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Partindo da bela Praia da Redinha, o passeio proporciona uma aventura única, mergulhando fundo na rica tapeçaria cultural e histórica de Natal. A bordo de um amplo e seguro catamarã, os passageiros são levados em uma viagem que promete ser tão educativa quanto emocionante. Neste passeio de aproximadamente 1 hora e 30 minutos, o espetáculo principal é o inegavelmente deslumbrante pôr do sol. As águas tranquilas do Rio Potengi refletem as cores douradas e vermelhas do céu, criando um espetáculo natural que é de tirar o fôlego. Mas isso é apenas uma parte da história. Juntamente com esse fenômeno natural, os passageiros são agraciados com uma performance ao vivo de um teatro musical.

Esse espetáculo, com um elenco composto por talentosos e divertidos atores locais, narra a história de Natal de uma maneira encantadora. Dos primeiros anos do descobrimento à modernidade, a apresentação leva os espectadores em uma viagem no tempo, oferecendo uma compreensão mais profunda da cidade e de seu povo. Isso torna a experiência não apenas divertida, mas também educativa e emocionalmente cativante.

Enquanto são encantados pela música e pelo esplendor do pôr do sol, os visitantes têm a oportunidade de desfrutar de uma variedade de bebidas. Seja uma bebida alcoólica refrescante ou uma opção não alcoólica, tudo é preparado com frutas frescas e deliciosas. Um dos atrativos culinários mais autênticos que os visitantes têm a oportunidade de experimentar é a ginga com tapioca. Esta delícia regional é um prato que combina os sabores do peixe com a tapioca e é uma verdadeira explosão de sabores que com certeza deixará uma impressão duradoura.

O catamarã do Parrachos Praia Clube é o ambiente perfeito para esta experiência. Com espaço suficiente para se movimentar e aproveitar a vista, e com um serviço cuidadoso que se esforça para garantir que cada passageiro esteja confortável, a experiência torna-se ainda mais prazerosa. O passeio pelo Rio Potengi, no Catamarã Auto do Potengi, é uma experiência verdadeiramente imersiva. Ele captura a essência da cidade do Natal, desde os sabores e sons até as histórias e belezas naturais, e os apresenta de uma maneira inesquecível. Seja você um viajante de primeira viagem ou um visitante habitual, este passeio é uma atração imperdível. Faça você também este passeio e experimente a magia de Natal e do Rio Potengi como nunca antes.

Para fazer a sua reserva, acesse: https://reservasrn.parrachos.com.br

Nascida em 1918 em Natal, Lucy Garcia Maia pertencia a uma renomada família local. Educada na Escola Doméstica, destinada a moldar damas da sociedade na gestão do lar, Lucy optou por seguir seu profundo amor pelos esportes. Ela se destacou no tênis, vôlei, basquete e até se aventurou no remo, tradicionalmente um esporte masculino. Lucy foi instrumental na criação do Centro Desportivo Feminino, incentivando outras mulheres de Natal a abraçarem o esporte.

Sua ousadia não parou por aí. Em 1942, Lucy Garcia Maia quebrou barreiras, enfrentou tabus e discriminações e, em 1942, conseguiu o feito de se tornar a primeira mulher norte-rio-grandense brevetada no Aero Clube. A aviação, assim como o remo, era considerada uma área dominada por homens. No entanto, com a bênção e apoio de seu pai, Lucy perseguiu seu sonho de voar.

“Precisei de coragem para enfrentar a sociedade, porque uma moça sozinha no meio de 12 rapazes causava estranheza”, comentou. Começando sua formação em julho de 1942, ela estava frequentemente rodeada por colegas e instrutores masculinos. Após treze horas de treinamento, tomou as rédeas de um Piper Cub J-3.

No seu voo inaugural, ela deslumbrou-se ao sobrevoar os encantos de sua cidade natal. Apesar de desafiar as expectativas, o que a movia era mais a paixão do que a rebelião. Em um testemunho de 2000, Lucy refletiu sobre sua experiência, declarando à pesquisadora Ana Amélia Fernandes: “Sentia-me como se fosse dona do mundo, dominando o espaço e confiante na arte de voar. Medo? Nunca senti isso em relação à aviação. Meu verdadeiro desejo era seguir na carreira e me tornar piloto comercial.” Decolou da Base Aérea de Natal, atravessou a cidade no sentido norte, cruzou o rio Potengi, fez voos rasantes sobre a praia da Redinha, as dunas e o azul-turquesa das lagoas. Na volta à base, os colegas e seu instrutor a esperavam muito apreensivos.

Em 25 outubro de 1942, Lucy foi oficialmente licenciada, autorizada a pilotar modelos como Piper J-3, Culver e PT-19. Por meia década, Lucy voou, realizando viagens para destinos como Fortaleza, Recife e João Pessoa. Sua coragem ecoava os feitos da norte-americana Amélia Earhart, que uma década antes, em 1932, tornou-se a primeira mulher a cruzar o Atlântico sozinha em um avião, imitando a façanha anteriormente conquistada por Charles Lindbergh em 1927.

Alguns anos depois, em 1947, ela casou-se com Evaldo Lira Maia, um piloto da Aeronáutica que também era da Varig, com quem teve quatro filhos. E foi justamente a maternidade que fez Lucy reconsiderar sua carreira nas companhias aéreas. “Eu olhava aquela criancinha no berço e ficava imaginando se alguma coisa me acontecesse durante um voo; ela ficaria sem os meus cuidados maternos”, refletiu. Lucy morreu em outubro de 2001 em sua residência, no bairro de Morro Branco, sucumbindo a um câncer, sendo enterrada no cemitério do Alecrim aos 83 anos.

Lucy Garcia Maia não foi apenas uma pioneira na aviação potiguar; ela também inspirou outras mulheres a seguirem seus sonhos, independentemente dos obstáculos. Seu legado vai além dos voos que realizou e das distâncias que percorreu. Ela provou que o céu, literalmente, não é o limite para quem tem paixão e determinação. Apesar dos desafios enfrentados em uma época onde o papel da mulher era extremamente restrito, Lucy abriu caminho para outras aviadoras e desafiou as convenções sociais. Hoje, ao olharmos para o céu de Natal, é essencial lembrarmo-nos de Lucy Garcia Maia, não apenas como a primeira aviadora potiguar, mas também como símbolo de perseverança, coragem e paixão.

O Rio Potengi, cujo nome tem origem na linguagem indígena tupi e significa “rio de camarão” – uma composição dos termos “potĩ” (camarão) e “y” (água) – é o mais importante corpo d’água do estado do Rio Grande do Norte. Seu estuário, que encontra o mar na costa de Natal, foi rapidamente descoberto pelos primeiros colonizadores portugueses no século XVI, que navegaram por suas águas para explorar o território. Impressionados com seu amplo leito e grande extensão, deram-lhe o nome de “Rio Grande”, originando assim a denominação da antiga Capitania do Rio Grande.

Sua nascente está localizada no município de Cerro Corá, no interior do estado, e desce por uma distância de 176 quilômetros até encontrar seu destino final no município de Natal, onde deságua no Oceano Atlântico. O rio serve como um marco divisor entre a Zona Norte de Natal e as demais regiões da cidade, unidas pela histórica Ponte de Igapó, erguida em 1912, e mais recentemente pela moderna Ponte Newton Navarro, inaugurada em 2007.

Historicamente, o Rio Potengi tem sido uma rota de transporte vital. Ainda no período colonial, os portugueses usavam o rio para transportar cana-de-açúcar das fazendas do interior para a cidade. Mais tarde, durante a era industrial, o rio tornou-se um corredor importante para a indústria de pesca, contribuindo para o crescimento econômico da região. No entanto, o Potengi não tem sido apenas um participante passivo na história de Natal. Tem sido também um barômetro ecológico para a região. Nos últimos anos, os moradores têm testemunhado o triste espetáculo de poluição da água, levantando questões urgentes sobre conservação ambiental. A contaminação do rio é um reflexo direto do crescimento urbano desenfreado e da falta de infraestrutura apropriada para gerenciar os resíduos. Mas há esperança. Movimentos ambientais locais, em colaboração com o governo e ONGs, têm tomado medidas para reverter o dano.

Campanhas de limpeza, programas educacionais e uma estrutura legal mais forte para proteger os rios estão surgindo, com foco no rejuvenescimento do Potengi. O Rio Potengi também oferece aos turistas um vislumbre da beleza natural e da rica biodiversidade de Natal. A presença de manguezais ao longo de suas margens serve como um habitat vital para uma variedade de espécies de aves, peixes e crustáceos. Iniciativas governamentais com o objetivo de proteger o manguezal do Rio Potengi têm sido implementadas ao longo dos anos. Um exemplo disso é a criação da Zona de Proteção Ambiental ZPA-08 em 1994, que, embora ainda não esteja regulamentada, representa um compromisso com a conservação. Além disso, em 2006, foi aprovada a criação de uma Unidade de Conservação conhecida como Parque Estadual dos Mangues do Potengi. O projeto para este parque está previsto para ser desenvolvido sob a orientação do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Norte.

Historicamente, o Rio Potengi teve um papel significativo na Segunda Guerra Mundial, servindo como base para operações de hidroaviões americanos na estação Rampa, situada às suas margens. Hoje, a área que uma vez abrigou a estação foi transformada no Complexo Cultural Rampa, um espaço dedicado ao desenvolvimento de atividades culturais e à preservação da história de Natal como um ator central na aviação global.

Além disso, o pôr do sol sob o Rio Potengi é uma atração turística. Passeios de barco e atrações musicais são oferecidos à beira do rio. Você precisa viver esta experiência!

O futuro do Rio Potengi está enraizado em sua gestão sustentável. Seu valor ecológico, histórico e cultural não pode ser subestimado. Enquanto Natal se move em direção ao progresso, é essencial que o rio que flui pelo seu coração seja cuidado, celebrado e protegido. O Rio Potengi é mais do que um rio. É um testemunho da resiliência da natureza, um emblema da história de Natal e um símbolo da promessa de um futuro mais sustentável.

Amélia Duarte Machado nasceu em 1881 na cidade de Mossoró, em uma família de origem simples. Amélia teve sua vida transformada ao casar-se, em 1904, com Manoel Machado, um próspero comerciante português. Dessa união, emergiu uma dama da alta sociedade, que vivia em uma imponente residência, fazia viagens à Europa e frequentava o teatro local. Amélia não apenas ostentava esse status, mas também trabalhava diligentemente para manter a imagem social de seu esposo, organizando sofisticados jantares e recepções em sua casa.

A cidade do Natal acompanhava de perto sua trajetória de vida. Sua vida pessoal tornou-se um assunto de interesse público: os aniversários, as recepções, as ações filantrópicas e até mesmo as tragédias, como o falecimento de seu marido, eram notícia nos jornais periódicos e motivo de comentários entre boa parte da sociedade. Ela vivenciou de perto as mudanças que Natal sofreu nas primeiras três décadas do século XX. Impulsionada por uma elite política e intelectual, a cidade começou a incorporar valores burgueses e a adotar infraestruturas técnicas inspiradas pela Revolução Industrial. O falecimento de seu marido em 1934 marcou um novo capítulo na vida de Amélia. Agora viúva, assumiu os prósperos negócios da família, mostrando-se uma mulher empreendedora e resiliente. Contudo, a figura de Amélia Machado se tornou alvo de suspeitas e boatos por parte da população local.

Os antigos registros narram uma lenda que, até os dias de hoje, provoca um sentimento de inquietude nos adultos ao recordarem suas experiências de infância. A qualquer momento, a “Papa-Figo” poderia estar à espreita em qualquer esquina ou lugar, conforme advertiam os mais velhos. Dizem que a “Viúva Machado” era na verdade uma “Papa-Figo”, uma figura sobrenatural que faz parte do folclore de algumas regiões do país, conhecida principalmente no nordeste nos estados de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e na Paraíba.

Segundo a lenda, a “Viúva Machado” sofria de uma grave enfermidade, cujos sintomas eram amenizados apenas pelo consumo de fígado de criança. Então, ao cair da tarde, quando o sol se punha por trás do encantador Rio Potengi, ela se disfarçava e vagava pelas periferias de Natal em busca de sua “iguaria” favorita. Desse modo, abordava a primeira criança que encontrasse brincando em algum lugar e rapidamente, colocava a criança em um saco e se dirigia a um terreno baldio para saborear o fígado.

O luto da Viúva Machado

Desde que se tornou viúva em 1934, os dias se tornaram mais difíceis. O luto ainda presente dividia espaço com as responsabilidades dos negócios que agora eram seus, com a ausência dos filhos que nunca teve por conta de sucessivos abortos e com os boatos que circulavam pela cidade sobre ela. Raramente saía às ruas, vivendo entre as empresas e o lar, ou ia à igreja situada em frente à sua casa. Contudo, sentia a hostilidade da população e o medo estampado no rosto das crianças quando se aproximava. De sua janela, doía ao perceber os olhares lançados em direção à sua residência, que como ela, era objeto de apontamentos e evitações. Questionava-se se as coisas poderiam ter sido diferentes se não tivesse assumido os negócios, se não tivesse casado com um homem tão conhecido, se não tivesse se recolhido em sua suntuosa casa. Contudo, esses pensamentos só a afastavam da posição de vítima.

Ela não podia mudar quem era e quem tinha sido, nem possuía o poder que a cidade lhe atribuía: o de mudar sua própria imagem. Muitos ignoravam quem ela era antes do casamento, desconheciam suas dores e sentimentos. Para eles, ela era apenas uma mulher que passou de esposa a viúva, de dama da sociedade a “Papa-figo”.

A fortuna da Família Machado

Manoel Duarte Machado, próspero marido de Amélia Duarte Machado, detinha grande riqueza e possuía extensas propriedades de terra. Como comerciante de sucesso, era proprietário de uma vasta loja no bairro da Ribeira, conhecida como “Despensa Natalense”. Além disso, Manoel era um entusiasta fervoroso da aviação, contribuindo generosamente com terras para a construção do primeiro aeródromo da cidade, o “Campo de Aviação”, que recebia os aviadores franceses que aportavam por aqui desde 1927. Naquele local surgiu o “Aeroporto Augusto Severo” e a Base Aérea de Parnamirim, e consequentemente o referido município colado a Natal.

As áreas que hoje correspondem aos bairros de Morro Branco e Nova Descoberta eram propriedade de Manoel Machado. Com sua morte em 1934, deixou uma significativa herança para sua esposa, Amélia, que foi impelida a tomar as rédeas dos negócios da família, uma posição rara e inusitada para uma mulher na Natal daquela época, com seu caráter provinciano e conservador. As mulheres à frente de negócios eram uma visão atípica, pois se acreditava que essa “era uma tarefa para homens”. No entanto, Amélia emergiu demonstrando habilidade e firmeza nos negócios milionários que repentinamente foram assumidos por ela.

A origem da lenda da Viúva Machado

Após assumir os negócios do marido, alguns comerciantes se aproximaram de Amélia com a esperança de se aproveitar de algum erro e adquirir bens da família por valores insignificantes. Porém, ela surpreendeu a todos ao se mostrar tão competente na gestão quanto o marido havia sido. Foi nesse momento que a lenda em questão começou a tomar forma lentamente, pois muitos começaram a retratá-la como uma mulher má, autoritária e severa com os empregados. Sua própria condição de viúva e a necessidade de estar em constante interação com homens, dado que mulheres raramente ocupavam tal função naquela época, contribuíram para a distorção de sua imagem. Amélia passou então a administrar a fortuna do marido de dentro de sua casa, delegando tarefas a parentes de extrema confiança.

Com o passar do tempo, ela adquiriu uma doença rara, que segundo pesquisas, possivelmente se tratava da Síndrome de Treacher Collins, um distúrbio genético que deforma a caixa craniana, afetando principalmente a aparência das orelhas. Especialistas explicam que a doença provoca deformações nas orelhas, pálpebras, maçãs do rosto e mandíbulas. Entretanto, trata-se de uma condição externa, que não afeta a sanidade mental do paciente. Já idosa, Amélia Machado recolheu-se, não mais aparecendo nem à janela. Jamais voltou à igreja. Essa reclusão foi suficiente para aterrorizar as poucas pessoas que ainda a viam. Para piorar a situação, alguns funcionários divulgaram detalhes sobre seus hábitos isolados e aparência deformada, o que potencializou o auge das lendas a seu respeito.

Amélia Machado faleceu no ano de 1981, com 100 anos, e a lenda perdurou até meados dos anos 1990. Hoje, já não é mais utilizada em seu sentido original, sendo lembrada apenas como curiosidade, uma espécie de “turismo folclórico”, se assim podemos dizer.

A imagem construída em torno da notável Amélia Duarte Machado, conhecida como “Viúva Machado”, ilustra o prejuízo que o preconceito causou às mulheres ao longo da história. Natal deve um pedido de desculpas à senhora Amélia Duarte Machado.