Assunto

personalidades

Browsing

Mução, o personagem, fruto da mente criativa e engenhosa de Rodrigo Vieira Emerenciano, conseguiu, através de três CDs de pegadinhas, não apenas divertir, mas também criar uma conexão profunda com seu público. Suas pegadinhas, permeadas por bordões como “Respeita a polícia!”, “Pense numa popa/numa pegada de ar!”, “Aí é bruto que só os pés da burra!”, “Esse cabra é grosso que nem cano de passar tolete” e “Parabéns, pegou ar!” transformaram-se em marcas registradas, ecoando pelas rádios e lares brasileiros.

Segundo o próprio Rodrigo, seu personagem tem origem em Cachoeira do Sapo, uma localidade situada no interior do Rio Grande do Norte. Estima-se que Mução tenha mais de 60 anos, simbolizando perfeitamente o estereótipo do matuto nordestino, com um pronunciado sotaque regional e um léxico recheado de expressões típicas da região.

O gênio por trás do personagem

Rodrigo Vieira Emerenciano, nascido em Natal no dia 8 de outubro de 1976, é um nome de peso no cenário do rádio e do humor no Brasil. Filho da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, Rodrigo cultivou desde cedo a discrição sobre sua vida pessoal, focando a atenção do público em seu trabalho e em seu icônico personagem. Sua trajetória educacional, iniciada no Colégio Santo Antonio Marista (hoje Colégio Marista de Natal), pavimentou o caminho para o sucesso que viria.

A carreira de Rodrigo, e consequentemente de Mução, decolou no final dos anos 1990, quando o programa “A Hora do Mução” começou a ser transmitido via satélite para diversas emissoras de rádio pelo país, conquistando uma audiência fiel com seu humor inigualável. A versatilidade de Mução também o levou a participar de coberturas de eventos internacionais de grande porte, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, ampliando ainda mais seu reconhecimento. A mudança estratégica para o Rio de Janeiro no início de 2013 visava a consolidar a presença de Mução nas regiões sul e sudeste do país, além de aproveitar os grandes eventos esportivos que a cidade sediaria. Esse movimento se mostrou acertado, reafirmando a capacidade de Rodrigo de se reinventar e manter seu personagem relevante no cenário nacional.

O ano de 2020 marcou um novo capítulo na história de Mução, com a participação de Rodrigo no programa The Noite, apresentado por Danilo Gentili no SBT. Pela primeira vez, após 24 anos de carreira, o público teve a oportunidade de associar o rosto de Rodrigo ao seu famoso personagem, num momento histórico para os fãs e para a mídia nacional.

Mução, com sua “Fuleirosofia”, não é apenas um personagem; é um legado, uma ponte entre as raízes culturais do nordeste brasileiro e o humor que une o país. Rodrigo Emerenciano, através de sua criação, mostrou como a arte do humor pode transcender barreiras geográficas e sociais, trazendo alegria e identificação para pessoas de todos os cantos do Brasil.

Quando os militares americanos chegaram a Natal em 1942, durante a efervescência da Segunda Guerra Mundial, encontraram uma cidade com uma população de 55 mil habitantes e apenas um refúgio noturno: o cabaré de Maria Boa. Maria Oliveira Barros, figura emblemática daqueles tempos, nasceu em 1920 em Remígio, uma localidade próxima a Campina Grande.

Na metrópole, a jovem Maria contribuía com a economia familiar, comercializando produtos na feira sob a supervisão de seu pai. Foi nesse cenário que ela ganhou o apelido de “Boa”. Enquanto alguns alegam que o apelido derivou de sua amabilidade com os frequentadores da feira, outros acreditam que ele fazia referência à sua notável beleza. Era uma mulher muita bonita e que chamava à atenção pelos seus lindos cabelos pretos e longos. Porém, esse pseudônimo não agradava ao seu pai, mas certamente a destacava aos olhos dos jovens da região. Muitos paravam em sua barraca apenas para admirá-la. Um desses jovens, particularmente, conquistou seu coração. Infelizmente, após seduzi-la e romper sua inocência, ele se recusou a casar-se com ela sob a justificativa de buscar alguém de um status social superior. Sentindo-se traída e com sua honra manchada, Maria enfrentou a rejeição de seu pai, que a expulsou de casa.

De forma abrupta, a jovem, outrora vista como exemplar e virtuosa, teve sua reputação manchada por uma única escolha. A menina do interior, antes admirada por sua beleza e postura reservada, foi estigmatizada por um único incidente. Seu pai, buscando manter sua imagem de homem honrado diante da sociedade, adotou uma postura rígida e condenatória, afirmando que não toleraria tal “desonra” em sua casa.

Ela mudou-se para João Pessoa por volta de 1935, onde inicialmente trabalhou em uma tipografia como secretária. No entanto, não levou muito tempo até que ela se encontrasse no mundo da prostituição. A narrativa de sua chegada a Natal é contada de maneira variada pelos historiadores. Por exemplo, Gomes de Melo sugere que ela já atuava em um bordel quando Madame Georgina, proprietária da Boate Estrela em Natal, ouviu falar de sua notoriedade e decidiu contratá-la. A estreia de Maria Boa na Estrela foi um evento marcante. Madame Georgina investiu pesado em seu vestuário, acessórios e na ambientação musical para fazer uma apresentação memorável aos frequentadores do local.

Naquela noite, ela cruzou o caminho de um dono de engenho e também funcionário público, que ficou encantado por ela. Ele passou a prover financeiramente para Maria e a visitava com frequência na Estrela. Meses depois, Maria descobriu que estava grávida. Ao saber da gravidez, o amante reagiu de forma violenta, agredindo-a de forma que resultou em um aborto. Profundamente traumatizada, Maria se distanciou da Boate Estrela e cortou laços com Madame Georgina.

O começo do empreendimento de Maria Boa em Natal

Na década de 1940, com sua perspicácia empreendedora, Maria identificou que Natal carecia de um espaço onde os homens locais pudessem se entreter, desfrutar de música, teatro, bebidas e conversas, acompanhados por mulheres elegantes e charmosas. Assim, ela decidiu inaugurar seu próprio cabaré, não se limitando apenas à prostituição, mas a um ambiente rico em apresentações culturais, como o teatro de revista, servindo também como ponto de encontro para os jovens da cidade. Com a chegada dos soldados americanos devido à Segunda Guerra, Maria Boa reconheceu uma oportunidade, ciente de que esses visitantes estariam dispostos a investir em tais diversões locais. Dessa forma, em parceria com um amigo, ela estabeleceu seu empreendimento na Rua Mermoz, situada na Cidade Alta.

Maria Boa valorizava a educação e cultura de suas funcionárias. Frequentemente, investia em livros para elas e financiava ingressos para teatros e concertos. Era comum avistá-la acompanhada de suas garotas em exposições artísticas. As mulheres contratadas para o cabaré eram selecionadas não apenas por sua beleza e elegância, mas também por sua perspicácia intelectual. No estabelecimento de Maria Boa, era esperado que elas pudessem engajar os homens em conversas estimulantes, o que, além de entreter, incentivava-os a prolongar sua estadia, consumindo mais alimentos e bebidas no bar, antes de se dirigirem aos quartos para finalizar a noite.

Com sua crescente fama, questionaram Maria Boa sobre o motivo de receber tanto respeito em Natal, considerando que era proprietária de um cabaré, tipo de estabelecimento que, apesar de ser frequentado secretamente, era publicamente estigmatizado. “Natal me respeita porque eu respeito Natal”, teria respondido Maria, conforme relatos populares.

Durante o apogeu do cabaré de Maria Boa, nas décadas de 50 e 60, acredita-se que entre 50 e 70 prostitutas atuavam no local. Eram carinhosamente referidas como “As meninas de Maria”, alcunha popularizada pelo historiador Luís da Câmara Cascudo. Estas mulheres vinham de diversas regiões do Brasil, muitas delas com trajetórias que espelhavam a da própria Maria – que, vale ressaltar, era vista menos como uma mera cafetina e mais como uma figura matriarcal. Muitas eram expulsas de seus lares por desafiar normas morais tradicionais. Maria as encontrava por meio de contatos feitos no cabaré ou era diretamente procurada, dada a reputação de seu estabelecimento como um dos cabarés mais renomados do Brasil.

Uma réplica do avião B-25 com o nome de Maria Boa.
Uma réplica do avião B-25 com o nome de Maria Boa.

O espaço concebido por Maria Boa rapidamente ganhou reconhecimento, atraindo tanto os locais quanto os americanos que desembarcavam na cidade. Sua fama se estendeu ao ponto de ser homenageada em aeronaves que decolavam da Base Aérea de Natal, com algumas exibindo pinturas com seu retrato. Inclusive, um desses aviões recebeu seu nome como batismo.

A história de Maria Boa é uma mistura de uma realidade difícil, empoderamento feminino e a capacidade humana de superar desafios. Sua vida e legado continuam a inspirar gerações, servindo como um lembrete da rica tapeçaria cultural que compõe a história do Rio Grande do Norte. Maria Boa não é apenas uma lembrança de uma era passada, mas também um testemunho da resiliência, determinação e espírito empreendedor de uma mulher à frente de seu tempo.

Se o destino é moldado pelas ações que tomamos ao longo do caminho, a jovem Victoria Barros, de meros 13 anos, está dando os passos certos rumo ao seu grande sonho: tornar-se uma tenista profissional e elevar o nome do Brasil nas competições mais prestigiadas do planeta.

Nascida na cidade do Natal, no Rio Grande do Norte, essa promissora potiguar já alçou voos além das fronteiras nacionais e, atualmente, aprimora suas habilidades na França, sob a orientação de Patrick Mouratoglou, treinador de renome que já colaborou com lendas do tênis, como Serena Williams. E parece que Victoria já está causando impacto: conquistou três títulos em suas primeiras três competições na Europa. Victoria conquistou o título nas três competições consecutivas em que competiu no Chipre, sendo duas em Limassol e uma em Larnaca. Aos 13 anos, superou adversárias que chegavam até os 18 anos e possuíam rankings notáveis. Apesar de sua idade, já está posicionada entre as 650 primeiras na categoria juvenil com uma extrema maturidade.

“Desde que cheguei aqui, notei uma grande evolução. Minha mãe sempre me diz: O que você pratica no treino, reproduz em jogo. Então, se sua preparação não é boa, é inútil. Se treinar diariamente, com intensidade e disciplina, naturalmente estará pronta para ótimos jogos e torneios. Reconheço a importância do ranking, mas idade ou posição não definem tudo. Eu não tinha um ranking estabelecido, mas fui lá e dei o meu melhor, assim como qualquer outra pessoa pode fazer. Seu desempenho vale muito mais do que sua reputação. Consegui ganhar os primeiros três torneios ITF, fiz uma pontuação muito boa, ganhando os três. Antes já havia a possibilidade de entrar na fundação do Patrick, e quando eu ganhei o primeiro torneio ITF eles já anunciaram oficialmente. Agora estou aqui na fundação dele.”

Com um golpe poderoso e uma inteligência aguçada nas quadras, Victoria Barros destaca sua constante concentração nos treinos, buscando aprimorar seu jogo tanto técnica quanto mentalmente. A jovem tenista de 13 anos admira Serena Williams e Roger Federer, mas também se inspira em nomes emergentes do tênis e na brasileira Beatriz Haddad Maia, que recentemente ascendeu ao top 10 de simples da WTA.

“As minhas inspirações no tênis sempre foram o Roger Federer e a Serena Williams. Infelizmente agora já deu o tempo deles, nada é para sempre né?! Então agora sou muito fã da Bia, muito fã. A Sabalenka também gosto bastante. No masculino eu gosto bastante do Alcaraz e do Holger Rune. Queria parabenizar e muito a Bia. O que ela está fazendo pelo tênis feminino brasileiro é incrível. Eu conheci pessoalmente, é uma pessoa muito trabalhadora. Tudo que ela está fazendo agora não foi fácil, exigiu muito trabalho para conseguir. Nosso tênis está evoluindo cada vez mais, o feminino principalmente, nunca foi tão famoso. A Bia agora top 10 do mundo, a Luisa e a Pigossi com a primeira medalha na Olimpíada, então o tênis está dando mais um passo agora no Brasil.”

Victoria Barros teve início no Beach Tennis

Embora seu amor seja pelo tênis, foi através do Beach Tennis, esporte com muitas semelhanças, que sua paixão se acendeu. Sempre acompanhada de sua mãe, sua principal aliada nesse início de jornada rumo ao topo, Victoria viajou pelo Brasil até cruzar caminhos com Patrick Mouratoglou, que se encantou por seu talento nas quadras. Ao relembrar sua trajetória até a França, ela valoriza cada memória e, acima de tudo, cada lição aprendida.

“Tudo começou com a minha mãe, ela sempre foi do esporte, sempre jogou vôlei, beach tennis, e eu sempre tive muito contato com ela. Foi do beach tennis que eu me interesse mais pelo tênis, fui lá na quadra conhecer e gostei do esporte, comecei a jogar. Em 2018 eu saí de Natal e fui para São Paulo, para o Instituto Tênis e lá eu fiquei oito meses, e foram oito meses muito bons, de aprendizado. Sempre com a minha mãe. Depois recebi uma proposta de Curitiba para ir ao Instituto Ícaro, e lá foram dois anos e meio, consegui evoluir, ter contato com pessoas muito boas. Depois voltei para São Paulo, para a Rede Tênis Brasil e lá fiquei cerca de um ano e meio, dois anos, e comecei a jogar torneios internacionais, a me destacar nesses torneios, ganhei meu primeiro de nível internacional – com destaque para um de atletas de 14 anos disputado nas quadras de Roland Garros -, e aí o Patrick (Mouratoglou) foi ao Brasil (em visita ao Brasil em 2021), mas no primeiro dia a gente não teve muito contato. No segundo ele me mandou uma mensagem perguntando se eu queria ir treinar com ele por uma hora e meia, e eu não ia falar não (risos). Era uma oportunidade muito grande, fui lá treinar com ele e foi assim que tudo começou. Depois de alguns torneios a gente decidiu vir pra França, foi uma decisão muito difícil, mas valeu muito a pena. Estou conseguindo evoluir bastante. Chegamos na França em janeiro, já estou no quinto mês aqui, trabalhando bastante, já consegui ganhar bons torneios. É tudo muito novo para mim, mas já estou me acostumando. Evoluindo bastante, aproveitando o momento.”

Mesmo com sua tenra idade, Victoria demonstra uma maturidade impressionante ao abordar um tema lamentavelmente persistente no mundo dos esportes: a luta contra o racismo. Negra, oriunda do nordeste e atuando em um esporte frequentemente visto como de acesso restrito, mesmo com vários projetos sociais em vigor, a jovem potiguar de 13 anos expressou suas opiniões sobre a questão e fez questão de destacar a postura de Vinicius Jr. diante das situações vivenciadas durante a temporada na Espanha.

A ascensão de Victoria Barros no mundo do tênis não é apenas uma conquista pessoal, mas também um triunfo para o esporte brasileiro. Em um país onde o tênis muitas vezes fica à sombra do futebol, a trajetória de Victoria prova que o Brasil tem potencial para brilhar em diversas modalidades esportivas. Para os fãs potiguares e brasileiros, o futuro parece brilhante, e o nome “Victoria Barros” é, sem dúvida, um nome a ser lembrado nas próximas temporadas. A estrela potiguar está apenas começando sua jornada, e o mundo do tênis está ansiosamente aguardando seu próximo movimento.

Em 16 de fevereiro de 1958, na cidade do Natal, no Rio Grande do Norte, nasceu Oscar Daniel Bezerra Schmidt. Filho de um militar, desde cedo, foi estimulado a se envolver com atividades esportivas. Surpreendentemente, sua primeira paixão não foi o basquete, mas sim o futebol.

A atração pela bola laranja só despertou depois de sua mudança para a capital do país. Zezão, seu treinador no Colégio Salesiano, em Brasília, foi uma figura decisiva em sua transição para o basquete. Aos 13 anos, Oscar foi aconselhado por ele a buscar o Clube Unidade Vizinhança, que estava sob a tutela do renomado técnico Laurindo Miura. Este clube viria a ser o primeiro passo na escalada de Oscar no mundo do basquete.

Em 1974, Oscar, com apenas 16 anos, tomou uma decisão transformadora: mudou-se para São Paulo para dar início à sua carreira no basquete no time infanto-juvenil do Palmeiras. Em terras paulistanas, Oscar Schmidt logo chamou a atenção com seu talento natural e habilidades excepcionais, o que resultou em uma convocação para a seleção juvenil de basquete.

Em 1977, seu talento foi reconhecido quando ele foi nomeado o melhor pivô do Campeonato Sul-Americano Juvenil. Este feito notável garantiu a ele um lugar na seleção principal de basquete. Em sua estreia internacional, ele mostrou que estava à altura do desafio. Com a seleção principal, Oscar conquistou o título sul-americano e contribuiu para a conquista da medalha de bronze no Campeonato Mundial das Filipinas, em 1978. Impressionado com seu desempenho excepcional na seleção brasileira, o técnico Cláudio Mortari recrutou Oscar para o time do Sírio.

Em 1979, naquele que seria um dos momentos mais memoráveis de sua carreira, Oscar ajudou a equipe a conquistar a Copa William Jones, um prestigioso campeonato mundial interclubes de basquete. No ano seguinte, Oscar se destacou em uma nova arena, suas primeiras Olimpíadas em Moscou. Com uma incrível pontuação de 169 pontos, ele desempenhou um papel crucial na jornada do Brasil ao quinto lugar na competição.

Do Brasil para o mundo

Em 1982, Oscar decidiu fazer uma mudança e partiu do Sírio para jogar no América do Rio. No entanto, sua permanência no clube carioca foi breve. Suas realizações impressionantes no mundial interclubes e seu desempenho notável nas Olimpíadas não passaram despercebidas, chamando a atenção não apenas do Brasil, mas também de olheiros internacionais. Apenas alguns meses após sua chegada ao Rio de Janeiro, Bogdan Tanjevic, ex-técnico do time que foi derrotado pelo Sírio na final do mundial interclubes de 1979, fez questão de recrutar Oscar para jogar no Juvecaserta, clube que ele treinava na cidade de Caserta, na Itália.

Oscar passou 11 temporadas jogando na Itália, 8 delas com o Juvecaserta e 3 com o Pavia. Este foi um dos períodos mais vibrantes e formadores de sua carreira, quando teve a chance de elevar seu jogo e estabelecer-se como um dos maiores pontuadores desejados pelos clubes europeus. Durante sua estadia na Itália, Oscar anotou incríveis 13.957 pontos, tornando-se o primeiro jogador a ultrapassar a marca de 10 mil pontos no Campeonato Italiano. Além disso, em uma partida memorável do Fernet Branca, Oscar marcou um assombroso total de 66 pontos, estabelecendo-se entre os recordistas de pontos em uma única partida.

Apesar de ter carinho por todos os clubes em que jogou, a Seleção Brasileira sempre teve um lugar especial no coração de Oscar. Em 1984, Oscar teve a chance de participar de sua segunda Olimpíada, em Los Angeles, onde novamente marcou 169 pontos. Seu desempenho foi tão impressionante que atraiu a atenção do New Jersey Nets, de Nova York, que tentou contratá-lo após o torneio. No entanto, a dedicação de Oscar à seleção brasileira prevaleceu, levando-o a recusar a oferta da NBA para preservar seu status de amador – uma decisão que, se tivesse sido tomada, impediria sua futura atuação pela seleção.

Embora parecesse uma decisão radical na época, sua escolha provou ser acertada alguns anos depois. Em 1987, Oscar retornou aos Estados Unidos para os Jogos Pan-Americanos em Atlanta, onde ajudou a seleção brasileira a derrotar os anfitriões em seu próprio território, marcando um dos maiores triunfos de sua carreira.

No ano seguinte, em 1988, Oscar competiu em sua terceira Olimpíada, em Seul. Apesar do Brasil terminar apenas em quinto lugar, Oscar teve uma performance notável, sendo o principal pontuador da competição, com 338 pontos – 55 deles marcados em uma única partida contra a Espanha. Ele também estabeleceu outros dez recordes olímpicos, incluindo a melhor média de pontos, mais pontos em uma única edição, mais cestas de três pontos em uma única edição e jogo, mais cestas de dois pontos em um único jogo, mais lances livres em uma edição e em um único jogo. E isso foi apenas o começo – mais recordes ainda estavam por vir na carreira desse gigante do basquete.

Em 1993, um ano após seu retorno de sua quarta participação olímpica em Barcelona, onde mais uma vez se destacou como o principal pontuador com 198 pontos, Oscar deu um novo passo em sua carreira, transferindo-se para o Fórum Valladolid, na Espanha. Lá, ele continuou a encantar o público europeu com sua magia nas quadras – a ponto de inspirar o escritor Felix Angel a escrever um livro em sua homenagem, intitulado “Jogar como Oscar”.

A volta para o Brasil

Em 1995, Oscar tomou a decisão de retornar ao Brasil e juntou-se ao Corinthians. Sua contribuição foi vital para a conquista do oitavo título brasileiro de sua carreira em 1996. No mesmo ano, ele participou de sua quinta e última Olimpíada, atendendo ao pedido de seu técnico, Ari Vidal, apesar de ter manifestado intenções de se aposentar da seleção após os Jogos de Barcelona. Com essa participação, Oscar igualou o recorde de Teófilo da Cruz. Atualmente, Oscar, Teófilo e Andrew Gaze compartilham a distinção de maior número de participações de um jogador de basquete em Olimpíadas. Em Atlanta, ele foi novamente o maior pontuador da competição, com 219 pontos, garantindo o posto de maior cestinha da história dos Jogos Olímpicos, com 1093 pontos.

Depois de seu retorno ao Brasil, Oscar jogou para o Banco Bandeirantes (1997-1998), Mackenzie (1998-1999) e Flamengo (1999-2003). Foi durante sua passagem pelo clube rubro-negro que Oscar alcançou um dos marcos mais significativos de sua carreira: tornando-se o maior cestinha da história do basquete, com 49.737 pontos, superando o recorde anterior de Kareem Abdul-Jabbar, que tinha 46.725 pontos. Em 2003, ele encerrou sua carreira nas quadras.

Sem nunca ter pisado em uma quadra da NBA, Oscar Schmidt provou que o talento e a paixão pelo esporte não têm fronteiras. Ele é, sem dúvida, um dos grandes nomes do basquetebol mundial, um atleta que elevou o esporte brasileiro ao patamar internacional e inspirou gerações de jovens a sonhar com a bola laranja nas mãos.

Luiza Alzira Teixeira Soriano nasceu em 29 de abril de 1896 em Jardim de Angicos, no Rio Grande do Norte, foi uma política brasileira e a primeira mulher a ser eleita prefeita no Brasil e na América Latina. Filha de um influente líder político regional proprietário de terras, ela teve uma infância confortável e recebeu educação, algo incomum para as mulheres daquela época.

Alzira passou a sua infância na mesma cidade em que nasceu. Quando tinha apenas 17 anos, selou seu matrimônio com um promotor público originário de Pernambuco, e dessa união nasceram três filhas. Contudo, aos 22 anos ficou viúva, após a morte de seu marido, vítima da devastadora Gripe Espanhola. Alzira Soriano voltou a morar com seus pais em uma fazenda, ficando conhecida por comandar com pulso firme a casa e as atividades da propriedade familiar. Enquanto participava das reuniões promovidas pelo pai, chamou a atenção da líder feminista Bertha Lutz e do político Juvenal Lamartine de Faria, que a convenceram a disputar a prefeitura de Lajes.

Apesar de histórica, a eleição de Alzira enfrentou problemas ao longo da campanha e foi alvo de insultos misóginos, em uma sociedade patriarcal e regida pelas oligarquias da República Velha. Não faltaram críticas e até ofensas pessoais dos adversários da candidata. Segundo o Dicionário Mulheres do Brasil, organizado por Schuma Schumaher, alguns adversários da candidata falavam, sem o menor constrangimento, que mulheres públicas eram prostitutas. Outros procuravam a família dela para dizer que não ficava bem uma senhora de família entrar para a política.

Contudo, superando as adversidades, a candidata escolhida pelo Partido Republicano, Luiza Alzira Teixeira Soriano não se intimidou e foi eleita para a prefeitura com uma maioria esmagadora de mais de 60% dos votos, tomando posse em 1929. Alzira se mostrou uma lider nata, focada em fazer melhorias para sua cidade natal e manteve-se à frente do executivo municipal até o início da Revolução de 1930, que culminou na tomada de poder por Getúlio Vargas, só retornando à vida pública, no cargo de vereadora, no ano de 1947. Após seu falecimento, foi honrada com várias homenagens, entre as quais se destacam o Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós, concedido pela Câmara dos Deputados, e a instituição de um feriado municipal em sua terra natal.

Em 1928, este acontecimento político teve repercussão até nos Estados Unidos. No dia 8 de setembro daquele ano, o jornal The New York Times dedicou espaço a uma notícia inusitada sobre o Brasil: “Numa época em que as mulheres brasileiras sequer tinham direito ao voto e política era assunto exclusivo do universo masculino, a jovem Alzira Soriano, de 32 anos, não apenas votou como disputou e venceu as eleições municipais daquele ano em Lajes, um pequeno município no interior do Rio Grande Norte.” A notícia, publicada na página 9 do jornal norte-americano, chamava a atenção para o fato de Alzira ser a primeira mulher eleita prefeita em um país que ainda não havia permitido o sufrágio feminino – o que só aconteceria quatro anos depois, após a promulgação do Código Eleitoral de 1932 pelo presidente Getúlio Vargas.

Alzira Soriano morreu em 1963, aos 67 anos. Hoje, ela é lembrada por sua coragem e determinação, que abriram caminho para as futuras gerações de mulheres na política brasileira. A história de Alzira Soriano, uma mulher que ousou enfrentar as barreiras sociais e políticas de sua época, é uma prova poderosa de que as mulheres podem ocupar qualquer espaço que desejarem, inclusive a política. Essa matéria é uma homenagem a todas as mulheres que, como Alzira Soriano, foram pioneiras e abriram caminho para as gerações futuras. Que sua história continue inspirando e motivando mais mulheres a buscarem seu espaço, seja na política, seja em qualquer outro campo.

Nascido em 06 de maio de 1994 em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, Ítalo Ferreira começou a surfar aos oito anos de idade, desafiando as ondas com uma tampa de isopor de uma caixa de peixe, sua primeiro “prancha”. Esse início humilde não demorou a se transformar em uma carreira promissora. Aos 12 anos, ele já era campeão potiguar no surf. Mas o talento do jovem não ficou limitado às praias nordestinas, e em pouco tempo ele ganhou notoriedade no cenário nacional.

Ítalo Ferreira tem em seu histórico dois títulos do Campeonato de Juniors, sendo campeão do Quiksilver Pro Rio Junior e do Mormaii Pro Junior em Garopaba, ambos no Brasil. Em 2014 foi campeão da SuperSurfe, sendo considerado o campeão brasileiro, e foi o vice-campeão no Moche Rip Curl Pro Portugal 2015, perdendo para Filipe Toledo. Em 2015, com apenas 20 anos, Ítalo estreou no World Surf League Championship Tour (WSL Championship Tour), o principal circuito de surf do mundo. Em sua temporada de estreia, ele mostrou que veio para ficar, terminando o ano na sétima posição geral e conquistando o prêmio de Rookie of the Year, dado ao melhor estreante da temporada. Mas o potiguar não se contentou apenas com a promissora estreia.

Nos anos seguintes, ele se consolidou como uma das maiores estrelas do surf mundial. Em 2019, ele realizou o sonho de todo surfista: tornou-se campeão mundial da WSL (World Surf League Championship Tour), o primeiro potiguar a alcançar tal feito.

Em 27 de julho de 2021, aos 27 anos de idade, Ítalo fez história ao se tornar o primeiro campeão olímpico de surf, no momento em que o esporte fez sua estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Sua medalha de ouro foi um marco para o Brasil e para o surf, solidificando ainda mais seu nome no panteão dos grandes atletas do esporte. Também foi a primeira medalha de ouro do Brasil na edição. Na etapa final da competição ele venceu o japonês Kanoa Igarashi por 15,14 contra 6,60 numa bateria que começou tensa, com Ítalo quebrando a prancha mas conseguindo rapidamente se recuperar e crescer, pegando boas ondas. A competição aconteceu em Tsurigasaki Beach.

Desde então, Ítalo Ferreira continua acumulando títulos e conquistas, encantando o mundo com sua técnica impecável, sua criatividade nas ondas e sua personalidade carismática, sempre com um sorriso no rosto e a alegria contagiante típica dos potiguares.

Com suas conquistas, Ítalo Ferreira transcendeu o esporte. Hoje, ele é um ícone cultural e um exemplo para jovens surfistas do Brasil e do mundo. Sua história de superação e persistência inspira uma nova geração de atletas a enfrentar as ondas e seguir seus sonhos, provando que é possível ir além, independentemente de suas origens.

E enquanto o futuro ainda reserva muitas ondas para Ítalo Ferreira, uma coisa é certa: o surf nunca mais será o mesmo depois do fenômeno potiguar. As praias de Baía Formosa, onde tudo começou, agora são o berço de um campeão mundial e olímpico. E o Brasil, mais do que nunca, é uma referência indiscutível no

Com somente 24 anos de idade, Maria Eduarda Franklin já carrega consigo um impressionante currículo acadêmico que certamente desperta admiração em qualquer cientista. Em seu portfólio acadêmico, Duda, como é carinhosamente conhecida nas redes sociais, ostenta duas graduações pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – uma em Ciência e Tecnologia com enfoque em neurociências, e a outra em Engenharia Biomédica. No âmbito dos mestrados, a jovem cientista potiguar soma em seu currículo o título de mestre em Neuroengenharia e em Ciência, Tecnologia e Inovação. Além das respeitáveis credenciais acadêmicas, Maria Eduarda também se destaca como empreendedora, sendo uma das cofundadoras e atual CEO da Orby, Co.

A Orby, Co. é uma startup inovadora que proporciona soluções tecnológicas para a integração de processos médicos. Este empreendimento retrata a aplicação direta da expertise e do conhecimento de Maria Eduarda na intersecção entre tecnologia, neurociência e engenharia biomédica, solidificando seu impacto na indústria da saúde.

Maria Eduarda Franklin é uma mulher preta, proveniente de uma família simples. Ela nasceu no bairro das Quintas, na cidade de Natal, e quando tinha apenas 12 anos, mudou-se com a família para o Pajuçara, localizado na Zona Norte da cidade. Desde tenra idade, Duda exibiu um fascínio notável pela ciência. Essa paixão, que germinou durante a infância, foi percebida por suas professoras que prontamente reconheceram seu talento excepcional para aprendizado. A família de Duda, percebendo a mesma capacidade, estimulou e fomentou esse interesse pela ciência no ambiente doméstico, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento de sua paixão.

Maria Eduarda é a prova de que a perseverança e o amor pelo conhecimento podem levar a conquistas incríveis. Entre os mais recentes triunfos, a Orby, Co., destacou-se no cenário internacional ao vencer a prestigiosa Brazil Conference at Harvard and MIT (Massachusetts Institute of Technology), que ocorreu entre os meses de março e abril deste ano na cidade de Boston, nos Estados Unidos. Além disso, desde maio, a startup passou a ser parte integrante do Microsoft for Startups Founders Hub. Este hub da Microsoft tem o intuito de estimular e promover o crescimento de startups inovadoras ao redor do globo.

Em um mundo onde as mulheres ainda são minoria em carreiras de tecnologia, Maria Eduarda é um exemplo de que é possível vencer estereótipos e barreiras socioeconômicas. Ela espera que sua história inspire outras jovens a perseguir seus sonhos, independentemente das circunstâncias. Enquanto Duda continua a avançar em sua carreira, o mundo observa com admiração e antecipação. Afinal, se sua jornada até agora é algo a se considerar, seu futuro promete ser ainda mais brilhante. Esta personalidade potiguar é um grande orgulho para o Rio Grande do Norte!

A história de Celina Guimarães Viana é tanto a história de uma mulher quanto a história de um país. Nascida em 15 de novembro de 1890 em Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, Celina, uma professora brasileira, foi a primeira mulher a exigir seus direitos políticos numa época em que as mulheres brasileiras eram excluídas do processo eleitoral.

Sua conquista teve lugar no dia 05 de abril de 1928, antes da promulgação do Código Eleitoral de 1932 que, de maneira universal, garantiu o direito de voto às mulheres brasileiras. Celina Guimarães aproveitou a brecha da Lei Eleitoral nº 6060, do Rio Grande do Norte, que não especificava o gênero dos eleitores. Por essa razão, solicitou sua inclusão no rol dos eleitores de Mossoró. Assim, Celina Guimarães, aos 38 anos, tornou-se a primeira mulher a votar no Brasil. Um feito notável que marcou o início de uma mudança profunda na sociedade brasileira, embora a luta pelos direitos das mulheres ainda estivesse longe de terminar. O voto de Celina Guimarães não foi apenas um voto, mas um símbolo de resistência, uma demonstração de coragem e uma porta aberta para a participação feminina na vida política do Brasil. Devido ao seu pioneirismo, a cidade de Mossoró é frequentemente citada como a vanguarda dos direitos das mulheres no Brasil.

Quem foi Celina Guimarães, a primeira eleitora mulher do Brasil?

Celina Guimarães era filha de José Eustáquio de Amorim Guimarães e Eliza de Amorim Guimarães. Sua formação acadêmica ocorreu na Escola Normal de Natal, instituição na qual completou sua qualificação para professora. Foi ali que cruzou caminhos com Elyseu de Oliveira Viana, um aluno originário de Pirpirituba, com quem contraiu matrimônio em dezembro de 1911 e compartilharia sua vida inteira. Em 1912, Celina Guimarães se transferiu para Acari e, posteriormente, em 13 de janeiro de 1914, estabeleceu-se em Mossoró. Nesta cidade, ela aceitou o convite do diretor de Instrução Pública do Estado para ministrar aulas infantis no Grupo Escolar 30 de Setembro.

A promulgação da Lei nº 660, datada de 25 de outubro de 1927, transformou o Rio Grande do Norte no primeiro Estado a garantir igualdade de gênero no exercício do voto, ao regulamentar o “Serviço Eleitoral no Estado” e abolir a “distinção de sexo” para o direito ao sufrágio. Segundo o escritor João Batista Cascudo Rodrigues, a decisão histórica foi formulada nos seguintes termos: “Tendo a requerente satisfeito as exigências da lei para ser eleitora, mando que inclua-se nas listas de eleitores. Mossoró, 25 de novembro de 1927.”

O documento original expedido pelo juiz Israel Ferreira Nunes, que traz o nome de Celina manuscrito a bico de pena sobre papel almaço, encontra-se preservado no Museu Histórico Lauro da Escóssia, embora esteja em estado de preservação delicado. Este documento atesta a liderança de Mossoró na conquista do voto feminino no Brasil.

Com a aprovação da Lei, muitas mulheres requisitaram suas inscrições e, em 25 de novembro de 1927, compareceram às urnas. Entretanto, nas eleições de 5 de abril de 1928, seus votos foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado. O direito ao voto feminino efetivo só foi assegurado com o Código Eleitoral de 1932, que estipulou que “o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo…” estaria habilitado para votar.

Sobre a atenção recebida por seu feito histórico, Celina declarou:

“Eu não fiz nada! Tudo foi obra de meu marido, que empolgou-se na campanha de participação da mulher na política brasileira e, para ser coerente, começou com a dele, levando meu nome de roldão. Jamais pude pensar que, assinando aquela inscrição eleitoral, o meu nome entraria para a história. E aí estão os livros e os jornais exaltando a minha atitude. O livro de João Batista Cascudo Rodrigues – A Mulher Brasileira – Direitos Políticos e Civis – colocou-me nas alturas. Até o cartório de Mossoró, onde me alistei, botou uma placa rememorando o acontecimento. Sou grata a tudo isso que devo exclusivamente ao meu saudoso marido.”

O legado de Celina Guimarães perdura até os dias atuais. Hoje, as mulheres brasileiras desfrutam de plenos direitos políticos e participam ativamente da vida política do país, ocupando cargos em todos os níveis do governo. E, embora ainda existam desafios a serem superados, o voto de Celina foi a primeira pedra lançada na construção de uma sociedade mais igualitária. Celina Guimarães, a primeira eleitora do Brasil, deu o primeiro passo e, graças a ela e a todas as mulheres que seguiram seus passos, hoje as mulheres no Brasil têm voz e voto. A lembrança de Celina serve como um lembrete permanente de quão longe chegamos e de quão longe ainda temos que ir.

Celina Guimarães é uma verdadeira heroína, que desafiou as convenções de sua época e pavimentou o caminho para que outras mulheres pudessem seguir. Sua história deve ser contada e celebrada, pois representa um marco importante na luta pelos direitos das mulheres no Brasil.

O Nordeste do Brasil tem uma rica história de produção musical e Marina Elali é uma das artistas que se destacam neste vasto mosaico cultural. Seu som, embora seja universal e apreciado em todo o Brasil, ainda guarda as nuances e a influência da música nordestina, algo que a artista se orgulha de incorporar em suas criações. Embora sua música tenha alcançado um público amplo e diversificado em todo o Brasil, Marina Elali ainda guarda as nuances e a influência da música nordestina, algo que a artista se orgulha de incorporar em suas criações.

Marina nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, em 6 de abril de 1982, em uma família que tinha a música muito presente. Filha de carioca com palestino e neta de pernambucanos, ela é formada em música e canto no Berklee College of Music, em Boston. Desde tenra idade, Elali mostrou talento para a música. Aprendeu a tocar piano e, ao longo dos anos, sua paixão pela música se desenvolveu, levando-a a se dedicar a uma carreira musical profissional. Sua estreia no cenário musical foi em 2004, quando participou do programa “Fama” da Rede Globo, onde emplacou a música “Você”, de Roberto e Erasmo Carlos, como tema de Deborah Secco e Murilo Benício na novela “América”, na qual fez uma participação especial no último capítulo. Desde então, Elali tem lançado vários álbuns que demonstram não apenas seu talento vocal impressionante, mas também sua habilidade como compositora. Seus sucessos incluem “Você”, “One Last Cry” e “Encontrei”.

Além de novelas, filmes, minisséries e especiais, a cantora já participou de vários programas televisivos. Em 2012, Marina participou da minissérie da Rede Globo O Brado Retumbante. Em 2013, foi jurada do quadro Mulheres Que Brilham, do Programa Raul Gil. No cinema, a voz de Marina marcou os temas dos filmes Se Eu Fosse Você, A Fronteira, Didi, o Cupido Trapalhão e Segurança Nacional, onde também fez uma participação especial interpretando o Hino Nacional. Entre os sucessos, se destacam “Eu Vou Seguir”, tema de Míriam, personagem de Gabriela Duarte na novela Sete Pecados, e “One Last Cry”, tema de Nanda, interpretada por Fernanda Vasconcellos na novela Páginas da Vida – uma das músicas mais executadas em todo o país em 2006 e 2007.

Apesar de sua carreira agitada e de viajar por todo o mundo, Marina nunca esquece suas raízes. Ela é frequentemente vista destacando sua cidade natal e o estado do Rio Grande do Norte em entrevistas e apresentações. Ela é um exemplo do que o talento e a perseverança podem alcançar, independentemente de onde você venha. Uma prova de suas raízes é o lançamento do álbum intitulado Marina Elali Duetos em Homenagem a Luiz Gonzaga e Zé Dantas. O trabalho foi gravado em Recife, Pernambuco, em homenagem a dois pernambucanos ilustres: Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”, e Zé Dantas, compositor, principal parceiro de Luiz Gonzaga e avô materno de Marina.

Marina Elali é uma verdadeira embaixadora de Natal, usando sua música e talento para mostrar ao mundo a riqueza da cultura nordestina. Com cada nota e cada letra, ela nos lembra da beleza e da importância de nunca esquecermos de onde viemos, ao mesmo tempo que nos inspira a sempre buscar nossos sonhos, não importa quão distantes eles possam parecer. E é por isso que Marina Elali, com seu talento indiscutível e sua paixão pela música, continua a brilhar não apenas como uma artista, mas também como um símbolo do orgulho potiguar e uma fonte de inspiração para muitos outros que sonham em seguir seu próprio caminho na música.

Nascida em Papari, Rio Grande do Norte, em 12 de outubro de 1810, Nísia Floresta foi uma mulher à frente de seu tempo e que lutou pelos direitos das mulheres e pela educação. Viveu em um período de transição política no Brasil, durante o qual o país estava passando do status de colônia para o de nação independente. Seu pai, o tenente-coronel Antônio Nunes da Cunha Pinto, era um oficial do exército português que lutou contra as tropas napoleônicas durante a Guerra Peninsular. Sua mãe, Dionísia Pinto, era uma brasileira que foi criada em uma família rica e influente. Ainda criança, Nísia Floresta aprendeu a ler e a escrever com sua mãe, e foi incentivada a estudar e a buscar conhecimento.

Em 1822, quando Nísia Floresta tinha apenas 12 anos de idade, o Brasil se tornou independente de Portugal. Essa transição política trouxe mudanças significativas para o país, e para as mulheres em particular. Antes da independência, as mulheres brasileiras eram proibidas de estudar em escolas formais e eram limitadas ao papel de dona de casa. Com a independência, no entanto, surgiram oportunidades para as mulheres se educarem e se envolverem em atividades intelectuais.

Em 1827, Nísia Floresta casou-se com Manuel Augusto de Faria Rocha, um oficial do exército brasileiro. O casal teve três filhos, mas o casamento foi infeliz e terminou em divórcio em 1837. Depois do divórcio, Nísia Floresta mudou-se para a Europa, onde passou a maior parte da sua vida adulta. Na Europa, Nísia Floresta conheceu muitos intelectuais e artistas, e se envolveu em movimentos políticos e culturais. Ela aprendeu francês, inglês, italiano e espanhol, e começou a escrever em vários idiomas. Em 1838, ela publicou o seu primeiro livro, “Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens”, que foi uma das primeiras obras feministas no Brasil.

Em “Direitos das Mulheres e Injustiças dos Homens”, Nísia Floresta argumenta que as mulheres têm o direito de se educar e de participar plenamente da vida intelectual e política da sociedade. Ela critica a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens e defende a igualdade de gênero. Nísia Floresta também defende o direito das mulheres de escolherem seus próprios maridos e de se divorciarem se estiverem infelizes em seus casamentos.

Nísia Floresta continuou a escrever e a publicar obras ao longo de sua vida. Em 1844, ela publicou “A Mulher”, uma obra em que defende a educação para todas as mulheres, independentemente de sua classe social. Em 1859, ela publicou “Lágrimas de um Crente”, uma obra de teor religioso em que Nísia Floresta reflete sobre sua própria fé e crenças.

Além de seus escritos, Nísia Floresta também se envolveu em atividades políticas e sociais. Ela participou do movimento abolicionista na Europa, defendendo a abolição da escravidão no Brasil. Ela também trabalhou para melhorar a educação e a vida das mulheres brasileiras, promovendo a criação de escolas para meninas e defendendo a igualdade de gênero.

“Dê-se ao sexo uma educação religiosamente moral, desvie-se dele todos os perniciosos exemplos que tendem a corromper-lhe, desde a infância, o espírito, em vez de formá-lo á virtude, adornem-lhe a inteligência de úteis conhecimentos, e a mulher será não somente o que ela deve ser — o modelo de família — mas ainda saberá conservar dignidade, em qualquer posição que porventura a sorte a colocar.”

Nísia Floresta faleceu em Rouen, na França, em 24 de abril de 1885, aos 74 anos de idade. Ela é lembrada como uma pioneira do feminismo e da educação no Brasil, e sua obra continua a ser estudada e celebrada até os dias de hoje. A história de Nísia Floresta é um exemplo inspirador de como uma pessoa determinada e comprometida pode fazer a diferença em sua sociedade. Ela lutou por ideais que eram considerados radicais e controversos em sua época, e ajudou a abrir caminho para as mulheres brasileiras se educarem e se engajarem em atividades intelectuais e políticas. Sua obra é um testemunho de sua coragem, perseverança e dedicação à causa da igualdade de gênero e da justiça social.