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Inaugurado em 22 de janeiro de 2006, o Estádio Maria Lamas Farache, o Frasqueirão, é uma obra moderna, mas que soube preservar o calor humano e a paixão tão característicos dos campos de futebol regionais. A partida de estreia, um jogo amistoso entre ABC e Alecrim, atraiu milhares de torcedores, apesar da vitória dos visitantes por 1 a 0. A decepção do resultado não apagou o brilho deste marco na história do clube e da cidade.

O Frasqueirão abrange uma vasta área de 25.000 m², dentro do total de 110.000 m² da Vila Olímpica Vicente Farache. O projeto setoriza a Vila Olímpica em quatro: o estádio com 25.000 m², o estacionamento com 25.000 m², uma área comercial com 14.500 m² e o clube com 45.500 m². Esta instalação de vanguarda serve não só como um lugar para o ABC disputar seus jogos em casa, mas também como um ponto de convergência para a comunidade local, hospedando uma variedade de eventos e iniciativas desportivas. Especificamente, o estádio é conhecido por seu ambiente elétrico, com a torcida do ABC trazendo uma energia que ressoa nos corações dos jogadores. O grito de ‘Vamos, ABC!’ nunca deixa de reverberar pelas estruturas do Frasqueirão, ilustrando o espírito incansável de um clube e seus fãs que enfrentaram juntos tanto a glória quanto a adversidade.

Como surgiu o apelido “Frasqueirão”?

“A Frasqueira” é como é conhecida a torcida do ABC, um termo que inicialmente tinha conotações negativas, atribuídas pelos rivais locais, mas que foi prontamente abraçado e usado com orgulho pela própria torcida do clube. O historiador Luís da Câmara Cascudo explica que o termo “frasqueira” originalmente se referia ao compartimento dos navios negreiros onde os escravos eram transportados. Muito interessante, não é mesmo?

O Frasqueirão não é apenas um marco arquitetônico ou um palco para o futebol, é uma declaração de amor à cultura futebolística do Rio Grande do Norte. É um lar para todos aqueles que acreditam na magia do futebol, um santuário onde gerações de torcedores e jogadores se encontram para celebrar o jogo que amam. E, certamente, o Frasqueirão continuará sendo uma lenda viva do futebol nordestino nas próximas décadas, como um símbolo tangível da força e da paixão do ABC Futebol Clube e dos seus torcedores apaixonados.

Assim, mesmo com as mudanças inevitáveis que ocorrem no cenário esportivo, o Frasqueirão, com seu charme inegável e seu lugar seguro na história do futebol nordestino, permanecerá como um símbolo eterno de orgulho para a comunidade de Natal e todos os fãs do ABC Futebol Clube.

No início do século XX, Natal era uma cidade tranquila e de caráter provinciano, abrigando aproximadamente 27 mil habitantes. Foi nesse cenário, no dia 29 de junho de 1915, que o ABC Futebol Clube foi fundado por um grupo de jovens, sendo a maioria proveniente da alta sociedade local. Este clube, o primeiro de futebol no Rio Grande do Norte, ao longo dos anos evoluiria para se tornar a associação futebolística mais popular e amada do estado, estabelecendo um recorde mundial em termos de conquistas de campeonatos estaduais.

A sugestão do nome veio de José Potiguar Pinheiro e foi aprovada por unanimidade pelos fundadores do clube. Com uma visão inovadora para a época, esses jovens resolveram nomear o clube não apenas por um simples título, mas como uma homenagem significativa a um acontecimento de grande importância internacional.

O Pacto ABC, como ficou conhecido, foi um tratado assinado em 1903 pelos países Argentina, Brasil e Chile, com o objetivo de resolver disputas fronteiriças entre os três países sul-americanos e fortalecer a amizade fraternal. Este pacto foi o precursor do que conhecemos hoje como a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL). Ao escolherem o nome ABC, estes jovens fundadores do clube natalense manifestaram uma preocupação social precoce, reconhecendo a importância da amizade e da cooperação internacional. Este foi um gesto bastante progressista para o início do século 20, demonstrando uma visão além dos limites da cidade de Natal e até mesmo do Brasil.

O ABC Futebol Clube, desde então, tornou-se um dos clubes de futebol mais queridos e bem-sucedidos do nordeste brasileiro. Além disso, a origem de seu nome serve como um lembrete do compromisso de manter viva a amizade e a cooperação entre nações, bem como o espírito desportivo e a fraternidade, valores que o esporte tem o poder de promover.

Assim, a história do ABC Futebol Clube é um exemplo notável de como o esporte pode ser um veículo para a diplomacia e a boa vontade entre nações. O nome do clube continua a evocar a união entre Argentina, Brasil e Chile, e o significado por trás dele é uma parte integral da rica tapeçaria da história do futebol brasileiro, da cidade do Natal e do Rio Grande do Norte.

Pelé, o Rei do Futebol, jogou três vezes em Natal, no Rio Grande do Norte: dois destes encontros do camisa 10 do Santos com o América-RN, sendo um amistoso, e um duelo contra o ABC, que registrou um dos maiores públicos da história do antigo Estádio Castelão.

O primeiro encontro ocorreu no dia 12 de dezembro de 1971, em um amistoso disputado no Estádio Juvenal Lamartine, quando o Santos, time pelo qual Pelé fez história, venceu o América-RN por 2 a 1, com gols de Pelé e Edu. Amorim descontou para o Alvirrubro. A equipe paulista levou a melhor mas o grande espetáculo foi proporcionado pelo Rei, que anotou um dos gols da vitória.

A segunda visita de Pelé ao Rio Grande do Norte aconteceu no dia 29 de novembro de 1972, em um confronto pela primeira divisão do Campeonato Brasileiro. Dessa vez, o adversário foi o ABC, em uma partida realizada no Estádio Castelão. Em um jogo emocionante, o Santos venceu por 2 a 0, com Pelé, novamente, deixando sua marca. Sua atuação não só garantiu a vitória do time, mas também entrou para a memória dos torcedores natalenses.

Esta partida contra o ABC se destacou não apenas pelo embate em campo, mas também pelo cenário que a rodeou. O Estádio Castelão tornou-se palco para um espetáculo memorável, com a impressionante quantidade de 49.150 espectadores presentes. Isso representava nada menos que 20% da população de Natal, que contava com cerca de 200 a 250 mil habitantes naquela época. Além dos natalenses, muitos fãs viajaram de cidades vizinhas para ver de perto o Rei do Futebol.

Por fim, a terceira e última vez que Pelé, o Rei do Futebol, pisou em solo potiguar foi no dia 26 de setembro de 1973. No Castelão, também pelo Campeonato Brasileiro, o Santos goleou o América-RN por 6 a 1, com três gols de Pelé. Mazinho, Euzébio e Hermes também marcaram para o time paulista e Santa Cruz fez para o Alvirrubro.

As três visitas de Pelé ao Rio Grande do Norte foram mais do que simples partidas de futebol. Cada uma delas trouxe consigo a magia e o encantamento que só o Rei do Futebol, Edson Arantes do Nascimento, poderia proporcionar. Para os potiguares, esses momentos permanecerão eternizados na memória e na história do esporte no estado.

Você conhece o Hotel do Rei, em Natal?

No ano de 1974, Pelé foi presenteado pelo governador do Rio Grande do Norte da época, Cortez Pereira, com um terreno localizado na encantadora praia de Ponta Negra, em Natal. A doação, uma iniciativa da Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur), visava usar o prestígio de Pelé para promover a região. Anos mais tarde, essa jogada se materializou de maneira emblemática quando um conjunto de investidores se aliou ao Rei do Futebol para erguer o King’s Flat Hotel. Ainda em operação nos dias atuais, o hotel presta homenagem ao seu notável parceiro com uma estátua em sua honra e uma exposição de objetos pessoais, incluindo uma camisa e uma bola autografadas. Se você é apaixonado por futebol, não pode deixar de conhecer.

Os anos se passaram, mas a lembrança do sorriso e do talento de Pelé ainda é vívida para muitos que tiveram a oportunidade de vê-lo jogar. Como o próprio Pelé disse uma vez, “o futebol é a alegria de muita gente e, para mim, o futebol é alegria”. E essa alegria, sem dúvida, foi partilhada com o povo do Rio Grande do Norte.

Inaugurada em 2014 para sediar partidas da Copa do Mundo da FIFA, a Arena das Dunas (ou Arena Marinho Chagas) tornou-se rapidamente um símbolo icônico de Natal. Com uma capacidade para aproximadamente 31.375 espectadores, este estádio, que pode ser expandido para 42.000 lugares em grandes eventos vai além do futebol. O estádio foi projetado pelo arquiteto renomado, Christopher Lee, do escritório Populous, e seu desenho foi inspirado nas dunas de areia locais. As fachadas e coberturas do estádio possuem uma série de módulos de aço que se assemelham a dunas de areia, um aceno à geografia natural da região.

A Arena das Dunas não é apenas um local para assistir a partidas de futebol. Ela se tornou um centro multifuncional que oferece espaço para conferências, exposições e eventos culturais. O estádio tem sido a sede de diversos eventos, incluindo concertos de música.

O estádio foi projetado para oferecer conforto e comodidade aos espectadores. Possui assentos ergonômicos, amplas áreas de circulação, instalações sanitárias modernas e uma grande variedade de opções de alimentação. Além disso, a arena conta com tecnologia de ponta, incluindo sistemas de iluminação de alta definição e um moderno placar eletrônico, que proporcionam uma experiência visual imersiva durante os eventos esportivos.

Desde sua inauguração, o estádio trouxe grandes benefícios econômicos para a cidade. A construção da Arena das Dunas gerou empregos, estimulou o turismo e deu a Natal uma visibilidade internacional. Além disso, trouxe uma infraestrutura esportiva de classe mundial para a cidade, permitindo a realização de grandes eventos esportivos.

Na esfera da sustentabilidade, a Arena das Dunas também se destaca. O estádio foi um dos primeiros no Brasil a conseguir o certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que atesta a adoção de boas práticas ambientais em sua construção e operação. A recuperação e utilização de água da chuva, a eficiência energética e a seleção de materiais sustentáveis ​​são apenas alguns dos aspectos que tornaram isso possível.

A Arena das Dunas é mais do que apenas um estádio de futebol. Ela é um ícone de Natal, no Rio Grande do Norte, que combina um design arquitetônico inspirador com funcionalidade, sustentabilidade e potencial econômico. A Arena das Dunas prova que os estádios podem ser muito mais do que lugares para assistir jogos; eles podem ser pontos centrais em suas comunidades, contribuindo para a economia, a cultura e o meio ambiente. É indubitável que a Arena das Dunas continuará a desempenhar um papel central na vida de Natal nos anos vindouros, não apenas como sede de partidas de futebol, mas como um espaço vibrante para a vida comunitária, eventos culturais e desenvolvimento econômico.