primeiro torneio ITF eles já anunciaram oficialmente. Agora estou aqui na fundação dele.”
Com um golpe poderoso e uma inteligência aguçada nas quadras, Victoria Barros destaca sua constante concentração nos treinos, buscando aprimorar seu jogo tanto técnica quanto mentalmente. A jovem tenista de 13 anos admira Serena Williams e Roger Federer, mas também se inspira em nomes emergentes do tênis e na brasileira Beatriz Haddad Maia, que recentemente ascendeu ao top 10 de simples da WTA.
“As minhas inspirações no tênis sempre foram o Roger Federer e a Serena Williams. Infelizmente agora já deu o tempo deles, nada é para sempre né?! Então agora sou muito fã da Bia, muito fã. A Sabalenka também gosto bastante. No masculino eu gosto bastante do Alcaraz e do Holger Rune. Queria parabenizar e muito a Bia. O que ela está fazendo pelo tênis feminino brasileiro é incrível. Eu conheci pessoalmente, é uma pessoa muito trabalhadora. Tudo que ela está fazendo agora não foi fácil, exigiu muito trabalho para conseguir. Nosso tênis está evoluindo cada vez mais, o feminino principalmente, nunca foi tão famoso. A Bia agora top 10 do mundo, a Luisa e a Pigossi com a primeira medalha na Olimpíada, então o tênis está dando mais um passo agora no Brasil.”
Victoria Barros teve início no Beach Tennis
Embora seu amor seja pelo tênis, foi através do Beach Tennis, esporte com muitas semelhanças, que sua paixão se acendeu. Sempre acompanhada de sua mãe, sua principal aliada nesse início de jornada rumo ao topo, Victoria viajou pelo Brasil até cruzar caminhos com Patrick Mouratoglou, que se encantou por seu talento nas quadras. Ao relembrar sua trajetória até a França, ela valoriza cada memória e, acima de tudo, cada lição aprendida.
“Tudo começou com a minha mãe, ela sempre foi do esporte, sempre jogou vôlei, beach tennis, e eu sempre tive muito contato com ela. Foi do beach tennis que eu me interesse mais pelo tênis, fui lá na quadra conhecer e gostei do esporte, comecei a jogar. Em 2018 eu saí de Natal e fui para São Paulo, para o Instituto Tênis e lá eu fiquei oito meses, e foram oito meses muito bons, de aprendizado. Sempre com a minha mãe. Depois recebi uma proposta de Curitiba para ir ao Instituto Ícaro, e lá foram dois anos e meio, consegui evoluir, ter contato com pessoas muito boas. Depois voltei para São Paulo, para a Rede Tênis Brasil e lá fiquei cerca de um ano e meio, dois anos, e comecei a jogar torneios internacionais, a me destacar nesses torneios, ganhei meu primeiro de nível internacional – com destaque para um de atletas de 14 anos disputado nas quadras de Roland Garros -, e aí o Patrick (Mouratoglou) foi ao Brasil (em visita ao Brasil em 2021), mas no primeiro dia a gente não teve muito contato. No segundo ele me mandou uma mensagem perguntando se eu queria ir treinar com ele por uma hora e meia, e eu não ia falar não (risos). Era uma oportunidade muito grande, fui lá treinar com ele e foi assim que tudo começou. Depois de alguns torneios a gente decidiu vir pra França, foi uma decisão muito difícil, mas valeu muito a pena. Estou conseguindo evoluir bastante. Chegamos na França em janeiro, já estou no quinto mês aqui, trabalhando bastante, já consegui ganhar bons torneios. É tudo muito novo para mim, mas já estou me acostumando. Evoluindo bastante, aproveitando o momento.”
Mesmo com sua tenra idade, Victoria demonstra uma maturidade impressionante ao abordar um tema lamentavelmente persistente no mundo dos esportes: a luta contra o racismo. Negra, oriunda do nordeste e atuando em um esporte frequentemente visto como de acesso restrito, mesmo com vários projetos sociais em vigor, a jovem potiguar de 13 anos expressou suas opiniões sobre a questão e fez questão de destacar a postura de Vinicius Jr. diante das situações vivenciadas durante a temporada na Espanha.
A ascensão de Victoria Barros no mundo do tênis não é apenas uma conquista pessoal, mas também um triunfo para o esporte brasileiro. Em um país onde o tênis muitas vezes fica à sombra do futebol, a trajetória de Victoria prova que o Brasil tem potencial para brilhar em diversas modalidades esportivas. Para os fãs potiguares e brasileiros, o futuro parece brilhante, e o nome “Victoria Barros” é, sem dúvida, um nome a ser lembrado nas próximas temporadas. A estrela potiguar está apenas começando sua jornada, e o mundo do tênis está ansiosamente aguardando seu próximo movimento.
O Ceará encabeça o ranking com impressionantes 103 equipes, enquanto Bahia, Minas Gerais e Pernambuco empatam com 32 equipes cada. São Paulo vem logo atrás com 28 equipes, e o Rio Grande do Norte com 20. Do total de equipes potiguares, 17 são do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), representando campi em Apodi, Lajes, Mossoró, Natal-Central e Pau dos Ferros.
“É uma construção de conhecimentos que vão sempre se entrelaçando e se mostrando cada vez mais importantes para chegar à final. Para a gente, o processo foi e é encantador, pois a Olimpíada realmente nos instigou durante todos os meses de participação e nos proporcionou a formação de amizades nessa trajetória”, analisa a estudante Luma Câmara, que integra a delegação potiguar.”
Das 17 equipes finalistas do IFRN, nove pertencem ao Campus Pau dos Ferros, sob a coordenação dos professores Lucas Chnaiderman e Gabriel Oliveira. O sucesso e a crescente popularidade da Olimpíada Nacional em História do Brasil são evidentes, com um aumento no número de inscritos a cada ano. Para a final, foram selecionadas 340 equipes nacionais. Em sua 15ª edição, a Olimpíada registrou um recorde com 30,5 mil grupos inscritos.
Como é a Olimpíada Nacional em História do Brasil?
Cada equipe é composta por um professor de História e três alunos, oriundos do Ensino Fundamental (8º e 9º anos) ou Médio, de escolas públicas ou privadas. A ONHB é dividida em seis etapas online, realizadas entre maio e junho, e cada uma dura uma semana, incluindo questões de múltipla escolha e tarefas variadas. O escopo das perguntas abrange, além de tópicos sobre a História do Brasil, temas interdisciplinares como geografia, literatura, arqueologia, patrimônio cultural e atualidades, entre outros. A Olimpíada integra o edital ‘Vagas Olímpicas’ da Unicamp, permitindo que, conforme sua performance, os competidores tenham a chance de disputar duas vagas no curso superior de História da Unicamp, sem a necessidade de prestar vestibular.
Confira o nome das equipes do Rio Grande do Norte na final: