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Personalidades Potiguares

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No início do século 20, um grupo de pessoas começou a criar residências em volta do terreno do Ministério da Guerra, improvisando moradias. O local era de difícil acesso, próximo a dunas e aos novos bairros de elite, como Tirol e Petrópolis. Mais casas surgiram ao redor do Farol, inaugurado em 1949, e da primeira estrada em direção ao morro em 1951. A ocupação das terras causou espanto na elite da época, uma vez que os novos habitantes eram principalmente agricultores e pescadores, muitos vindos de outras cidades para buscar melhores condições em Natal.

A luta pela regularização do loteamento culminou em 1951, com entidades batalhando pelos direitos dos moradores. Apesar de muitos quererem expulsar os habitantes, alegando invasão de terreno público, a verdade é que eles estavam ocupando espaços não demarcados e desutilizados. A Prefeitura de Natal só considerou Mãe Luíza como bairro em 1958, com seus limites redefinidos em 1993. A definição de bairro se deu pela Lei nº. 794, de 23 de janeiro de 1958, sancionada pelo Prefeito Djalma Maranhão, teve seus limites redefinidos pela Lei nº. 4.330, de 05 de abril de 1993, oficializada quando da sua publicação no Diário Oficial do Estado em 07 de setembro de 1994.

Mas quem foi a Mãe Luiza?

Mãe Luiza permanece uma figura enigmática, entrelaçada com lendas e tradições. Ela foi uma das primeiras moradoras da localidade, servindo como parteira ou lavadeira, conforme diferentes relatos. Ainda, prestava serviços domésticos aos soldados do quartel do exército situado nas proximidades. Sua figura é descrita com carinho pelos moradores mais antigos. Embora a descrição de Mãe Luiza possa variar, sua presença na memória coletiva é palpável. Ela é vista como uma mulher comum, mas seu nome permanece como um fato da memória dos mais velhos e como parte da história do lugar para os mais jovens.

O bairro de Mãe Luiza representa uma fascinante tapeçaria de histórias, lutas e uma misteriosa mulher cujo nome o batiza. A trajetória do bairro desde suas humildes origens até sua regularização legal é um testemunho da resiliência e solidariedade de sua comunidade. A figura de Mãe Luiza, embora envolta em mistério, reflete o caráter humano e acessível da comunidade, oferecendo uma janela para um passado que ainda ressoa nas vozes e corações dos moradores. Seu legado, embora simples e despretensioso, é uma lição de humildade e amor, eternizada na geografia de Natal e no coração de seus moradores.

A Bossa Nova, que emergiu do Rio de Janeiro no final da década de 1950, é um movimento de renovação do samba caracterizado por uma “batida diferente” que renovou a interpretação e o acompanhamento rítmico da música brasileira.

Hianto Ramalho de Almeida Rodrigues, nascido em 02 de junho de 1923, foi uma peça fundamental desse movimento inovador. Em uma entrevista à Playboy em 1987, o humorista e compositor Chico Anysio atribuiu ao talento de Almeida a inspiração para a batida da Bossa Nova, que até Tom Jobim teria aprendido. “Tenho a grande honra de dizer que o primeiro arranjo do Tom foi em cima de uma música com letra minha, “Conversa de Sofá”. Acho que até foi aí que ele aprendeu a compor, porque descobriu que a música de Hianto de Almeida tinha uma sequência e foi em cima”, declarou Anysio.

As composições de Almeida foram registradas por nomes estelares do universo musical brasileiro como Elza Soares, Cauby Peixoto, Raul de Barros, João Gilberto, Jair Rodrigues, Dalva de Oliveira, e Elizeth Cardoso. Atualmente, os líderes do movimento “bossanovista” reconhecem a importância das composições de Hianto de Almeida para a formação do gênero. Um exemplo é o samba-canção “Meia luz”, criado em parceria com João Luiz e gravado por João Gilberto em 1952.

Com uma vida abreviada de apenas quatro décadas, Almeida conseguiu produzir um impressionante acervo de 237 composições, sendo 81 delas gravadas em discos de 78 rotações, além de 7 discos de dez polegadas, 7 compactos, 89 LPs e 23 CDs.

A cidade de Macau prestou uma merecida homenagem ao seu filho mais ilustre com a inauguração do Teatro Municipal “Hianto de Almeida” em 2003, embora o prédio tenha lamentavelmente desabado após menos de três anos. O brilhante compositor potiguar e precursor da Bossa Nova faleceu em 27 de setembro de 1964, mas seu legado ressoa até hoje, nas notas e batidas que marcaram um novo capítulo na história da música brasileira.

Francisco Hilário Bezerra, docente do Departamento de Geologia da UFRN, ocupa a 32ª posição na categoria de ciências da terra no ranking dos melhores cientistas do mundo, segundo a 2ª edição do Research.com. Esta classificação foi obtida através da consolidação de dados de várias fontes, incluindo OpenAlex e CrossRef, coletados em dezembro de 2022. Mais de 7.636 cientistas foram considerados para esta categoria.

O professor se dedica principalmente ao estudo de falhas geológicas, sismicidade e reservatórios de petróleo. Segundo o estudo da Research.com, ele tem publicações em todas essas áreas. O ranking também revela que o professor tem aproximadamente 195 publicações, com os trabalhos mais citados sendo: “Quão ativa é uma margem passiva? Paleoseismicidade no Nordeste do Brasil”, “História holocênica do nível do mar na costa do estado do Rio Grande do Norte, Brasil” e “Controle de falha pliocênica-quaternária de sedimentação e morfologia da planície costeira no NE do Brasil”.

Com quase três décadas de experiência em ensino e pesquisa, Francisco Hilário Bezerra é referência em geologia no Brasil e no mundo. Sua trajetória exemplifica o potencial do Brasil para produzir pesquisa científica de alto nível e coloca em evidência a necessidade de investimentos contínuos na educação e na pesquisa. A UFRN e o Rio Grande do Norte tem orgulho da contribuição significativa do professor Francisco para a ciência mundial.

Para Hilário, não existe ciência sem colaboração no mundo moderno. “Eu tenho tido o privilégio de trabalhar em uma pós-graduação bem administrada e em um grupo de pesquisa produtivo. Minha experiência no Comitê Assessor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) tem mostrado que os pesquisadores envolvidos em colaborações produtivas são os que conseguem ganhar bolsa de produtividade e se manter na posição. Tenho também tido o privilégio de receber financiamento para pesquisa ou colaborar com pesquisadores que têm recebido financiamento”, diz.

O trabalho do professor Francisco, além de importante para o desenvolvimento científico e tecnológico, é fundamental para o conhecimento da geologia brasileira e, consequentemente, para o planejamento e a tomada de decisão em áreas como a exploração de recursos minerais, a gestão de riscos geológicos e a conservação do meio ambiente.

A conquista de Francisco Hilário Bezerra ilustra a dedicação, o esforço e o compromisso com a ciência. Com a sua colocação entre os melhores cientistas do mundo, a UFRN, o Rio Grande do Norte e o Brasil têm mais um motivo para celebrar a excelência em pesquisa e reafirmar a importância do investimento contínuo em ciência e tecnologia.

Nascida em 6 de outubro de 1910 em Currais Novos, Maria do Céu Pereira de Araújo Fernandes era filiada ao Partido Popular, em oposição à política getulista. Sua eleição para a 16ª legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, com 12.058 votos, representou um marco na história política do Brasil. Mas, apesar de sua posição pioneira, o Estado Novo não tolerava vozes dissonantes. Em 1937, Maria do Céu teve seu mandato cassado por discordar das ideias getulistas.

Mas a cassação de seu mandato não a impediu de seguir lutando pela igualdade política das mulheres. Durante seu mandato, Maria do Céu realizou congressos feministas em várias cidades do interior do Rio Grande do Norte, onde defendia a participação política das mulheres. Também fundou o jornal Galvanopólis, mais uma ferramenta para dar voz às mulheres. Além de sua influência na política, Maria do Céu era membro de uma importante família potiguar. Era irmã de José Cortez Pereira de Araújo, que posteriormente tornou-se governador do Rio Grande do Norte entre 1971 e 1975. Seu marido, Aristófanes Fernandes, foi prefeito de Santana do Matos e também representou o Rio Grande do Norte como deputado estadual e deputado federal.

Maria do Céu Pereira de Araújo Fernandes faleceu aos 90 anos no Rio de Janeiro, mas sua influência e seu pioneirismo continuam vivos na história política do Brasil. Através de sua bravura e determinação, Maria do Céu abriu caminho para as mulheres na política brasileira, deixando um legado que ainda ressoa nos corredores do poder.

Em 16 de fevereiro de 1958, na cidade do Natal, no Rio Grande do Norte, nasceu Oscar Daniel Bezerra Schmidt. Filho de um militar, desde cedo, foi estimulado a se envolver com atividades esportivas. Surpreendentemente, sua primeira paixão não foi o basquete, mas sim o futebol.

A atração pela bola laranja só despertou depois de sua mudança para a capital do país. Zezão, seu treinador no Colégio Salesiano, em Brasília, foi uma figura decisiva em sua transição para o basquete. Aos 13 anos, Oscar foi aconselhado por ele a buscar o Clube Unidade Vizinhança, que estava sob a tutela do renomado técnico Laurindo Miura. Este clube viria a ser o primeiro passo na escalada de Oscar no mundo do basquete.

Em 1974, Oscar, com apenas 16 anos, tomou uma decisão transformadora: mudou-se para São Paulo para dar início à sua carreira no basquete no time infanto-juvenil do Palmeiras. Em terras paulistanas, Oscar Schmidt logo chamou a atenção com seu talento natural e habilidades excepcionais, o que resultou em uma convocação para a seleção juvenil de basquete.

Em 1977, seu talento foi reconhecido quando ele foi nomeado o melhor pivô do Campeonato Sul-Americano Juvenil. Este feito notável garantiu a ele um lugar na seleção principal de basquete. Em sua estreia internacional, ele mostrou que estava à altura do desafio. Com a seleção principal, Oscar conquistou o título sul-americano e contribuiu para a conquista da medalha de bronze no Campeonato Mundial das Filipinas, em 1978. Impressionado com seu desempenho excepcional na seleção brasileira, o técnico Cláudio Mortari recrutou Oscar para o time do Sírio.

Em 1979, naquele que seria um dos momentos mais memoráveis de sua carreira, Oscar ajudou a equipe a conquistar a Copa William Jones, um prestigioso campeonato mundial interclubes de basquete. No ano seguinte, Oscar se destacou em uma nova arena, suas primeiras Olimpíadas em Moscou. Com uma incrível pontuação de 169 pontos, ele desempenhou um papel crucial na jornada do Brasil ao quinto lugar na competição.

Do Brasil para o mundo

Em 1982, Oscar decidiu fazer uma mudança e partiu do Sírio para jogar no América do Rio. No entanto, sua permanência no clube carioca foi breve. Suas realizações impressionantes no mundial interclubes e seu desempenho notável nas Olimpíadas não passaram despercebidas, chamando a atenção não apenas do Brasil, mas também de olheiros internacionais. Apenas alguns meses após sua chegada ao Rio de Janeiro, Bogdan Tanjevic, ex-técnico do time que foi derrotado pelo Sírio na final do mundial interclubes de 1979, fez questão de recrutar Oscar para jogar no Juvecaserta, clube que ele treinava na cidade de Caserta, na Itália.

Oscar passou 11 temporadas jogando na Itália, 8 delas com o Juvecaserta e 3 com o Pavia. Este foi um dos períodos mais vibrantes e formadores de sua carreira, quando teve a chance de elevar seu jogo e estabelecer-se como um dos maiores pontuadores desejados pelos clubes europeus. Durante sua estadia na Itália, Oscar anotou incríveis 13.957 pontos, tornando-se o primeiro jogador a ultrapassar a marca de 10 mil pontos no Campeonato Italiano. Além disso, em uma partida memorável do Fernet Branca, Oscar marcou um assombroso total de 66 pontos, estabelecendo-se entre os recordistas de pontos em uma única partida.

Apesar de ter carinho por todos os clubes em que jogou, a Seleção Brasileira sempre teve um lugar especial no coração de Oscar. Em 1984, Oscar teve a chance de participar de sua segunda Olimpíada, em Los Angeles, onde novamente marcou 169 pontos. Seu desempenho foi tão impressionante que atraiu a atenção do New Jersey Nets, de Nova York, que tentou contratá-lo após o torneio. No entanto, a dedicação de Oscar à seleção brasileira prevaleceu, levando-o a recusar a oferta da NBA para preservar seu status de amador – uma decisão que, se tivesse sido tomada, impediria sua futura atuação pela seleção.

Embora parecesse uma decisão radical na época, sua escolha provou ser acertada alguns anos depois. Em 1987, Oscar retornou aos Estados Unidos para os Jogos Pan-Americanos em Atlanta, onde ajudou a seleção brasileira a derrotar os anfitriões em seu próprio território, marcando um dos maiores triunfos de sua carreira.

No ano seguinte, em 1988, Oscar competiu em sua terceira Olimpíada, em Seul. Apesar do Brasil terminar apenas em quinto lugar, Oscar teve uma performance notável, sendo o principal pontuador da competição, com 338 pontos – 55 deles marcados em uma única partida contra a Espanha. Ele também estabeleceu outros dez recordes olímpicos, incluindo a melhor média de pontos, mais pontos em uma única edição, mais cestas de três pontos em uma única edição e jogo, mais cestas de dois pontos em um único jogo, mais lances livres em uma edição e em um único jogo. E isso foi apenas o começo – mais recordes ainda estavam por vir na carreira desse gigante do basquete.

Em 1993, um ano após seu retorno de sua quarta participação olímpica em Barcelona, onde mais uma vez se destacou como o principal pontuador com 198 pontos, Oscar deu um novo passo em sua carreira, transferindo-se para o Fórum Valladolid, na Espanha. Lá, ele continuou a encantar o público europeu com sua magia nas quadras – a ponto de inspirar o escritor Felix Angel a escrever um livro em sua homenagem, intitulado “Jogar como Oscar”.

A volta para o Brasil

Em 1995, Oscar tomou a decisão de retornar ao Brasil e juntou-se ao Corinthians. Sua contribuição foi vital para a conquista do oitavo título brasileiro de sua carreira em 1996. No mesmo ano, ele participou de sua quinta e última Olimpíada, atendendo ao pedido de seu técnico, Ari Vidal, apesar de ter manifestado intenções de se aposentar da seleção após os Jogos de Barcelona. Com essa participação, Oscar igualou o recorde de Teófilo da Cruz. Atualmente, Oscar, Teófilo e Andrew Gaze compartilham a distinção de maior número de participações de um jogador de basquete em Olimpíadas. Em Atlanta, ele foi novamente o maior pontuador da competição, com 219 pontos, garantindo o posto de maior cestinha da história dos Jogos Olímpicos, com 1093 pontos.

Depois de seu retorno ao Brasil, Oscar jogou para o Banco Bandeirantes (1997-1998), Mackenzie (1998-1999) e Flamengo (1999-2003). Foi durante sua passagem pelo clube rubro-negro que Oscar alcançou um dos marcos mais significativos de sua carreira: tornando-se o maior cestinha da história do basquete, com 49.737 pontos, superando o recorde anterior de Kareem Abdul-Jabbar, que tinha 46.725 pontos. Em 2003, ele encerrou sua carreira nas quadras.

Sem nunca ter pisado em uma quadra da NBA, Oscar Schmidt provou que o talento e a paixão pelo esporte não têm fronteiras. Ele é, sem dúvida, um dos grandes nomes do basquetebol mundial, um atleta que elevou o esporte brasileiro ao patamar internacional e inspirou gerações de jovens a sonhar com a bola laranja nas mãos.

Luiza Alzira Teixeira Soriano nasceu em 29 de abril de 1896 em Jardim de Angicos, no Rio Grande do Norte, foi uma política brasileira e a primeira mulher a ser eleita prefeita no Brasil e na América Latina. Filha de um influente líder político regional proprietário de terras, ela teve uma infância confortável e recebeu educação, algo incomum para as mulheres daquela época.

Alzira passou a sua infância na mesma cidade em que nasceu. Quando tinha apenas 17 anos, selou seu matrimônio com um promotor público originário de Pernambuco, e dessa união nasceram três filhas. Contudo, aos 22 anos ficou viúva, após a morte de seu marido, vítima da devastadora Gripe Espanhola. Alzira Soriano voltou a morar com seus pais em uma fazenda, ficando conhecida por comandar com pulso firme a casa e as atividades da propriedade familiar. Enquanto participava das reuniões promovidas pelo pai, chamou a atenção da líder feminista Bertha Lutz e do político Juvenal Lamartine de Faria, que a convenceram a disputar a prefeitura de Lajes.

Apesar de histórica, a eleição de Alzira enfrentou problemas ao longo da campanha e foi alvo de insultos misóginos, em uma sociedade patriarcal e regida pelas oligarquias da República Velha. Não faltaram críticas e até ofensas pessoais dos adversários da candidata. Segundo o Dicionário Mulheres do Brasil, organizado por Schuma Schumaher, alguns adversários da candidata falavam, sem o menor constrangimento, que mulheres públicas eram prostitutas. Outros procuravam a família dela para dizer que não ficava bem uma senhora de família entrar para a política.

Contudo, superando as adversidades, a candidata escolhida pelo Partido Republicano, Luiza Alzira Teixeira Soriano não se intimidou e foi eleita para a prefeitura com uma maioria esmagadora de mais de 60% dos votos, tomando posse em 1929. Alzira se mostrou uma lider nata, focada em fazer melhorias para sua cidade natal e manteve-se à frente do executivo municipal até o início da Revolução de 1930, que culminou na tomada de poder por Getúlio Vargas, só retornando à vida pública, no cargo de vereadora, no ano de 1947. Após seu falecimento, foi honrada com várias homenagens, entre as quais se destacam o Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós, concedido pela Câmara dos Deputados, e a instituição de um feriado municipal em sua terra natal.

Em 1928, este acontecimento político teve repercussão até nos Estados Unidos. No dia 8 de setembro daquele ano, o jornal The New York Times dedicou espaço a uma notícia inusitada sobre o Brasil: “Numa época em que as mulheres brasileiras sequer tinham direito ao voto e política era assunto exclusivo do universo masculino, a jovem Alzira Soriano, de 32 anos, não apenas votou como disputou e venceu as eleições municipais daquele ano em Lajes, um pequeno município no interior do Rio Grande Norte.” A notícia, publicada na página 9 do jornal norte-americano, chamava a atenção para o fato de Alzira ser a primeira mulher eleita prefeita em um país que ainda não havia permitido o sufrágio feminino – o que só aconteceria quatro anos depois, após a promulgação do Código Eleitoral de 1932 pelo presidente Getúlio Vargas.

Alzira Soriano morreu em 1963, aos 67 anos. Hoje, ela é lembrada por sua coragem e determinação, que abriram caminho para as futuras gerações de mulheres na política brasileira. A história de Alzira Soriano, uma mulher que ousou enfrentar as barreiras sociais e políticas de sua época, é uma prova poderosa de que as mulheres podem ocupar qualquer espaço que desejarem, inclusive a política. Essa matéria é uma homenagem a todas as mulheres que, como Alzira Soriano, foram pioneiras e abriram caminho para as gerações futuras. Que sua história continue inspirando e motivando mais mulheres a buscarem seu espaço, seja na política, seja em qualquer outro campo.

Nascido em 06 de maio de 1994 em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, Ítalo Ferreira começou a surfar aos oito anos de idade, desafiando as ondas com uma tampa de isopor de uma caixa de peixe, sua primeiro “prancha”. Esse início humilde não demorou a se transformar em uma carreira promissora. Aos 12 anos, ele já era campeão potiguar no surf. Mas o talento do jovem não ficou limitado às praias nordestinas, e em pouco tempo ele ganhou notoriedade no cenário nacional.

Ítalo Ferreira tem em seu histórico dois títulos do Campeonato de Juniors, sendo campeão do Quiksilver Pro Rio Junior e do Mormaii Pro Junior em Garopaba, ambos no Brasil. Em 2014 foi campeão da SuperSurfe, sendo considerado o campeão brasileiro, e foi o vice-campeão no Moche Rip Curl Pro Portugal 2015, perdendo para Filipe Toledo. Em 2015, com apenas 20 anos, Ítalo estreou no World Surf League Championship Tour (WSL Championship Tour), o principal circuito de surf do mundo. Em sua temporada de estreia, ele mostrou que veio para ficar, terminando o ano na sétima posição geral e conquistando o prêmio de Rookie of the Year, dado ao melhor estreante da temporada. Mas o potiguar não se contentou apenas com a promissora estreia.

Nos anos seguintes, ele se consolidou como uma das maiores estrelas do surf mundial. Em 2019, ele realizou o sonho de todo surfista: tornou-se campeão mundial da WSL (World Surf League Championship Tour), o primeiro potiguar a alcançar tal feito.

Em 27 de julho de 2021, aos 27 anos de idade, Ítalo fez história ao se tornar o primeiro campeão olímpico de surf, no momento em que o esporte fez sua estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Sua medalha de ouro foi um marco para o Brasil e para o surf, solidificando ainda mais seu nome no panteão dos grandes atletas do esporte. Também foi a primeira medalha de ouro do Brasil na edição. Na etapa final da competição ele venceu o japonês Kanoa Igarashi por 15,14 contra 6,60 numa bateria que começou tensa, com Ítalo quebrando a prancha mas conseguindo rapidamente se recuperar e crescer, pegando boas ondas. A competição aconteceu em Tsurigasaki Beach.

Desde então, Ítalo Ferreira continua acumulando títulos e conquistas, encantando o mundo com sua técnica impecável, sua criatividade nas ondas e sua personalidade carismática, sempre com um sorriso no rosto e a alegria contagiante típica dos potiguares.

Com suas conquistas, Ítalo Ferreira transcendeu o esporte. Hoje, ele é um ícone cultural e um exemplo para jovens surfistas do Brasil e do mundo. Sua história de superação e persistência inspira uma nova geração de atletas a enfrentar as ondas e seguir seus sonhos, provando que é possível ir além, independentemente de suas origens.

E enquanto o futuro ainda reserva muitas ondas para Ítalo Ferreira, uma coisa é certa: o surf nunca mais será o mesmo depois do fenômeno potiguar. As praias de Baía Formosa, onde tudo começou, agora são o berço de um campeão mundial e olímpico. E o Brasil, mais do que nunca, é uma referência indiscutível no

Com somente 24 anos de idade, Maria Eduarda Franklin já carrega consigo um impressionante currículo acadêmico que certamente desperta admiração em qualquer cientista. Em seu portfólio acadêmico, Duda, como é carinhosamente conhecida nas redes sociais, ostenta duas graduações pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – uma em Ciência e Tecnologia com enfoque em neurociências, e a outra em Engenharia Biomédica. No âmbito dos mestrados, a jovem cientista potiguar soma em seu currículo o título de mestre em Neuroengenharia e em Ciência, Tecnologia e Inovação. Além das respeitáveis credenciais acadêmicas, Maria Eduarda também se destaca como empreendedora, sendo uma das cofundadoras e atual CEO da Orby, Co.

A Orby, Co. é uma startup inovadora que proporciona soluções tecnológicas para a integração de processos médicos. Este empreendimento retrata a aplicação direta da expertise e do conhecimento de Maria Eduarda na intersecção entre tecnologia, neurociência e engenharia biomédica, solidificando seu impacto na indústria da saúde.

Maria Eduarda Franklin é uma mulher preta, proveniente de uma família simples. Ela nasceu no bairro das Quintas, na cidade de Natal, e quando tinha apenas 12 anos, mudou-se com a família para o Pajuçara, localizado na Zona Norte da cidade. Desde tenra idade, Duda exibiu um fascínio notável pela ciência. Essa paixão, que germinou durante a infância, foi percebida por suas professoras que prontamente reconheceram seu talento excepcional para aprendizado. A família de Duda, percebendo a mesma capacidade, estimulou e fomentou esse interesse pela ciência no ambiente doméstico, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento de sua paixão.

Maria Eduarda é a prova de que a perseverança e o amor pelo conhecimento podem levar a conquistas incríveis. Entre os mais recentes triunfos, a Orby, Co., destacou-se no cenário internacional ao vencer a prestigiosa Brazil Conference at Harvard and MIT (Massachusetts Institute of Technology), que ocorreu entre os meses de março e abril deste ano na cidade de Boston, nos Estados Unidos. Além disso, desde maio, a startup passou a ser parte integrante do Microsoft for Startups Founders Hub. Este hub da Microsoft tem o intuito de estimular e promover o crescimento de startups inovadoras ao redor do globo.

Em um mundo onde as mulheres ainda são minoria em carreiras de tecnologia, Maria Eduarda é um exemplo de que é possível vencer estereótipos e barreiras socioeconômicas. Ela espera que sua história inspire outras jovens a perseguir seus sonhos, independentemente das circunstâncias. Enquanto Duda continua a avançar em sua carreira, o mundo observa com admiração e antecipação. Afinal, se sua jornada até agora é algo a se considerar, seu futuro promete ser ainda mais brilhante. Esta personalidade potiguar é um grande orgulho para o Rio Grande do Norte!

A história de Celina Guimarães Viana é tanto a história de uma mulher quanto a história de um país. Nascida em 15 de novembro de 1890 em Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, Celina, uma professora brasileira, foi a primeira mulher a exigir seus direitos políticos numa época em que as mulheres brasileiras eram excluídas do processo eleitoral.

Sua conquista teve lugar no dia 05 de abril de 1928, antes da promulgação do Código Eleitoral de 1932 que, de maneira universal, garantiu o direito de voto às mulheres brasileiras. Celina Guimarães aproveitou a brecha da Lei Eleitoral nº 6060, do Rio Grande do Norte, que não especificava o gênero dos eleitores. Por essa razão, solicitou sua inclusão no rol dos eleitores de Mossoró. Assim, Celina Guimarães, aos 38 anos, tornou-se a primeira mulher a votar no Brasil. Um feito notável que marcou o início de uma mudança profunda na sociedade brasileira, embora a luta pelos direitos das mulheres ainda estivesse longe de terminar. O voto de Celina Guimarães não foi apenas um voto, mas um símbolo de resistência, uma demonstração de coragem e uma porta aberta para a participação feminina na vida política do Brasil. Devido ao seu pioneirismo, a cidade de Mossoró é frequentemente citada como a vanguarda dos direitos das mulheres no Brasil.

Quem foi Celina Guimarães, a primeira eleitora mulher do Brasil?

Celina Guimarães era filha de José Eustáquio de Amorim Guimarães e Eliza de Amorim Guimarães. Sua formação acadêmica ocorreu na Escola Normal de Natal, instituição na qual completou sua qualificação para professora. Foi ali que cruzou caminhos com Elyseu de Oliveira Viana, um aluno originário de Pirpirituba, com quem contraiu matrimônio em dezembro de 1911 e compartilharia sua vida inteira. Em 1912, Celina Guimarães se transferiu para Acari e, posteriormente, em 13 de janeiro de 1914, estabeleceu-se em Mossoró. Nesta cidade, ela aceitou o convite do diretor de Instrução Pública do Estado para ministrar aulas infantis no Grupo Escolar 30 de Setembro.

A promulgação da Lei nº 660, datada de 25 de outubro de 1927, transformou o Rio Grande do Norte no primeiro Estado a garantir igualdade de gênero no exercício do voto, ao regulamentar o “Serviço Eleitoral no Estado” e abolir a “distinção de sexo” para o direito ao sufrágio. Segundo o escritor João Batista Cascudo Rodrigues, a decisão histórica foi formulada nos seguintes termos: “Tendo a requerente satisfeito as exigências da lei para ser eleitora, mando que inclua-se nas listas de eleitores. Mossoró, 25 de novembro de 1927.”

O documento original expedido pelo juiz Israel Ferreira Nunes, que traz o nome de Celina manuscrito a bico de pena sobre papel almaço, encontra-se preservado no Museu Histórico Lauro da Escóssia, embora esteja em estado de preservação delicado. Este documento atesta a liderança de Mossoró na conquista do voto feminino no Brasil.

Com a aprovação da Lei, muitas mulheres requisitaram suas inscrições e, em 25 de novembro de 1927, compareceram às urnas. Entretanto, nas eleições de 5 de abril de 1928, seus votos foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado. O direito ao voto feminino efetivo só foi assegurado com o Código Eleitoral de 1932, que estipulou que “o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo…” estaria habilitado para votar.

Sobre a atenção recebida por seu feito histórico, Celina declarou:

“Eu não fiz nada! Tudo foi obra de meu marido, que empolgou-se na campanha de participação da mulher na política brasileira e, para ser coerente, começou com a dele, levando meu nome de roldão. Jamais pude pensar que, assinando aquela inscrição eleitoral, o meu nome entraria para a história. E aí estão os livros e os jornais exaltando a minha atitude. O livro de João Batista Cascudo Rodrigues – A Mulher Brasileira – Direitos Políticos e Civis – colocou-me nas alturas. Até o cartório de Mossoró, onde me alistei, botou uma placa rememorando o acontecimento. Sou grata a tudo isso que devo exclusivamente ao meu saudoso marido.”

O legado de Celina Guimarães perdura até os dias atuais. Hoje, as mulheres brasileiras desfrutam de plenos direitos políticos e participam ativamente da vida política do país, ocupando cargos em todos os níveis do governo. E, embora ainda existam desafios a serem superados, o voto de Celina foi a primeira pedra lançada na construção de uma sociedade mais igualitária. Celina Guimarães, a primeira eleitora do Brasil, deu o primeiro passo e, graças a ela e a todas as mulheres que seguiram seus passos, hoje as mulheres no Brasil têm voz e voto. A lembrança de Celina serve como um lembrete permanente de quão longe chegamos e de quão longe ainda temos que ir.

Celina Guimarães é uma verdadeira heroína, que desafiou as convenções de sua época e pavimentou o caminho para que outras mulheres pudessem seguir. Sua história deve ser contada e celebrada, pois representa um marco importante na luta pelos direitos das mulheres no Brasil.

Amélia Duarte Machado nasceu em 1881 na cidade de Mossoró, em uma família de origem simples. Amélia teve sua vida transformada ao casar-se, em 1904, com Manoel Machado, um próspero comerciante português. Dessa união, emergiu uma dama da alta sociedade, que vivia em uma imponente residência, fazia viagens à Europa e frequentava o teatro local. Amélia não apenas ostentava esse status, mas também trabalhava diligentemente para manter a imagem social de seu esposo, organizando sofisticados jantares e recepções em sua casa.

A cidade do Natal acompanhava de perto sua trajetória de vida. Sua vida pessoal tornou-se um assunto de interesse público: os aniversários, as recepções, as ações filantrópicas e até mesmo as tragédias, como o falecimento de seu marido, eram notícia nos jornais periódicos e motivo de comentários entre boa parte da sociedade. Ela vivenciou de perto as mudanças que Natal sofreu nas primeiras três décadas do século XX. Impulsionada por uma elite política e intelectual, a cidade começou a incorporar valores burgueses e a adotar infraestruturas técnicas inspiradas pela Revolução Industrial. O falecimento de seu marido em 1934 marcou um novo capítulo na vida de Amélia. Agora viúva, assumiu os prósperos negócios da família, mostrando-se uma mulher empreendedora e resiliente. Contudo, a figura de Amélia Machado se tornou alvo de suspeitas e boatos por parte da população local.

Os antigos registros narram uma lenda que, até os dias de hoje, provoca um sentimento de inquietude nos adultos ao recordarem suas experiências de infância. A qualquer momento, a “Papa-Figo” poderia estar à espreita em qualquer esquina ou lugar, conforme advertiam os mais velhos. Dizem que a “Viúva Machado” era na verdade uma “Papa-Figo”, uma figura sobrenatural que faz parte do folclore de algumas regiões do país, conhecida principalmente no nordeste nos estados de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte e na Paraíba.

Segundo a lenda, a “Viúva Machado” sofria de uma grave enfermidade, cujos sintomas eram amenizados apenas pelo consumo de fígado de criança. Então, ao cair da tarde, quando o sol se punha por trás do encantador Rio Potengi, ela se disfarçava e vagava pelas periferias de Natal em busca de sua “iguaria” favorita. Desse modo, abordava a primeira criança que encontrasse brincando em algum lugar e rapidamente, colocava a criança em um saco e se dirigia a um terreno baldio para saborear o fígado.

O luto da Viúva Machado

Desde que se tornou viúva em 1934, os dias se tornaram mais difíceis. O luto ainda presente dividia espaço com as responsabilidades dos negócios que agora eram seus, com a ausência dos filhos que nunca teve por conta de sucessivos abortos e com os boatos que circulavam pela cidade sobre ela. Raramente saía às ruas, vivendo entre as empresas e o lar, ou ia à igreja situada em frente à sua casa. Contudo, sentia a hostilidade da população e o medo estampado no rosto das crianças quando se aproximava. De sua janela, doía ao perceber os olhares lançados em direção à sua residência, que como ela, era objeto de apontamentos e evitações. Questionava-se se as coisas poderiam ter sido diferentes se não tivesse assumido os negócios, se não tivesse casado com um homem tão conhecido, se não tivesse se recolhido em sua suntuosa casa. Contudo, esses pensamentos só a afastavam da posição de vítima.

Ela não podia mudar quem era e quem tinha sido, nem possuía o poder que a cidade lhe atribuía: o de mudar sua própria imagem. Muitos ignoravam quem ela era antes do casamento, desconheciam suas dores e sentimentos. Para eles, ela era apenas uma mulher que passou de esposa a viúva, de dama da sociedade a “Papa-figo”.

A fortuna da Família Machado

Manoel Duarte Machado, próspero marido de Amélia Duarte Machado, detinha grande riqueza e possuía extensas propriedades de terra. Como comerciante de sucesso, era proprietário de uma vasta loja no bairro da Ribeira, conhecida como “Despensa Natalense”. Além disso, Manoel era um entusiasta fervoroso da aviação, contribuindo generosamente com terras para a construção do primeiro aeródromo da cidade, o “Campo de Aviação”, que recebia os aviadores franceses que aportavam por aqui desde 1927. Naquele local surgiu o “Aeroporto Augusto Severo” e a Base Aérea de Parnamirim, e consequentemente o referido município colado a Natal.

As áreas que hoje correspondem aos bairros de Morro Branco e Nova Descoberta eram propriedade de Manoel Machado. Com sua morte em 1934, deixou uma significativa herança para sua esposa, Amélia, que foi impelida a tomar as rédeas dos negócios da família, uma posição rara e inusitada para uma mulher na Natal daquela época, com seu caráter provinciano e conservador. As mulheres à frente de negócios eram uma visão atípica, pois se acreditava que essa “era uma tarefa para homens”. No entanto, Amélia emergiu demonstrando habilidade e firmeza nos negócios milionários que repentinamente foram assumidos por ela.

A origem da lenda da Viúva Machado

Após assumir os negócios do marido, alguns comerciantes se aproximaram de Amélia com a esperança de se aproveitar de algum erro e adquirir bens da família por valores insignificantes. Porém, ela surpreendeu a todos ao se mostrar tão competente na gestão quanto o marido havia sido. Foi nesse momento que a lenda em questão começou a tomar forma lentamente, pois muitos começaram a retratá-la como uma mulher má, autoritária e severa com os empregados. Sua própria condição de viúva e a necessidade de estar em constante interação com homens, dado que mulheres raramente ocupavam tal função naquela época, contribuíram para a distorção de sua imagem. Amélia passou então a administrar a fortuna do marido de dentro de sua casa, delegando tarefas a parentes de extrema confiança.

Com o passar do tempo, ela adquiriu uma doença rara, que segundo pesquisas, possivelmente se tratava da Síndrome de Treacher Collins, um distúrbio genético que deforma a caixa craniana, afetando principalmente a aparência das orelhas. Especialistas explicam que a doença provoca deformações nas orelhas, pálpebras, maçãs do rosto e mandíbulas. Entretanto, trata-se de uma condição externa, que não afeta a sanidade mental do paciente. Já idosa, Amélia Machado recolheu-se, não mais aparecendo nem à janela. Jamais voltou à igreja. Essa reclusão foi suficiente para aterrorizar as poucas pessoas que ainda a viam. Para piorar a situação, alguns funcionários divulgaram detalhes sobre seus hábitos isolados e aparência deformada, o que potencializou o auge das lendas a seu respeito.

Amélia Machado faleceu no ano de 1981, com 100 anos, e a lenda perdurou até meados dos anos 1990. Hoje, já não é mais utilizada em seu sentido original, sendo lembrada apenas como curiosidade, uma espécie de “turismo folclórico”, se assim podemos dizer.

A imagem construída em torno da notável Amélia Duarte Machado, conhecida como “Viúva Machado”, ilustra o prejuízo que o preconceito causou às mulheres ao longo da história. Natal deve um pedido de desculpas à senhora Amélia Duarte Machado.