Curiosidades

Travessia de remadores de Natal ao Rio de Janeiro completa 70 anos

Comemoramos hoje uma marca impressionante na história do remo brasileiro: 70 anos desde a inesquecível travessia de remo de Natal a Rio de Janeiro, uma jornada que se tornou uma lenda na história do esporte brasileiro.
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Foi entre os anos de 1952 e 1953 que um grupo destemido de remadores decidiu enfrentar o desafio quase impensável de percorrer mais de 2.600 km pela costa brasileira, partindo de Natal, Rio Grande do Norte, rumo à icônica cidade do Rio de Janeiro. Eles queriam testar não apenas sua resistência física, mas também o seu espírito de aventura, determinação e união.

O grupo era composto por cinco atletas, todos membros da renomada associação de remo Potengy, fundada em 1904 em Natal: Ricardo da Cruz, Antônio Duarte, Clodoaldo Baker, Francisco Madureira e Oscar Simões. Os atletas embarcaram numa aventura que durou mais de um ano, a bordo de uma embarcação rudimentar do tipo iole, de madeira, sem os modernos recursos de navegação e suporte que temos hoje. A travessia durou mais de um ano por conta de um naufrágio que destruiu a primeira embarcação no meio do caminho, e foi feita praticamente sem suporte.

Embora a viagem tenha sido extremamente árdua, marcada por mares agitados, tempestades repentinas e longos dias sob o sol escaldante, o espírito de equipe nunca esmoreceu. Cada obstáculo enfrentado apenas fortaleceu a determinação do grupo, que se apoiou mutuamente durante toda a viagem.

“Não tinha salva-vidas, não tinha rádio, não tinha nada”, resumiu Milton da Cruz, neto de um dos remadores. Durante a travessia, os remadores paravam em algumas praias do litoral, onde descansavam e passavam a noite. As praias, muitas vezes, eram desertas e eles não andavam com barracas ou outros equipamentos.

“Quando eles chegavam na praia, tiravam o barco da água e viravam, escorava com os paus pra fazer um dormitório, porque quando chegavam na praia, deserta, não tinha o que fazer, uma barraca, nada”, lembrou Milton, o neto do remador Ricardo Cruz.

A chegada ao Rio de Janeiro foi celebrada com grande entusiasmo pela população local e marcou a história do esporte no Brasil. Na época, o grupo foi recebido com honras pelo então vice-presidente da República Café Filho, também potiguar. O feito notável do grupo foi recebido com honras e aclamação popular, solidificando ainda mais a reputação do remo como um esporte de resistência, coragem e determinação.

Setenta anos depois, a façanha do remador Ricardo Cruz e seus colegas remadores ainda ressoa na memória do esporte brasileiro. Seu legado é uma inspiração para a nova geração de remadores, que continuam a empurrar os limites do que é possível no remo.

Neste dia, homenageamos a coragem, determinação e espírito de equipe desses remadores. Seu feito notável permanece como um farol para os desportistas de todo o país e um lembrete do poder do espírito humano. Parabéns aos heróis do remo de 1953, cujo legado perdura até hoje.

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