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Pico do Cabugi: a singularidade geológica do Vulcão do Rio Grande do Norte

Um monumento geológico singular se destaca na paisagem plana do sertão do Rio Grande do Norte - o Pico do Cabuji, o único vulcão em solo potiguar. Embora extinto e sem sinais de atividade há milhões de anos, o Cabuji é objeto de fascínio e estudo para geólogos e vulcanologistas.
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O Pico do Cabugi, conhecido também como Serra do Cabugi e Serrote da Itaretama, localizado no Parque Ecológico Pico do Cabugi, no município de Angicos, é o ponto mais alto do estado, com 590 metros acima do nível do mar. Formado por rochas basálticas alcalinas intrusivas e traquíticas, o vulcão tem idade aproximada de 19 milhões de anos, o que faz dele uma relíquia geológica.

A sua formação única é um enigma para muitos geólogos, dado o fato de o vulcão estar localizado numa região que não é associada à atividade vulcânica. Segundo o professor de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Dr. Fernando Soares, “A presença do Cabugi nos fornece uma janela para o passado geológico do nosso estado. Os estudos sobre este vulcão podem trazer novas informações sobre as condições geológicas da região durante a época em que ele estava ativo”. Sua forma é parecida com um domo de lava devido à erosão diferencial, pois sua rocha constituintes não é riólito ou dacito, mas sim basalto alcalino. A rocha contêm xenólitos ultramáficos originados do manto.

Para além do interesse científico, o Pico do Cabugi também é um importante marco cultural e turístico. É uma das poucas formações vulcânicas no Nordeste e, sem dúvida, a mais expressiva no Rio Grande do Norte. Apesar da sua importância geológica, cultural e turística, o Pico do Cabugi enfrenta desafios para a sua preservação. A exploração mineral, especialmente a extração de pedras, tem provocado alterações na sua estrutura. Para tanto, grupos ambientalistas e acadêmicos da UFRN têm se mobilizado para garantir maior proteção ao local, transformando-o em uma unidade de conservação.

Passagem obrigatória entre Natal e Mossoró, as duas principais cidades do estado, a presença do Cabugi é mais um testemunho da diversidade geológica do Brasil. O vulcão do Rio Grande do Norte nos lembra que nosso país abriga uma variedade impressionante de formações naturais, muitas das quais ainda são pouco estudadas. Ao cuidar do Pico do Cabugi, não apenas protegemos uma singularidade geológica, mas também valorizamos a nossa identidade cultural e natural.

A interessante tese de Cabral no Litoral Potiguar

Imagine a cena: após longos dias navegando pelo Oceano Atlântico, a esquadra portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral, atraída por uma forma singular no horizonte, avista o que acredita ser a primeira porção de terra firme no Novo Mundo. Não estamos falando do Monte Pascoal, na Bahia, mas do Pico do Cabugi, no Rio Grande do Norte.

O pesquisador e historiador potiguar, Lenine Pinto, defendeu a teoria de que o Brasil foi descoberto em Touros e que o Cabugi pode ter sido o verdadeiro “Monte Pascoal”, ou a “Ponta do Seixo”, como é mencionado em uma das cartas do escrivão Pero Vaz de Caminha. De acordo com o relato de Caminha, a primeira porção de terra avistada pela esquadra portuguesa era uma elevação que se assemelhava a um “monte alto”, parecendo “um chapéu alto”. Segundo o pesquisador e historiador, o formato e a localização do Cabugi se encaixam perfeitamente na descrição do escrivão.

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