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Rio Grande do Norte

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O projeto ambicioso, o maior do gênero na história da cidade, tem como objetivo principal revigorar as praias urbanas, tornando-as mais atraentes para moradores e turistas, ao mesmo tempo em que preserva o patrimônio natural e cultural de Natal.

“O natalense terá orgulho da orla da cidade”. Com essas palavras, o prefeito de Natal, Álvaro Dias, formalizou a ordem de serviço para o projeto de renovação do asfalto e implementação de intervenções viárias na avenida 25 de Dezembro e em outras quatro vias da Praia do Meio, localizada na Zona Leste da cidade. Serão aplicados R$ 5 milhões na obra, a mais recente a ser requalificada com foco no urbanismo e turismo. Este projeto se soma aos em andamento na avenida Praia de Ponta Negra e em outras iniciativas destinadas a modernizar a orla urbana de Natal, totalizando investimentos superiores a R$ 160 milhões. As melhorias também serão implementadas nas ruas Padre Lemos, Túlio Fernandes, Feliciano Coelho e Mascarenhas Homem. O projeto inclui a renovação do asfalto, instalação de faixas elevadas para pedestres, ciclovia, novos abrigos para passageiros de transporte público, calçadas acessíveis e melhoria da iluminação. A previsão é que as obras comecem na segunda quinzena de julho.

“Esse é o primeiro passo para requalificarmos toda a orla desde a Ladeira do Sol até a Praia do Forte. Vamos começar pela avenida 25 de Dezembro e suas vias adjacentes. Ali temos um fluxo considerável e vamos melhorar a mobilidade, oferecendo mais segurança e conforto para pedestres e motoristas”, destaca o prefeito Álvaro Dias.

Na cerimônia realizada na última terça-feira (4), Dias também anunciou que haverá mais investimentos na região. O projeto que contempla a reorganização da Ladeira do Sol e da orla urbana das praias dos Artistas, do Meio e do Forte já está finalizado e será licitado ainda neste mês de julho. A iniciativa promete reurbanizar toda a avenida Café Filho e incluir novos quiosques, banheiros públicos, um calçadão moderno e acessível, área para corrida e caminhada, ciclovia, nova iluminação, espaços públicos para lazer e convívio, parque para skate e área para esportes na areia. O campo e a quadra de futebol society existentes serão preservados. Este projeto tem previsão de investimentos na ordem de R$ 23 milhões.

“Vamos revitalizar a nossa orla urbana e devolvê-la para o natalense, como também torná-la atrativa para os turistas. Vamos fazer com que Natal cresça e se desenvolva através do turismo, gerando emprego, renda, dotando a cidade de uma infraestrutura moderna capaz de atender as necessidades dos seus cidadãos e visitantes. Tenho certeza de que até o final da nossa gestão vamos entregar uma orla digna da beleza da nossa cidade”, disse o prefeito.

Por fim, Álvaro Dias fez uma revisão das iniciativas que a prefeitura municipal vem implementando para impulsionar, incentivar e valorizar o turismo na cidade. Ele destacou a realização das obras do Complexo Turístico da Redinha, que incluem a reurbanização da orla local e a construção do novo Mercado Público da Redinha. Além disso, mencionou o projeto de contenção da praia de Ponta Negra, atualmente em andamento, e o planejamento da ampliação da faixa de areia, que está aguardando a licença ambiental do Idema para ser licitado e iniciado.

“São investimentos vultuosos. Se somarmos tudo, ultrapassamos a cifra dos R$ 160 milhões em execução de melhorias em toda a extensão da orla da nossa cidade da Redinha até Ponta Negra. Nunca houve isso na nossa cidade. Vamos seguir trabalhando, lutando e buscando sempre tornar Natal uma cidade melhor e boa de se viver”, apontou Álvaro Dias.

Av. Praia de Ponta Negra, em Natal, passará por expansão

Ponta Negra é um dos principais focos turísticos e culturais de Natal. Com o intuito de melhorar e expandir a área, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), sob a tutela da Prefeitura de Natal, está prosseguindo com a requalificação da Avenida Praia de Ponta Negra. Esta é a nova fase do projeto que já transformou a avenida em um centro gastronômico e corredor de lazer na cidade. Com 20% do cronograma concluído, o projeto abrange melhorias na acessibilidade das calçadas, reformulação da área para pedestres, elevação dos cruzamentos, inclusão de mobiliário urbano, ciclovia, iluminação, drenagem, criação de rotatórias e sinalização horizontal e vertical. O resultado será uma nova zona de lazer e entretenimento na cidade, estendendo-se por 1,6 km.

As intervenções representam a segunda etapa da requalificação do bairro de Ponta Negra. Estão sendo destinados R$ 4,4 milhões para essas melhorias, provenientes de fundos próprios da administração municipal, arrecadados através de multas de trânsito.

Em recente visita ao local, o prefeito Álvaro Dias assegurou que a expansão do centro de atividades vai aumentar o movimento na região, constituindo mais um ponto de atração para Natal. “A ampliação do calçadão vai proporcionar melhor qualidade de vida e segurança aos moradores, além de potencializar o comércio local. Este é mais um passo que estamos dando para trazer benefícios à população. A área vai se tornar mais um ponto de estímulo para a economia local e a criação de empregos”, destaca Álvaro Dias.

O investimento expressivo na orla de Natal não beneficiará apenas os usuários diretos desses espaços, mas também terá um impacto econômico amplo, atraindo mais turistas e incentivando investimentos privados na região. Além disso, os novos empregos gerados pelas obras prometem impulsionar a economia local, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da cidade.

O projeto foi recebido com entusiasmo pelos moradores e comerciantes locais, que esperam uma valorização do espaço público e um aumento no fluxo de visitantes. A expectativa é que a revitalização da orla torne Natal ainda mais convidativa e vibrante, reafirmando sua posição como um dos principais destinos turísticos do Brasil.

A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou que no último sábado, dia 1º de julho, ocorreu o primeiro rastreamento de um foguete da companhia aeroespacial de Elon Musk, a SpaceX, realizado com sucesso pelo Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI). Localizada em Natal, Rio Grande do Norte, a organização militar, subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), participou desta ação inédita. A FAB disse em comunicado oficial que a operação “representa um avanço significativo para a nossa capacidade de monitoramento do espaço aéreo, além de destacar a relevância estratégica do CLBI no cenário aeroespacial global”.

O objeto rastreado foi o foguete Falcon 9, lançado pela SpaceX a partir de Cabo Canaveral, nos Estados Unidos. O veículo espacial foi responsável pelo transporte do telescópio Euclid, uma iniciativa da Agência Espacial Europeia (ESA). O objetivo do telescópio é investigar a estrutura e a evolução do universo. Durante a Operação Euclid, o CLBI (Estação Natal) desempenhou um papel crucial ao garantir, em tempo real, a coleta de dados telemétricos durante o voo do foguete dentro de sua área de cobertura. Essas informações, transmitidas ao Centro de Controle da missão da SpaceX, foram fundamentais para o monitoramento ao vivo das condições e do percurso do Falcon 9, auxiliando na tomada de decisões conforme os protocolos estabelecidos.

A participação do CLBI na missão exigiu uma preparação intensiva da sua equipe de técnicos militares e civis. A SpaceX e a ESA providenciaram o treinamento para manutenção de nível 1 e para a operação dos equipamentos de rastreamento utilizados na Operação Euclid. O objetivo desse treinamento e qualificação do pessoal do CLBI foi garantir a segurança da missão e a capacidade de intervenção local, especialmente importante considerando que não havia membros das equipes estrangeiras presentes durante o evento.

“A participação e o sucesso na Operação Euclid evidenciam a capacidade operacional dos meios e dos recursos humanos do CLBI, o que pôde ser comprovado também por meio das interações de nossos civis e militares com novas tecnologias e com equipes de ponta no mundo. Serviu ainda como uma oportunidade ímpar para a elevação de nível de nossa equipe frente aos desafios que a área espacial demanda”, ressaltou o Diretor do CLBI, Coronel Aviador Erivando Pereira Souza.

De acordo com a FAB, o telescópio espacial transportado tem como meta a construção de um mapa abrangente da estrutura do Universo. Para isso, irá vasculhar o espaço e o tempo, observando bilhões de galáxias localizadas a até dez bilhões de anos-luz de distância, cobrindo mais de um terço do céu. Seu objetivo final é estudar a expansão do Universo ao longo da história cósmica, oferecendo novas perspectivas sobre o papel da gravidade e esclarecendo a natureza da energia e da matéria escura.

A importância do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI)

O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) foi criado em 1965 como o primeiro campo de lançamento de foguetes da América Latina. Sua localização privilegiada, próxima à linha do Equador, faz dele um local estratégico para o lançamento e rastreamento de veículos espaciais.

O monitoramento do foguete da SpaceX demonstra o aumento da capacidade da Força Aérea Brasileira em operações de rastreamento, além de mostrar a modernização de suas instalações e equipamentos. Além disso, representa um marco importante no desenvolvimento do programa espacial brasileiro. A Força Aérea Brasileira tem trabalhado nos últimos anos para melhorar suas capacidades de monitoramento e rastreamento, investindo em novas tecnologias e formando parcerias estratégicas. A colaboração com empresas internacionais de vanguarda como a SpaceX pode ser uma possibilidade para o futuro, abrindo portas para mais desenvolvimento no setor espacial brasileiro.

O sucesso na rastreabilidade do foguete da SpaceX demonstra a competência e o profissionalismo dos nossos militares e técnicos, bem como a capacidade do nosso país de contribuir para iniciativas internacionais de exploração espacial. Este evento poderá abrir novas oportunidades para o Brasil na indústria espacial, tanto em termos de cooperação internacional quanto no desenvolvimento de novas tecnologias e conhecimentos. Com certeza, é um passo significativo para o programa espacial brasileiro e para o futuro da exploração espacial em nosso país.

Rodeada por coqueirais imensos e banhada por águas cristalinas, a Praia de Maxaranguape é um cenário de cartão-postal que convida o visitante a desfrutar do melhor que a natureza tem a oferecer. O local, que é ainda pouco explorado pelo turismo de massa, consegue preservar a autenticidade e a simplicidade da vida à beira-mar. Aqui, a paisagem é dominada por uma faixa de areia dourada e macia que se estende por quilômetros, convidando para longas caminhadas à beira-mar. As águas quentes do Oceano Atlântico batem suavemente na costa, proporcionando condições ideais para banho e esportes aquáticos, como o surf e o stand-up paddle.

A diversidade de fauna e flora marinha é outro destaque na Praia de Maxaranguape. A região é lar de várias espécies de peixes e crustáceos, tornando-a um destino popular para a prática de mergulho e pesca esportiva. As piscinas naturais que se formam durante a maré baixa também são um espetáculo à parte, proporcionando aos visitantes uma chance de interagir de perto com a vida marinha local. A Praia de Maxaranguape também é uma excelente base para explorar outras atrações da região, como o famoso Cabo de São Roque, o ponto mais próximo da África no Brasil, e a Árvore do Amor, um marco simbólico que atrai casais de todo o mundo.

Porém, Maxaranguape não é apenas sobre belas praias e paisagens idílicas. A cidade tem uma rica história e cultura, evidente nas tradicionais festas populares e na deliciosa culinária local, que inclui pratos à base de frutos do mar frescos e ingredientes locais.

Em suma, a Praia de Maxaranguape é uma joia do litoral norte do Rio Grande do Norte. Com sua beleza natural, cultura vibrante e hospitalidade calorosa, não é de admirar que aqueles que a descobrem costumam voltar. Se você está procurando um destino de praia que ofereça algo além do comum, Maxaranguape pode ser o lugar perfeito.

A cidade do Natal foi fundada em 1599, à beira do Rio Potenji, e foi palco de importantes eventos históricos. Hoje, muitos desses locais históricos foram preservados e transformados em atrações turísticas. Desde 1978, o turismo da cidade do Natal e do estado do Rio Grande do Norte viu um salto expressivo como atividade econômica. Este movimento foi fortemente impulsionado pela Embratur (Empresa Brasileira de Turismo) que começou a oferecer pacotes turísticos destinados à região nordeste, identificando este canto do país como um destino promissor tanto para o público doméstico quanto internacional. Natal e seus arredores passaram a explorar essa atividade com mais foco e intensidade. Aplicando estratégias de marketing destacando seu patrimônio natural, notavelmente suas praias, lagoas, dunas e falésias deslumbrantes, e o sol abundante, Natal viu sua promoção como cidade turística se intensificar com intensidade.

Neste cenário renovado, era crucial para instituições públicas e privadas investir na ampla gama de atividades que compõem a chamada indústria do turismo. Durante o processo de estabelecimento da infraestrutura necessária, foi desenvolvido o projeto de construção da Via Costeira, considerado vital para o crescimento da rede hoteleira na capital potiguar. Com a assinatura do Decreto nº 7.237 em 22 de novembro de 1977 pelo então governador Tarcísio Maia, a lei proclamou as áreas de dunas adjacentes ao Oceano Atlântico, entre a Praia do Pinto e a Praia de Ponta Negra, como de utilidade pública para fins de desapropriação. O projeto previa a construção de pousadas, hotéis, resorts de luxo, cinemas, restaurantes, complexos aquáticos, campos esportivos, oceanário, teatro e um moderno centro de convenções para a realização de grandes eventos.

Apesar de nem todos os elementos do projeto original terem sido implementados, a construção da Via Costeira e das estruturas associadas provou ser de extrema importância para a economia do estado do Rio Grande do Norte. A partir de então, Natal começou a receber um fluxo considerável de visitantes, consolidando sua posição como um polo turístico.

Durante um longo período, a divulgação de Natal concentrou-se principalmente em suas belezas naturais. No entanto, cada vez mais, outros atrativos da cidade estão sendo destacados. Pesquisas com visitantes revelaram um desconhecimento significativo de seu patrimônio histórico e valores culturais. Na terra de Câmara Cascudo – um dos maiores estudiosos da cultura nacional – esses dados merecem reflexão, e resolver essa questão tornou-se imperativo. Já não é mais aceitável focar a divulgação da cidade apenas no par sol e mar, que a nivelaria a muitos outros destinos com os mesmos atributos. Afinal, o que realmente define a identidade de uma cidade é sua história e patrimônio cultural – os verdadeiros biógrafos de seu caminho enquanto organismo urbano.

O Forte dos Reis Magos, construído em 1598 e fundado em 25 de dezembro de 1599, é um marco histórico incontornável. Esta fortaleza, que serviu de defesa contra invasões estrangeiras, está localizada no encontro do Rio Potenji com o mar. O formato singular do forte, semelhante a uma estrela, e a vista panorâmica da cidade que se tem do local atraem turistas de todo o mundo. O Centro Histórico de Natal também merece uma visita. Ele abriga o Palácio Felipe Camarão, que serviu como residência para governadores e, hoje, é a sede da Prefeitura de Natal. O centro histórico é também lar do Solar Bela Vista, um belíssimo edifício construído entre 1907 e 1913, hoje um centro cultural vibrante que oferece exposições de arte, espetáculos de teatro e outros eventos.

O Teatro Alberto Maranhão, projetado pelo engenheiro José de Berredo, que teve suas obras iniciadas em 1898, sob a direção do major Teodósio Paiva, foi inaugurado no ano de 1904 e é um dos teatros mais antigos do Brasil, sendo um exemplo notável da arquitetura do final do século XIX e é conhecido pela sua bela fachada em estilo neoclássico. Quanto à cultura local, a influência indígena, africana e europeia no Rio Grande do Norte é evidente na culinária, artesanato e tradições de Natal. O forró, ritmo tradicional do Nordeste, ecoa pelas ruas da cidade, especialmente durante o São João, quando Natal se transforma em um grande arraial.

Os sabores do Rio Grande do Norte podem ser degustados em pratos como a carne de sol, o camarão e a ginga com tapioca, uma especialidade local vendida na Praia da Redinha. O artesanato potiguar, com destaque para as rendas de bilro e o bordado de Labirinto, são itens quase obrigatórios na lista de compras dos visitantes.

Visitar Natal, portanto, é mais do que desfrutar de belas praias e um clima tropical. É um convite a mergulhar na história e cultura brasileira, a conhecer um povo acolhedor e a se deliciar com uma gastronomia única. A cidade do Sol convida a todos para uma experiência rica e inesquecível, onde o passado e o presente se encontram em perfeita harmonia.

Para quem desconhece, Porto Mirim é uma praia de águas calmas e mornas, cercada por dunas e coqueirais, no município de Ceará-Mirim. É justamente nesse cenário quase desenhado à mão que o Pargos Club proporciona a seus hóspedes uma experiência incomparável de hospedagem e lazer. O Pargos Club encanta pelo equilíbrio entre acomodações sofisticadas e ambiente acolhedor.

O complexo apresenta uma série de chalés e apartamentos, cada um projetado pensando no conforto dos hóspedes, sem perder a essência da vida praiana. Suas áreas comuns são espaçosas e bem estruturadas, promovendo a convivência harmoniosa entre os hóspedes e a integração com a natureza circundante. A gastronomia é outro ponto forte deste refúgio. A culinária local é celebrada em seus restaurantes, que apresentam um menu recheado de delícias do mar, combinadas com frutas tropicais e ingredientes frescos, adquiridos de produtores locais.

No quesito lazer, o Pargos Club oferece várias atividades recreativas para todas as idades: piscinas para adultos e piscina exclusiva para crianças, parquinho infantil, salão de jogos, trilhas para caminhada e muito mais compõem a oferta de entretenimento. Outros pontos altos do clube são as atrações radicais exclusivas para os associados e visitantes, como o Kamikaze, Skibunda, Aerobunda e o Passeio de Buggy.

Se o objetivo é um retiro para desconectar do cotidiano, o Pargos Club é a combinação perfeita. Esta joia do litoral norte potiguar proporciona a seus visitantes uma vivência única, onde o luxo e a simplicidade se encontram, criando memórias que durarão para sempre. É isso que o Pargos Club oferece: um refúgio que, acima de tudo, celebra a beleza e a hospitalidade do Rio Grande do Norte. Uma viagem a este paraíso é mais do que uma simples fuga do dia a dia – é uma experiência que renova o espírito e nutre a alma.

Localizado em Apodi, no Rio Grande do Norte, o Museu do Índio Luiza Cantofa, uma iniciativa da liderança Lúcia Paiacu Tabajara, será inaugurado oficialmente em uma cerimônia especial de abertura, que reunirá líderes indígenas, autoridades locais, acadêmicos e membros da comunidade. O nome do museu homenageia Luiza Cantofa, uma líder indígena importante dos índios Tapuias Paiacus, que lutou bravamente pela manutenção e preservação das tradições de seu povo.

O Museu do Índio Luiza Cantofa oferecerá aos visitantes a oportunidade única de mergulhar na rica história e cultura dos povos indígenas do Rio Grande do Norte. Ele abrigará uma coleção impressionante de artefatos arqueológicos através de lâminas de machado, percutores, batedores, pontas de projétil, cerâmicas e artefatos indígenas como tapeçaria e tudo aquilo que está vinculado a memória indígena dos índios paiacus de Apodi, todos meticulosamente preservados. Além disso, apresentará exposições interativas e multimídia para proporcionar uma experiência educacional imersiva. Hoje, no local, funciona também o Centro Histórico Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi. A abertura do museu será no dia 26 a partir das 11, no Sítio Missão I, número 1001, na zona rural de Apodi. A governadora Fátima Bezerra (PT) deve participar da solenidade.

O professor da UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) e arqueólogo Valdeci dos Santos Júnior, um dos principais colaboradores do projeto, desempenhou um papel crucial na orientação do acervo do museu. Segundo ele, a gênese do museu se deve aos esforços pessoais de Lúcia Paiacu, que começou a coletar em sua própria residência diversos artefatos arqueológicos indígenas. O que começou com apenas alguns itens numa estante, expandiu-se gradualmente, culminando no vasto acervo que o museu ostenta atualmente.

“A partir de 2016 ela começou um processo de recuperação em um prédio que fica às margens da Lagoa do Apodi, um prédio abandonado que era uma antiga estação de bomba de água, e foi doado pela Prefeitura e pelo Governo do Estado”, explica Valdeci.

A edificação, conhecida como Casa das Máquinas, foi construída há mais de trinta anos, mas nunca foi realmente utilizada. De acordo com o professor, a partir de então, o edifício passou por reformas para poder se tornar um lar adequado para o museu. Neste local, os visitantes terão a oportunidade de explorar uma variedade de materiais históricos. Segundo o arqueólogo, na cidade do Oeste existem quase 150 indígenas paiacus reconhecidos.

“Eles estão apenas mantendo as tradições dos seus antepassados e mantendo essa memória como uma forma de perpetuar todo um grupo étnico que existiu no século XVI, XVII, XVIII, principalmente, e que fez parte da história da Chapada do Apodi”, ressalta o arqueólogo. “As pessoas, a partir de agora, vão poder ver em Apodi, além do Lajedo de Soledade, onde estão as pinturas rupestres, também o museu e ver um pouco da memória dos indígenas paiacus que ali existiram e continuam a existir até hoje”, aponta o professor.

Com este empreendimento, o Rio Grande do Norte se une a outros estados brasileiros que já contam com museus dedicados à cultura e história indígena, reconhecendo o papel fundamental que esses povos desempenharam na construção da identidade cultural brasileira. A inauguração do Museu do Índio Luiza Cantofa ocorrerá num momento importante de conscientização e respeito à diversidade e ao patrimônio cultural indígena. Ao celebrar as conquistas, as histórias e a cultura dos povos indígenas do Rio Grande do Norte, este museu promete ser um destino obrigatório para todos aqueles que valorizam a rica tapeçaria cultural do Brasil.

Em 16 de fevereiro de 1958, na cidade do Natal, no Rio Grande do Norte, nasceu Oscar Daniel Bezerra Schmidt. Filho de um militar, desde cedo, foi estimulado a se envolver com atividades esportivas. Surpreendentemente, sua primeira paixão não foi o basquete, mas sim o futebol.

A atração pela bola laranja só despertou depois de sua mudança para a capital do país. Zezão, seu treinador no Colégio Salesiano, em Brasília, foi uma figura decisiva em sua transição para o basquete. Aos 13 anos, Oscar foi aconselhado por ele a buscar o Clube Unidade Vizinhança, que estava sob a tutela do renomado técnico Laurindo Miura. Este clube viria a ser o primeiro passo na escalada de Oscar no mundo do basquete.

Em 1974, Oscar, com apenas 16 anos, tomou uma decisão transformadora: mudou-se para São Paulo para dar início à sua carreira no basquete no time infanto-juvenil do Palmeiras. Em terras paulistanas, Oscar Schmidt logo chamou a atenção com seu talento natural e habilidades excepcionais, o que resultou em uma convocação para a seleção juvenil de basquete.

Em 1977, seu talento foi reconhecido quando ele foi nomeado o melhor pivô do Campeonato Sul-Americano Juvenil. Este feito notável garantiu a ele um lugar na seleção principal de basquete. Em sua estreia internacional, ele mostrou que estava à altura do desafio. Com a seleção principal, Oscar conquistou o título sul-americano e contribuiu para a conquista da medalha de bronze no Campeonato Mundial das Filipinas, em 1978. Impressionado com seu desempenho excepcional na seleção brasileira, o técnico Cláudio Mortari recrutou Oscar para o time do Sírio.

Em 1979, naquele que seria um dos momentos mais memoráveis de sua carreira, Oscar ajudou a equipe a conquistar a Copa William Jones, um prestigioso campeonato mundial interclubes de basquete. No ano seguinte, Oscar se destacou em uma nova arena, suas primeiras Olimpíadas em Moscou. Com uma incrível pontuação de 169 pontos, ele desempenhou um papel crucial na jornada do Brasil ao quinto lugar na competição.

Do Brasil para o mundo

Em 1982, Oscar decidiu fazer uma mudança e partiu do Sírio para jogar no América do Rio. No entanto, sua permanência no clube carioca foi breve. Suas realizações impressionantes no mundial interclubes e seu desempenho notável nas Olimpíadas não passaram despercebidas, chamando a atenção não apenas do Brasil, mas também de olheiros internacionais. Apenas alguns meses após sua chegada ao Rio de Janeiro, Bogdan Tanjevic, ex-técnico do time que foi derrotado pelo Sírio na final do mundial interclubes de 1979, fez questão de recrutar Oscar para jogar no Juvecaserta, clube que ele treinava na cidade de Caserta, na Itália.

Oscar passou 11 temporadas jogando na Itália, 8 delas com o Juvecaserta e 3 com o Pavia. Este foi um dos períodos mais vibrantes e formadores de sua carreira, quando teve a chance de elevar seu jogo e estabelecer-se como um dos maiores pontuadores desejados pelos clubes europeus. Durante sua estadia na Itália, Oscar anotou incríveis 13.957 pontos, tornando-se o primeiro jogador a ultrapassar a marca de 10 mil pontos no Campeonato Italiano. Além disso, em uma partida memorável do Fernet Branca, Oscar marcou um assombroso total de 66 pontos, estabelecendo-se entre os recordistas de pontos em uma única partida.

Apesar de ter carinho por todos os clubes em que jogou, a Seleção Brasileira sempre teve um lugar especial no coração de Oscar. Em 1984, Oscar teve a chance de participar de sua segunda Olimpíada, em Los Angeles, onde novamente marcou 169 pontos. Seu desempenho foi tão impressionante que atraiu a atenção do New Jersey Nets, de Nova York, que tentou contratá-lo após o torneio. No entanto, a dedicação de Oscar à seleção brasileira prevaleceu, levando-o a recusar a oferta da NBA para preservar seu status de amador – uma decisão que, se tivesse sido tomada, impediria sua futura atuação pela seleção.

Embora parecesse uma decisão radical na época, sua escolha provou ser acertada alguns anos depois. Em 1987, Oscar retornou aos Estados Unidos para os Jogos Pan-Americanos em Atlanta, onde ajudou a seleção brasileira a derrotar os anfitriões em seu próprio território, marcando um dos maiores triunfos de sua carreira.

No ano seguinte, em 1988, Oscar competiu em sua terceira Olimpíada, em Seul. Apesar do Brasil terminar apenas em quinto lugar, Oscar teve uma performance notável, sendo o principal pontuador da competição, com 338 pontos – 55 deles marcados em uma única partida contra a Espanha. Ele também estabeleceu outros dez recordes olímpicos, incluindo a melhor média de pontos, mais pontos em uma única edição, mais cestas de três pontos em uma única edição e jogo, mais cestas de dois pontos em um único jogo, mais lances livres em uma edição e em um único jogo. E isso foi apenas o começo – mais recordes ainda estavam por vir na carreira desse gigante do basquete.

Em 1993, um ano após seu retorno de sua quarta participação olímpica em Barcelona, onde mais uma vez se destacou como o principal pontuador com 198 pontos, Oscar deu um novo passo em sua carreira, transferindo-se para o Fórum Valladolid, na Espanha. Lá, ele continuou a encantar o público europeu com sua magia nas quadras – a ponto de inspirar o escritor Felix Angel a escrever um livro em sua homenagem, intitulado “Jogar como Oscar”.

A volta para o Brasil

Em 1995, Oscar tomou a decisão de retornar ao Brasil e juntou-se ao Corinthians. Sua contribuição foi vital para a conquista do oitavo título brasileiro de sua carreira em 1996. No mesmo ano, ele participou de sua quinta e última Olimpíada, atendendo ao pedido de seu técnico, Ari Vidal, apesar de ter manifestado intenções de se aposentar da seleção após os Jogos de Barcelona. Com essa participação, Oscar igualou o recorde de Teófilo da Cruz. Atualmente, Oscar, Teófilo e Andrew Gaze compartilham a distinção de maior número de participações de um jogador de basquete em Olimpíadas. Em Atlanta, ele foi novamente o maior pontuador da competição, com 219 pontos, garantindo o posto de maior cestinha da história dos Jogos Olímpicos, com 1093 pontos.

Depois de seu retorno ao Brasil, Oscar jogou para o Banco Bandeirantes (1997-1998), Mackenzie (1998-1999) e Flamengo (1999-2003). Foi durante sua passagem pelo clube rubro-negro que Oscar alcançou um dos marcos mais significativos de sua carreira: tornando-se o maior cestinha da história do basquete, com 49.737 pontos, superando o recorde anterior de Kareem Abdul-Jabbar, que tinha 46.725 pontos. Em 2003, ele encerrou sua carreira nas quadras.

Sem nunca ter pisado em uma quadra da NBA, Oscar Schmidt provou que o talento e a paixão pelo esporte não têm fronteiras. Ele é, sem dúvida, um dos grandes nomes do basquetebol mundial, um atleta que elevou o esporte brasileiro ao patamar internacional e inspirou gerações de jovens a sonhar com a bola laranja nas mãos.

O Parque Estadual da Pedra da Boca está localizado no bioma da Caatinga, região notável por suas características geológicas e geomorfológicas únicas, atraindo um público diversificado que inclui acadêmicos, turistas, visitantes casuais e entusiastas de esportes radicais. O ambiente do parque é dominado por uma espetacular formação rochosa de granito porfirítico, marcada pela presença de gnaisses e quartzitos. Estas rochas possuem superfícies arredondadas e exibem longas ranhuras que se estendem do topo até a base, dando um aspecto marcante à paisagem.

O parque se situa aos pés das serras da Araruna e da Confusão, que são formações pertencentes ao planalto da Borborema. A peculiar “Pedra da Boca”, que dá nome ao parque, é uma formação rochosa de aproximadamente 336 metros de altura. O seu destaque está em uma cavidade esculpida ao longo de séculos pela ação erosiva, cuja forma lembra uma imensa boca aberta, como se estivesse prestes a engolir algo.

A natureza deste parque abriga uma ampla gama de espécies endêmicas e raras. Estima-se que haja na área ao menos 21 espécies de répteis e anfíbios, 16 espécies de mamíferos e 125 de plantas. Sua flora exibe a resistência e beleza peculiar do bioma Caatinga, com suas árvores, arbustos e cactos imponentes. A fauna também é um espetáculo à parte, incluindo diversas espécies ameaçadas de extinção que encontraram refúgio neste santuário ecológico.

Entretanto, a Pedra da Boca não é apenas um cenário natural de tirar o fôlego. Ela guarda também vestígios de civilizações antigas, com sítios arqueológicos contendo pinturas rupestres milenares, que permitem vislumbrar as histórias e tradições de povos que viveram nessa região no passado. Para os mais aventureiros, o Parque Estadual da Pedra da Boca é um convite à exploração. Suas trilhas desafiadoras serpenteadas entre a vegetação e formações rochosas proporcionam uma experiência de tirar o fôlego, ao mesmo tempo em que oferecem vistas panorâmicas incríveis da paisagem. E suas formações são propícias para a prática do rapel e outros esportes de aventura.

Preservação e sustentabilidade também são palavras-chave na administração do parque. Além de ações para proteção da flora e fauna, há um constante trabalho de educação ambiental voltado para visitantes e comunidades locais, com o objetivo de enfatizar a importância e necessidade da conservação dos ecossistemas. Os esforços em direção ao turismo sustentável também são notáveis. A capacitação de guias locais e o fomento ao turismo consciente demonstram um compromisso em equilibrar o desenvolvimento econômico regional com a preservação da rica biodiversidade e patrimônio histórico-cultural presente na área.

O Parque Estadual da Pedra da Boca, situado na divisa entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba, é mais do que um local de imensa beleza natural. É uma demonstração viva da riqueza cultural desses estados e da imponente resistência do bioma Caatinga. Certamente, uma visita a este parque é uma experiência enriquecedora e inesquecível, unindo aventura, aprendizado e contato direto com a natureza em um cenário de tirar o fôlego.

Segundo os últimos dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Rio Grande do Norte continua a liderar a produção de petróleo em terra entre os oito estados produtores do Brasil. Em 2022, o RN gerou 178,3 milhões de barris de petróleo. No entanto, esses números representam uma redução de 3,39% em relação a 2021. As informações são do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2023, publicado na última sexta-feira (30) pela agência, alcançando volumes impressionantes de produção que se traduzem em desenvolvimento econômico e social.

Esta conquista é o resultado de uma série de investimentos estratégicos e iniciativas governamentais voltadas para a exploração de petróleo e gás natural em terra. Entre elas, destacam-se a exploração e produção contínua da Bacia Petrolífera Potiguar, uma das mais importantes do país. Na produção terrestre de petróleo, o Rio Grande do Norte encerrou 2022 à frente de estados como Bahia, que produziu 165,5 milhões de barris, e Sergipe, com 160,4 milhões de barris. Outros estados produtores terrestres, como Amazonas, Alagoas, Espírito Santo, Maranhão e Ceará, não atingiram a marca de 100 milhões de barris cada. A produção total de petróleo em terra no Brasil foi de 653,2 milhões de barris em 2022.

De acordo com a série histórica, o RN alcançou seu pico de produção em terra há 10 anos, em 2013, com 335,9 milhões de barris. A partir de 2014, houve uma queda anual na produção, com uma ligeira recuperação em 2021, quando se produziu 184,5 milhões de barris, o maior volume desde 2017. Quanto à produção de petróleo offshore, o Rio Grande do Norte gerou 89,4 milhões de barris em 2022, ocupando a quarta posição entre os estados produtores. O Rio de Janeiro liderou a produção, com 23.032,7 milhões de barris, seguido por São Paulo, com 2.021,4 milhões de barris, e Espírito Santo, com 1.035,0 milhões de barris. No total, a produção brasileira de petróleo offshore em 2022 foi de 26,2 milhões de barris.

“A diversificação das fontes de receita e a exploração sustentável dos nossos recursos naturais sempre foram parte de nosso planejamento estratégico”, comentou o governador do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. “Essa conquista é o resultado de um esforço conjunto, que envolveu os setores público e privado, e demonstra o potencial da nossa região.” Além do impacto direto na economia local, o aumento da produção de petróleo também representa uma vitória significativa para o Brasil. Aumentar a produção interna de petróleo diminui a dependência de importações, contribuindo para a segurança energética e a estabilidade econômica do país.

Entretanto, a produção de petróleo não é a única conquista do Rio Grande do Norte. O estado também tem se destacado na produção de energias renováveis, em particular a energia eólica e solar, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade e a diversificação da matriz energética. Apesar dos desafios que a indústria do petróleo enfrenta, como a necessidade de investimentos em tecnologia e a adaptação às novas regulamentações ambientais, o Rio Grande do Norte demonstrou sua capacidade de superar obstáculos e criar oportunidades, consolidando-se como um importante player no cenário energético brasileiro. E esta é uma história de sucesso que traz benefícios não só para o RN, mas para todo o Brasil. A produção de petróleo em terra tem um potencial significativo para impulsionar o crescimento econômico, promover a geração de empregos e contribuir para a segurança energética nacional.

A ascensão do Rio Grande do Norte como líder na produção de petróleo em terra é uma demonstração clara do potencial do Brasil para explorar e desenvolver seus recursos naturais de maneira sustentável e economicamente viável.

Luiza Alzira Teixeira Soriano nasceu em 29 de abril de 1896 em Jardim de Angicos, no Rio Grande do Norte, foi uma política brasileira e a primeira mulher a ser eleita prefeita no Brasil e na América Latina. Filha de um influente líder político regional proprietário de terras, ela teve uma infância confortável e recebeu educação, algo incomum para as mulheres daquela época.

Alzira passou a sua infância na mesma cidade em que nasceu. Quando tinha apenas 17 anos, selou seu matrimônio com um promotor público originário de Pernambuco, e dessa união nasceram três filhas. Contudo, aos 22 anos ficou viúva, após a morte de seu marido, vítima da devastadora Gripe Espanhola. Alzira Soriano voltou a morar com seus pais em uma fazenda, ficando conhecida por comandar com pulso firme a casa e as atividades da propriedade familiar. Enquanto participava das reuniões promovidas pelo pai, chamou a atenção da líder feminista Bertha Lutz e do político Juvenal Lamartine de Faria, que a convenceram a disputar a prefeitura de Lajes.

Apesar de histórica, a eleição de Alzira enfrentou problemas ao longo da campanha e foi alvo de insultos misóginos, em uma sociedade patriarcal e regida pelas oligarquias da República Velha. Não faltaram críticas e até ofensas pessoais dos adversários da candidata. Segundo o Dicionário Mulheres do Brasil, organizado por Schuma Schumaher, alguns adversários da candidata falavam, sem o menor constrangimento, que mulheres públicas eram prostitutas. Outros procuravam a família dela para dizer que não ficava bem uma senhora de família entrar para a política.

Contudo, superando as adversidades, a candidata escolhida pelo Partido Republicano, Luiza Alzira Teixeira Soriano não se intimidou e foi eleita para a prefeitura com uma maioria esmagadora de mais de 60% dos votos, tomando posse em 1929. Alzira se mostrou uma lider nata, focada em fazer melhorias para sua cidade natal e manteve-se à frente do executivo municipal até o início da Revolução de 1930, que culminou na tomada de poder por Getúlio Vargas, só retornando à vida pública, no cargo de vereadora, no ano de 1947. Após seu falecimento, foi honrada com várias homenagens, entre as quais se destacam o Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós, concedido pela Câmara dos Deputados, e a instituição de um feriado municipal em sua terra natal.

Em 1928, este acontecimento político teve repercussão até nos Estados Unidos. No dia 8 de setembro daquele ano, o jornal The New York Times dedicou espaço a uma notícia inusitada sobre o Brasil: “Numa época em que as mulheres brasileiras sequer tinham direito ao voto e política era assunto exclusivo do universo masculino, a jovem Alzira Soriano, de 32 anos, não apenas votou como disputou e venceu as eleições municipais daquele ano em Lajes, um pequeno município no interior do Rio Grande Norte.” A notícia, publicada na página 9 do jornal norte-americano, chamava a atenção para o fato de Alzira ser a primeira mulher eleita prefeita em um país que ainda não havia permitido o sufrágio feminino – o que só aconteceria quatro anos depois, após a promulgação do Código Eleitoral de 1932 pelo presidente Getúlio Vargas.

Alzira Soriano morreu em 1963, aos 67 anos. Hoje, ela é lembrada por sua coragem e determinação, que abriram caminho para as futuras gerações de mulheres na política brasileira. A história de Alzira Soriano, uma mulher que ousou enfrentar as barreiras sociais e políticas de sua época, é uma prova poderosa de que as mulheres podem ocupar qualquer espaço que desejarem, inclusive a política. Essa matéria é uma homenagem a todas as mulheres que, como Alzira Soriano, foram pioneiras e abriram caminho para as gerações futuras. Que sua história continue inspirando e motivando mais mulheres a buscarem seu espaço, seja na política, seja em qualquer outro campo.