Curiosidades

Por que Fernando de Noronha não pertence ao Rio Grande do Norte?

Fernando de Noronha, o arquipélago paradisíaco localizado no Oceano Atlântico, é objeto de admiração e desejo de muitos turistas. Com suas praias de águas cristalinas e fauna marinha exuberante, é frequentemente associado ao estado do Rio Grande do Norte, devido à sua proximidade geográfica. No entanto, o arquipélago é, na verdade, um distrito do estado de Pernambuco. Mas, como isso aconteceu?
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Fernando de Noronha poderia ser potiguar, mas é pernambucana. A ilha passou por um processo de disputa ao longo da história, foi tomada e devolvida, e por fim, continuou pertencendo ao estado de Pernambuco. Apesar de estar situada a 545 km da costa pernambucana e mais próxima, a 360 km da costa potiguar, Fernando de Noronha, um arquipélago que abrange 26 quilômetros quadrados e compreende 21 ilhas e ilhotas, pertence a Pernambuco.

O arquipélago foi descoberto pelo navegador português Fernão de Noronha ou Loronha, 1.º Senhor da Ilha de Fernando de Noronha, em 10 de agosto de 1503, por uma expedição portuguesa que navegava pela costa sul-americana. Com o tempo, Fernando de Noronha rapidamente se estabeleceu como um santuário marinho. Ao contrário do que muitos podem pensar, a ilha nunca foi parte do território do Rio Grande do Norte. Apesar da proximidade geográfica, o fato de nunca ter sido colonizada pelos potiguares consolidou seu destino fora do domínio potiguar.

As ricas águas de Noronha chamaram a atenção de potências estrangeiras. Ingleses, franceses e holandeses estiveram entre os principais colonizadores da ilha. Essas ocupações geraram uma série de conflitos territoriais, não só da ilha, mas também em partes do continente. Contudo, em 1700, o território foi oficialmente atribuído a Pernambuco, devido, principalmente, à presença dos primeiros nativos que a habitavam.

A importância estratégica de Noronha também foi sentida no século XX. Durante a Segunda Guerra Mundial e o período da ditadura militar iniciado em 1964, o arquipélago teve um papel crucial para as forças armadas brasileiras. Uma prisão edificada no século XVIII, inclusive, chegou a deter figuras notórias, como Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco e avô de Eduardo Campos, posteriormente também governador do estado.

A gestão federal sobre Noronha, em seus últimos anos, destinou cerca de 70% do arquipélago a um parque marítimo, preservado até hoje. No entanto, em 1988, o decreto federal nº 4102 foi revogado, reincorporando Noronha ao domínio de Pernambuco.

Atualmente, a administração da ilha permanece sob responsabilidade do governo pernambucano, com um administrador-geral nomeado pelo governador. O turismo, aproveitando as belezas naturais e a biodiversidade marinha, é o motor econômico de Noronha, posicionando o arquipélago entre os destinos mais desejados do Brasil.

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