O Rio Potengi, cujo nome tem origem na linguagem indígena tupi e significa “rio de camarão” – uma composição dos termos “potĩ” (camarão) e “y” (água) – é o mais importante corpo d’água do estado do Rio Grande do Norte. Seu estuário, que encontra o mar na costa de Natal, foi rapidamente descoberto pelos primeiros colonizadores portugueses no século XVI, que navegaram por suas águas para explorar o território. Impressionados com seu amplo leito e grande extensão, deram-lhe o nome de “Rio Grande”, originando assim a denominação da antiga Capitania do Rio Grande.
Sua nascente está localizada no município de Cerro Corá, no interior do estado, e desce por uma distância de 176 quilômetros até encontrar seu destino final no município de Natal, onde deságua no Oceano Atlântico. O rio serve como um marco divisor entre a Zona Norte de Natal e as demais regiões da cidade, unidas pela histórica Ponte de Igapó, erguida em 1912, e mais recentemente pela moderna Ponte Newton Navarro, inaugurada em 2007.
Historicamente, o Rio Potengi tem sido uma rota de transporte vital. Ainda no período colonial, os portugueses usavam o rio para transportar cana-de-açúcar das fazendas do interior para a cidade. Mais tarde, durante a era industrial, o rio tornou-se um corredor importante para a indústria de pesca, contribuindo para o crescimento econômico da região. No entanto, o Potengi não tem sido apenas um participante passivo na história de Natal. Tem sido também um barômetro ecológico para a região. Nos últimos anos, os moradores têm testemunhado o triste espetáculo de poluição da água, levantando questões urgentes sobre conservação ambiental. A contaminação do rio é um reflexo direto do crescimento urbano desenfreado e da falta de infraestrutura apropriada para gerenciar os resíduos. Mas há esperança. Movimentos ambientais locais, em colaboração com o governo e ONGs, têm tomado medidas para reverter o dano.
Campanhas de limpeza, programas educacionais e uma estrutura legal mais forte para proteger os rios estão surgindo, com foco no rejuvenescimento do Potengi. O Rio Potengi também oferece aos turistas um vislumbre da beleza natural e da rica biodiversidade de Natal. A presença de manguezais ao longo de suas margens serve como um habitat vital para uma variedade de espécies de aves, peixes e crustáceos. Iniciativas governamentais com o objetivo de proteger o manguezal do Rio Potengi têm sido implementadas ao longo dos anos. Um exemplo disso é a criação da Zona de Proteção Ambiental ZPA-08 em 1994, que, embora ainda não esteja regulamentada, representa um compromisso com a conservação. Além disso, em 2006, foi aprovada a criação de uma Unidade de Conservação conhecida como Parque Estadual dos Mangues do Potengi. O projeto para este parque está previsto para ser desenvolvido sob a orientação do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Norte.
Historicamente, o Rio Potengi teve um papel significativo na Segunda Guerra Mundial, servindo como base para operações de hidroaviões americanos na estação Rampa, situada às suas margens. Hoje, a área que uma vez abrigou a estação foi transformada no Complexo Cultural Rampa, um espaço dedicado ao desenvolvimento de atividades culturais e à preservação da história de Natal como um ator central na aviação global.
Além disso, o pôr do sol sob o Rio Potengi é uma atração turística. Passeios de barco e atrações musicais são oferecidos à beira do rio. Você precisa viver esta experiência!
O futuro do Rio Potengi está enraizado em sua gestão sustentável. Seu valor ecológico, histórico e cultural não pode ser subestimado. Enquanto Natal se move em direção ao progresso, é essencial que o rio que flui pelo seu coração seja cuidado, celebrado e protegido. O Rio Potengi é mais do que um rio. É um testemunho da resiliência da natureza, um emblema da história de Natal e um símbolo da promessa de um futuro mais sustentável.