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Dom Nivaldo Monte

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Dom Nivaldo Monte, natural de Natal e nascido em 15 de março de 1918, era filho de Pedro Alexandre do Monte e Belarmina Sobral do Monte. Originários de uma família humilde e trabalhadora de agricultores do sertão pernambucano, carregavam uma profunda religiosidade. Tiveram oito filhos, mas apenas sete sobreviveram e a fé, união e preparação para a vida, eram valores centrais na criação de seus filhos. Deste núcleo familiar emergiram profissionais dedicados, como um médico, um dentista, um farmacêutico e três sacerdotes. Entre esses sacerdotes estavam o Cônego Luiz Gonzaga do Monte, que, embora tenha falecido em 1944, foi amplamente reverenciado como “sábio e santo” em sua época, e o Padre Orígenes Monte, um exemplar pai e sacerdote que foi ordenado já na fase adulta e após ser viúvo.

Apesar de sua estrutura física delicada e saúde vulnerável, Dom Nivaldo possuía um espírito inabalável e determinado. Ele nunca se submeteu aos desafios da vida, expandindo constantemente seus horizontes e, conforme suas próprias palavras, buscava “pisar firme, pensar alto e ver longe”. Iniciou sua formação secundária no Seminário Menor de Natal em 1931, com apenas 13 anos. Prosseguiu seus estudos em Filosofia e Teologia no Seminário Maior de Fortaleza entre 1934 e 1938. Além disso, participou de diversos cursos de atualização para sacerdotes e bispos, assim como cursos especializados e de extensão universitária.

Dotado de uma mente aguçada, sua lógica de pensamento revelava uma constante busca pela verdade. Estava sempre mergulhando mais profundamente no mistério dos seres e acontecimentos, em sua incessante procura por novas maneiras de compreender e existir.

O Ministério Eclesiástico de Dom Nivaldo Monte

Dom Nivaldo Monte iniciou sua trajetória eclesiástica com sua ordenação diaconal em 15 de agosto de 1940, seguida pela ordenação sacerdotal em 12 de janeiro de 1941. Este rito aconteceu na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação em Natal, sob a benção de Dom Marcolino Esmeraldo de Sousa Dantas. Apesar de sua jovem idade, recebeu uma dispensa especial da Santa Sé para ser ordenado. Iniciou sua missão sacerdotal em São Gonçalo do Amarante em 1941 e, posteriormente, serviu nas Paróquias de Goianinha e Arez entre 1942 e 1943. A paixão por sua vocação e o zelo pastoral foram marcas registradas de seu serviço.

Mudando-se para a capital da Diocese, teve a honra de ser o primeiro Capelão militar durante a guerra, atuando como intermediário entre as guarnições brasileira e americana no posto de capitão. Junto ao renomado Padre Eugênio de Araújo Sales e outros sacerdotes, ajudou a fundar o Movimento de Natal, uma iniciativa pioneira de relevância regional e nacional.

Foi nomeado Bispo em 1963, escolhendo como lema “Mihi vivere is Christus” (Para mim o viver é Cristo). Em 1965, tornou-se Administrador Apostólico da Arquidiocese de Natal e, dois anos depois, foi nomeado Arcebispo Metropolitano, posição que manteve até sua renúncia em 1988. Seu pastoreio em Natal destacou-se pelo empenho no campo pastoral e ação social, alinhado a um comprometimento ímpar com a Igreja e sua missão. Promoveu a educação dos leigos, incentivou a formação de seminaristas e valorizou o laicato. Seu papel foi fundamental na criação de instituições como o Instituto de Teologia Pastoral – ITEPAN. em 1955.

Sua habilidade administrativa garantiu a gestão adequada dos recursos da Arquidiocese, apoiando a expansão do trabalho pastoral e social. Em sua visão de governança, buscou equilíbrio e colaboração com os poderes públicos e privados, sempre visando o bem comum.

Como bispo, Dom Nivaldo fundou o Serviço de Assistência Urbana (SAUR); construiu a Granja do Clero, em Emaús, e criou oito paróquias. Escreveu numerosos livros, entre eles “Formação do Caráter”, A Dor” e “O Coração é para Amar”. Dom Nivaldo Monte faleceu no dia 10 de novembro de 2006 e foi sepultado em Emaús, nos Jardins do Monteiro de Sant`Ana.